Crescemos sob o influxo permanente da necessidade de obedecer, sob o risco da punição.
Tornamo-nos adultos formatados em múltiplos deuses e espíritos internos, protectores poucos, vingativos muitos.
Aprendemos a ter dois tipos de polícias: aqueles que, físicos, estão fora de nós e aqueles que, simbólicos, estão dentro de nós. Na maior parte das vezes, estes dispensam aqueles, seus chambocos são eficientes.
Somos o produto de tradições conformadoras que nos habitam sem que, na maior parte das vezes, saibamos da sua existência.
A regra que nos atravessa em permanência é esta: obedece. Seus lictores são múltiplos.
Desobedecer, ir contra a maré do conformismo, das regras oficiais, aprender a pensar de forma independente, opôr-se aos pasteurizadores do pensamento acomodante, nada disso é fácil. É absolutamente difícil.
O homem nasceu livre, escreveu um dia Jean-Jacques Rousseau. Muito certamente estava e está errado. Nascer é nascer para a sujeição. O homem não nasce livre, mas pode tornar-se livre. A liberdade não é um dado natural, mas social. Ter consciência disso é um primeiro indicador de liberdade e, talvez, a primeira porta aberta da democracia.
(continua)
1 comentário:
"producao de consentimento"- Noam Chomsky
Ai 'e onde acredito que reside o nosso maior problema, a nossa MEDIA, tem investido na "producao desse consentimento", do consentimento que "esta tudo bem", desequilibrando completamente o desenvolvimento e evolucao do pais e democracia.
Quando estamos de "consentimento" que tudo esta optimo,entao sao excluidas opinioes contrarias, que fazem o contrabalanco ou equilibrio de modo a gerar pensamento alternativo, critica e evolucao.
Os resultados estao a' vista, HIV, Pobresa, Bolsas de fome, Violacao de Direitos Humanos, Ma Educacao, Currupcao, sempre em crescente.
Ai deveria estar a MEDIA, a fazer o contrabalanco, dando espaco 'a critica, criatividade, inovacao, oposicao e "nao manutencao de consentimentos politicos", pois no nosso caso os resultados sao francamente desastrosos.
O HIV dobrou, e nos mantemos no "consentimento" que esta crescer mas vamos controlar. quando nao temos como controlar, se nao houver mudancas de fundo na mentalidade instituida, que se mantem apartir dessa "producao de consentimento".
A MEDIA tem que fazer a diferenca.
O partido no poder, A FRELIMO, tem que sentir que para se manter no poder, tem que gerar solucoes rapidas e eficazes,tem que mudar de ATITUDE, so. Ninguem 'e contra FRELIMO desde que a FRELIMO nao seja contra todos.
caso contrario a tendencia desastrosa continuara, e a MEDIA tera contribuido sobremaneira para o desastre.
Cumprimentos
Abdul Karim
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