10 junho 2009

O que parece e não parece evidente

Permitam-me regressar a Nacala.
I
O que parece ser evidente? O que parece ser evidente é que alguém decidiu matar Deviz Simango. Por quê? Primeiro, porque está a ganhar demasiada visibilidade e o seu perímetro de irradiação parece ir bem para além do Chiveve; segundo, porque pode arrastar consigo gente por enquanto filiada em outros partidos.
O que parece não ser evidente? O que parece não ser evidente é que alguém não quis matar Deviz, mas apenas intimidá-lo no sentido de o obrigar a ser mais cauteloso e a restringir o raio de acção, deixando-o refém da protecção policial (é possível ampliar ainda mais esta hipótese, torná-la detectivescamente mais complexa, mas por enquanto fico-me por aqui).
II
III
Coisas pequenas: onde páram agora a pistola, os dois carros e os ocupantes?
Bem: favor opinarem...
Adenda às 12:13: acabo de saber que de hoje a segunda-feira, Deviz Simango trabalhará em Cabo Delgado.

12 comentários:

Anónimo disse...

FRENAMO na jogada!

Sir Baba Sharubu disse...

I very much hope that the forthcoming Mozambique elections will beacon Africa and the World.

Anónimo disse...

 Perante os factos:

1. Na presença de muitas pessoas, foi roubada uma arma a um Agente da PRM, com recurso a violência;

2. Durante a acção/assalto, a arma do Agente terá disparado e atingido, ferindo, o Agente da RPM e uma cidadã. Uma bala atingiu a viatura do Presidente do MDM;

> Nota: há versões indicando que (i) os operacionais eram também portadores de armas ligeiras e, com estas, fizeram disparos para o ar; (ii) o Agente da RPM teria conseguido retirar o carregador da arma roubada, impossibilitando assim mais disparos desta. Se assim foi, importa louvar a atitude deste Agente!

3.Dois dos assaltantes estão identificados (Carlos Paulo e Jepina);

4. A arma foi recuperada por membros ou simpatizantes da Renamo e entregue/recolhida na residência de Dhlakama.

5. Os assaltantes faziam-se transportar em viatura afecta a um Deputado da Renamo.

6. Dhlakama ordenou/aceitou fazer entrega da arma à PRM.

>> Parece nada faltar para a Polícia e Justiça agirem rapidamente.

 Olhando para a triste ocorrência e principais intervenientes, parece evidente estarmos perante um caso mal resolvido entre “Família” desavinda, que não se entende, e/ou não se entendeu, no processo de separação, ou partilhas. Vejamos alguns dos intervenientes:

i) Daviz Simango, (dissidente da Renamo, actuall MDM)
ii) Geraldo Carvalho, (dissidente da Renamo, actual MDM)
iii) Afonso Dhlakama, (Presidente da Renamo)
iv) Carlos Paulo e Jepine(dois dos operacionais,antigos guerrilheiros da Renamo)
v) Francisco Lole (Deputado na AR pela Renamo)
___
> Para não mencionar outros casos “mal parados” como, Mussa, Moreno, Pereira e outros mais recentes, que levam alguns a olhar para a realidade de HOJE, o MDM (nova força em processo de consolidação), como uma fracção Renovada da realidade de ONTEM.

 Quanto á segurança de líderes partidários,

> Importa ponderar qual a razão porque no Acordo de Roma (1994) Dhlakama IMPÔS ter direito a um pequeno exército a título de guardas para sua defesa pessoal. Situação que mantém nos dias de hoje.

> Tudo leva a crer que há um acordo “secreto”/fora do domínio público(Governo/Renamo, testemunhado pelos negociadores), que dá esta possibilidade à Renamo.

> Doutra forma não dá para entender tanta arrogância de Dhlakama e tolerância do Governo. Não está no DNA da Frelimo suportar tamanhos vexames.

 Numa recente entrevista na TVM, a propósito de rebentamentos em Maringué, foi perguntado ao Governador de Sofala como via a existência daquela força. Respondeu que não se compreendia a existência de exércitos privados num Estado de Direito, que deviam acabar.

Mas esta situação acontece no território que ele Governa!

 Sobre a questão da arma levantada por Paulo Granjo,

> É normal que um grupo de operacionais tenha como primeira preocupação o desarme ou a eliminação física da força que protege os alvos a atingir: de contrário, correriam o risco de ser eliminados.

> Em termos militares, a opção pelo desarme do Agente PRM foi um procedimento técnicamente correcto: desarmar o Agente da PRM, não para usarem a arma na operação/crime (porque tinham as suas), mas para sua própria segurança.

> É evidente que em cenários mais sofisticados se coloca a questão dos exames periciais de balística, etc. Seguramente, não era essa a preocupação deste comando operacional.
__

Anónimo disse...

Em 75 "desenhou-se" um pais com 1 partido belico!

Morreram mais de 1.000.000 de mocambicanos para "ultrapassar-se esse desenho de pais"

No acordo de paz de Roma, foi "desenhado" um pais com 2 partidos belicos, nao prevendo qualquer outra alternativa.

Agora, os 2 belicos, nao aceitam mais ninguem.

tem que se votar nos 2 belicos, nao votar, ou "redesenhar" o pais.

eu voto em "redesenhar" o pais.

sem armas! com cerebro!

MOCAMBIQUE DE TODOS! PARA TODOS!

bucalismo nao faz o meu gosto mesmo!

Anónimo disse...

VIVA MDM!

PRA FRENTE 'E O CAMINHO!

VAMOS A CABO DELGADO!

VAMOS CONSTRUIR!

OS "BUFALOS" QUE SE DANEM!

RUMO A VITORIA!

COM MDM!

VIVA DAVIZ! QUE DEUS LHE ABENCOE!

MZ

Anónimo disse...

Daviz vai mudar Mocambique.

Ja comecou.

Abdul Karim

(Paulo Granjo) disse...

A hipótese avançada pelo Anónimo parece-me bastante plausível.
manteria, aliás, em aberto a possibilidade de uma acção de intimidação, e não de um atentado - o que, sendo também muito grave, seria muito menos preocupante.

No entanto, não é a única a ser plausível e levanta, ela própria, novas questões.

Por um lado, a análise balística nada tem, hoje em dia, de coisa sofisticada de séries televisivas de CSI. É óbvio que, se Simango fosse atingido, a bala teria inevitavelmente que ser analisada e que a PIC tem todos os meios para isso.

Por outro lado, que estranhos operacionais são esses que, em superioridade numérica e agindo de surpresa, não conseguem neutralizar de forma eficiente um polícia de giro?
Seria incompetência? Seria excesso de confiança? Ou seria que o objectivo era de facto disparar com a arma do polícia, numa situação de confusão em que se tornasse difícil, depois, provar quem tinha feito o quê?

É que, se na minha (sub)cultura o factor 'acaso' é levado a sério ao tentar compreender algo que ocorreu, a experiência leva-me a nunca partir do princípio (quando tento compreender) de que as coisas se explicam pela estupidez, boçalidade ou incompetência dos outros. Isto porque, se há pessoas estúpidas em qualquer lugar do mundo, elas são sempre, também em qualquer lugar, uma ínfima minoria.

Creio que só uma confirmação dos pormenores daquilo que aconteceu e como aconteceu (incluindo em que circunstâncias partiu de facto o tiro - ou tiros - disparados na direcção de Simango e do seu carro) permitirá clarificar estas dúvidas.
É, talvez, de esperar um pouco, antes de assunir certezas.

Mas há ainda uma outra coisa que me tem andado a dar que pensar: estando o presidente da Renamo nas redondezas, como é que uma coisa tão grave foi feita nas suas costas?
Será que perdeu o controle sobre os seus operacionais de confiança e estes se podem dar ao luxo de fazer coisas destas por decisão própria?
Ou será que não?

Anónimo disse...

Dr, acabo de ouvir ja a RDP Africa, noticiario das 17h de Mocambique e 16h de lisboa em que dizem que a Policia indicia 10 membros da RUE por estarem envolvidos no suposto assassinio do lider do MDM.
Bom, acho que ja ha materia palpavel e segundo a RDPA, o comandante da policia em Nacala disse que remeteu o expediente ao Ministerio Publico.
Sera que havera solucao? Ate a Frlimo na pessoa do seu porta-voz reagiu com condenacao ao acto.

Anónimo disse...

Para mim a Renamo nunca sonhou em ser o Partido maioritário neste País, mas tinha quase certeza que seria eternamente a segunda maior força da oposição em Moçambique e que consequentemente teria o seguinte:

1)Uma representatividade proxima dos 40% de deputados no Parlamento (Com coligação)em todas eleições futuras;
2)O seu lider seria para sempre o segundo candidato mais votado e automaticamente teria um assento no conselho do estado (por essa via o lider teria um salario garantido nas proximas legislaturas)
3)Continuaria com os Municipios nas zonas de maior influência.

Contrariedades

1) A RENAMO perdeu todos os Municipios, isto de certeza aumentou a incerteza sobre a sua capacidade de controlar o eleitorado mesmo em zonas onde anteriormente era bastante apoiada.

2)O Unico Municipio que não foi ganho pelo seu "Rival/Parceiro politico" foi ganho por um independente.

3)A Crescente fuga de cerebros da Renamo para o novo movimento fragilizou ainda mais a Renamo

4)Pela primeira vez na historia da nossa "democracia" surge um individuo que derrota os parceiros politicos.

5)Pela promeira vez um partido é intensamente persiguido se não for com a Renamo é certamente com a PRM exigindo autorização para circular e conversar com pessoas no territorio nacional

Conclusão
A Renamo pode não alcançar 5% de representatividade no Parlamento, Dhlakama pode não ser o segundo candidato mais votado, agora concluamos friamente há ou não motivos para Dhlakama e a Renamo assassinarem o Puto Daviz?

Fim: A autoridade não se impõe conquista-se (Força Daviz o pais precisa de uma oposição séria)

Maxango

Anónimo disse...

 A hipótese colocada por Paulo Granjo, de poder tratar-se, mais de uma manobra de INTIMIDAÇÃO do que tentativa de assassinato, parece-me ter consistência (i) quer no seguimento das acções de Vandalismo/Intimidação ocorridas em Nampula, (ii) quer na grosseira forma de actuação dos Agitadores ao mando da Renamo, que o mesmo é dizer de Dhlakama, (iii) quer porque a bala que atingiu o carro de Deviz poderá ter resultado dum disparo ocasional da uma arma que estava a ser roubada, e não de um disparo dirigido (segundo as versões que correm);
(iv) quer ainda, porque segundo as fontes disponíveis a viatura foi de seguida danificada por pedradas e outros meios, e o material de apoio ao comício vandalizado.

 Quanto à proximidade de Sua Excelência o Presidente do Partido Renamo, como é tratado pelos Deputados, membros e simpatizantes do seu partido, foi, obviamente, o Pai destes desacatos.

Ele entende que, como “presidente sombra”, de um “governo sombra” tem direito de impunemente atentar contra a lei e a ordem, e não responder perante a Lei.

Há, seguramente, compromissos muito fortes no Acordo de Roma (Paper´s e No Paper´s) que certamente justifiquem a o desaforo e Imunidade de Dhlakama
__

Anónimo disse...

quero ver prenderem o dhlakama.

vao levar purrada com o dhlakama, vao se recordar pro resto da vida.assim como levaram antes do acordo de paz.

ele (dlhakama) trouxe a democracia para mocambique.

nao pensem em brincar com ele.

ali democracia parece igual-igual, voce chateia, leva troco.usa arma, vai levar bala tambem.

Carlos Serra disse...

Sugiro ao anónimo um outro futuro tipo de linguagem.