Poder, poder político, ideologia, discurso: eis palavras raramente usadas no nosso país enquanto material de estudo. Tenho para mim que, de forma generalizada, o poder político é havido como coisa natural, como uma substância óbvia que apenas deve permitir um tratamento ético, normativo (bons políticos, maus políticos, boas políticas, más políticas, etc.), como uma coisa que se pode melhorar com o esclarecimento, a boa vontade e a moral. São ainda raros os trabalhos científicos que, no nosso país, fazem do discurso em geral e do discurso político em particular, sua matéria-prima, seu campo de trabalho, sua área de descodificação. Falar de discurso político é falar de relações políticas, de dominação, dos mecanismos que permitem a aceitação, a obediência e a cegueira política, é falar de legitimidade e embuste, de manipulação ideológica, de populismo, de luta de grupos sociais, etc. Para todo esse imenso campo por desbravar em Moçambique, permitam-me sugerir-vos a leitura de alguns trabalhos de Teun A. van Dijk (há dias referido neste diário), com portal em espanhol aqui (em inglês aqui) e os seguintes três trabalhos aqui, aqui e aqui. Foto reproduzida daqui. Finalmente, deixo-vos aqui a possibilidade de o escutarem em inglês:
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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