13 junho 2009

Está a elite moçambicana a mover-se da corrupção para o desenvolvimento?

Leia a resposta num trabalho da autoria de Joseph Hanlon e de Marcelo Mosse com o título "Is Mozambique’s elite moving from corruption to development?", apresentado numa conferência ontem começada na Finlândia. Confira aqui. Obrigado ao Marcelo pelo envio do texto.

4 comentários:

Anónimo disse...

Professor,

Nao acredito muito.

3 factores essenciais do desenvolvimento apresentados no documento sao:

1 - Competicao - esta restrita apenas ao circulo do partido.qualquer empresa, por mais pequena que seja, tem que estar ligada ao partido, caso contrario, ela 'e propositadamente prejudicada a fim de nao ser competitiva.

2- Colaboracao - fica dificil conseguir em momentos de crise, principalmente por politicas serem partidarias "nao inclusivas".

3- Inovacao - tudo que 'e inovado e pensado tem que pagar comissoes, ou dar-se sociedade na inovacao, caso contrario 'e bloqueado.ate pirateado, mesmo dando 50% dos lucros para combate 'a pobreza, tao propalado pelo governo.

Cumprimentos
Abdul Karim

Viriato Dias disse...

Pessoalmente tenho minhas dúvidas, não obstante alguns progressos no país. Para que tal afirmação fosse verdade o sistema de justiça no pais tinha que dar passos largos, o que não acontece. Alguns sinais foram dados nesse sentido, tendo merecido aplausos do povo, mas depois as coisas voltaram à estaca zero. Outro pormenor é a burocracia, os discursos do presidente está longe da acção, o que temos assistido, mesmo de longe, é que as pessoas continuam vitimas deste mal. Para uma população maioritariamente analfabeta o aparelho de administração pública tinha que ser mais vigilante, simplista, filantrópico, enfim, que estivesse mais pelo povo. A nossa elite identifica-se com a causa da independência do pais, e não estão dispostas a abdicar de certas coisas que não os beneficiasse. São eles que escolhem a dança e a música, o resto só tem que ser igual a uma saco de batata aberto, como diria o professor ´Kasoche´ espalha-se para onde for chutado.

Um abraço

Anónimo disse...

A confirmar-se essa transicção, temos de "dar a mão à palmatória" e aceitar que a Comunidade Doadora Internacional tinha razão quando argumentava que:

> O surgimento de DEMOCRACIAS em Àfrica passa pela criação de uma ELITE AFRICANA.

> Não tendo as Elites Africanas (os detentores do poder e/ou mais elevados níveis de formação) capital financeiro que lhes permitisse o acesso a um razoável património (casas, carros, bons saldos bancários, etc), condição para que o Humano passe a defender a criação de Estados de Direito e o cumprimento da Lei,
(simplesmente para protecção de seus patrimónios),
entendeu a Comunidade Internacional fechar os olhos a um certo nível de comportamentos corruptos (facilitar a acumulação). Resultado: hoje, falamos em pobreza, mas Maputo (e um pouco pelo país) há um excelente parque automóvel, luxuosas vivendas ... hotéis e restaurantes de luxo frequentados por NOVOS PATRÕES, enfim, uma verdadeira ÉLITE, cujo lema é:

>> "desde que o mundo é mundo, o esperto vive do burro; estou-me marimbando para os outros, trabalhem, há muita terra para fazer machamba,... cambada de preguiçosos, azarentos".

> Esta élite é CORRUPTA, mas não é estupida! Tem contas no exterior bem receheadas, tem casas cá, nos países vizinhos ou mesmo noutros continentes. Seus filhos estudaram ou estudam em escolas de ELITE no exterior (o ensino de cá é para mediocres, prós filhos dos outros).

> Entretanto face aos INSULTUOSOS SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA que as nossas elites ostentam, a Comunidade Doadora Internacional tem vindo a exigir (i) mais moderação na corrupção; (ii) justiça mais transparente, etc., etc., e condicionando o reforço do apoio (uma das fontes de enriquecimento ilícito) à concretização dessas medidas.

> Perante este cenário, e tendência para o surgimento a prazo de sangue novo no xadrez da nossa política, é muito provavel que as nossa Élites (que não são estúpidas; até porque, como dizem, o esperto vive do burro)começem a participar em parcerias em empreendimentos com impacto do DESENVOLVIMENTO económico e social. Quase sempre, entrando no capital desses empreendimentos apenas com o "capital" influência (facilitadores)e/ou alguns patrimónios obtidos por compadrio.

> Mantendo sempre uma situação confortável no exterior. Por ou lado, (i) porque manda o bom senso que não se coloquem todos os ovos na mesma cesta; por outro lado (ii) porque as leis da natureza são complexas e, em regra, "quem semeia ventos colhe tempestades", que nunca se sabe quando poderão surgir.

> CONCLUINDO: temos ELITES económicas e intelectuais que estão empenhados em defender seus PATRIMÓNIOS, logo, estão preparados para exigir um verdadeiro Estado de Direito, Democracia ... e aceitar o risco de investir no país, contribuindo assim para o nosso DESENVOLVIMENTO.

"Roma e Pavia não se fizeram num dia" ... vamos andando, com o nosso ritmo.
__

Anónimo disse...

Eu estou de Alguma forma decepcionada com a nossa Elite .Exemplo mais concreto é da Escoa Superior de Economica e Gestao que tem como Patrao o famoso professor ( economista Diogo GUilande )e o TIvane ( Dona das alfabdegas ) que tambem acabou abrindo a ESTEG e de uma forma nao oficial sabemos que esta vendendo as suas accoes na ESEG.Noa profesores desta universidade estamos com 3 meses de salarios ,o mesmo aconrecendo com os trabalhadores ,mesmo estando a lecionar alunos que tem as suas propinas em dia. Em resposta as nossas reclamacoes estao sendo espulsos uma media de 2 funcionarios por mes .O reitor Dr Guilande Diz que ninguem lhe faz mal por este ser Cunhado de Presidente da republica .pedimos aos Jornalistas para seguirem o caso ,pois temos familia para dar de comer .