Segundo a "Rádio Moçambique", o secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, renunciou ao cargo. O presidente honorário do partido, Joaquim Chissano, afirmou que isso irá facilitar a reestruturação do secretariado. Recorde este meu texto aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
28 fevereiro 2014
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
27 fevereiro 2014
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
O que vai passar-se na Matola?
Inicia-se hoje na Matola a III Sessão Extraordinária do Comité Central da Frelimo, na qual deverá ser eleito o candidato do partido às eleições presidenciais marcadas para Outubro. Uma hipótese: o que verdadeiramente estará em causa será menos a eleição do candidato do que uma avaliação e uma possível rectificação dos métodos de direcção política e estatal da Frelimo.
Sobre a dupla posição da ACLLN (4)
Adaptando uma frase de Renan, todo o partido, como todo o ou toda a presidente, deve ser um plebiscito de cada dia.
Quarto e último número da série. Termino os pontos do sumário proposto aqui, a saber: 2. O duplo constrangimento: entre pais fundadores e delfins. Que duplo constrangimento, que duplo dilema? Este: como antigos combatentes, gostariam de ter um candidato presidencial oriundo das fileiras da luta. Este candidato seria o seu compromisso sagrado com o passado frente ao futuro. Mas os veteranos envelheceram e os tempos são outros, os tempos têm novos desafios neste tempo de jovens. Então, trata-se de encontrar um delfim que saiba fazer a ponte entre o passado e o futuro, que saiba fazer a ponte entre os veteranos e os neoveteranos do futuro, um delfim - ou uma delfina - que saiba manter a chama de luta de libertação nacional re-injectando-lhe a chama da luta de libertação social, federando as diferentes visões do partido e das suas étapas históricas, sabendo colocar a nação acima dos partidos, o sacrifício acima do enriquecimento, lutando sem descanso contra a corrupção, o nepotismo, o racismo, o etnicismo, a xenofobia, o androcentrismo, a homofobia e todas as formas de exploração e exclusão social. 3. O receio dos rivais. Os veteranos da luta de libertação nacional aprenderam que nada se consegue sem luta, que ninguém dirige um país sem luta, sem rivais. Os rivais têm surgido e, claro, continuarão a surgir - o que é salutar - neste país de jovens, neste país com cada vez mais gente formada, atenta e crítica. As recentes eleições autárquicas mostram que, por exemplo, um muito jovem partido, o MDM, sem capital militar, é capaz de vitórias bem maiores do que aquelas que conseguiu. Os resultados a todos os níveis mostram uma evidente perda de legitimidade da Frelimo. E os veteranos (eles e elas) da luta de libertação nacional sabem bem disso. Sabem e temem o futuro. A gestão do Estado é, para eles, a razão de ser da luta anticolonial e por isso não querem abdicar dela. 4. Redes sociais digitais e pressão dos candidatos informais. Os tempos são também doutras juventudes, juventudes tecnológicas, como a das redes sociais digitais. Hoje, dificilmente é possível o secretismo decisional, o cesarismo arrogante e humilhante. As redes sociais digitais - autênticos ouvidos omnipresentes - tornaram-se o viveiro de aposta em outros candidatos presidenciais do partido. Os autores e apoiantes dessas candidaturas não são criminosos, são apenas pessoas preocupadas, elas-também, com o futuro e que, decididamente, não quiseram e não querem ficar reféns de uma decisão irremediável da Comissão Política, decisão tão veementemente defendida pelo secretário-geral, Filipe Paúnde. As candidaturas informais surgidas ampliaram a visão dos veteranos e deram-lhes a possibilidade de recusar a divinização faraónica de uma só linha de pensamento. Isso mostrou e mostra não que a Frelimo está a desfazer-se, mas que está a recrescer. Nenhum partido pode, hoje, sobreviver sem intercrítica e autocrítica públicas. 5. O significado do apelo à restruturação do secretariado-geral do partido. Os pontos anteriores mostram a lógica do apelo dos veteranos para a necessidade imperiosa de reestruturar o secretariado-geral do partido. O que os veteranos terão dito, na reunião que tiveram, foi que o actual secretariado mutila a Frelimo, elimina a história do partido, que esse secretariado é prisioneiro de uma linha monárquica e, portanto, intolerante, de gestão do partido e do Estado, que essa linha é um risco para a vitória do partido nas próximas eleições presidenciais e legislativas. A Frelimo precisa desfrelimizar-se dessa linha, para se refrelimizar com o resgaste - vivo e actuante - da história. 6. Um exemplo de democracia face aos conservadores e seus cronistas. A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional deu um notável exemplo de democracia e de rejuvenescimento dos ideais da luta e da justiça social, opondo-se a um percurso de beatificação ostensiva de uma determinada linha de pensamento e de um determinado grupo de pessoas, percurso defendido a todo o transe por determinados cronistas de serviço - não poucas vezes escudados no anonimato - em determinados órgãos de informação. O racismo despudorado, a ameaça silente, a intolerância para com linhas diferentes de pensamento político, a quase criminalização da crítica - são apenas alguns dos ingredientes dos artigos e crónicas que têm surgido. O candidato ou a candidata presidencial da Frelimo não pode, absolutamente, pactuar com isso. Adaptando uma frase de Renan, todo o partido, como todo o ou toda a presidente, deve ser um plebiscito de cada dia.
Quarto e último número da série. Termino os pontos do sumário proposto aqui, a saber: 2. O duplo constrangimento: entre pais fundadores e delfins. Que duplo constrangimento, que duplo dilema? Este: como antigos combatentes, gostariam de ter um candidato presidencial oriundo das fileiras da luta. Este candidato seria o seu compromisso sagrado com o passado frente ao futuro. Mas os veteranos envelheceram e os tempos são outros, os tempos têm novos desafios neste tempo de jovens. Então, trata-se de encontrar um delfim que saiba fazer a ponte entre o passado e o futuro, que saiba fazer a ponte entre os veteranos e os neoveteranos do futuro, um delfim - ou uma delfina - que saiba manter a chama de luta de libertação nacional re-injectando-lhe a chama da luta de libertação social, federando as diferentes visões do partido e das suas étapas históricas, sabendo colocar a nação acima dos partidos, o sacrifício acima do enriquecimento, lutando sem descanso contra a corrupção, o nepotismo, o racismo, o etnicismo, a xenofobia, o androcentrismo, a homofobia e todas as formas de exploração e exclusão social. 3. O receio dos rivais. Os veteranos da luta de libertação nacional aprenderam que nada se consegue sem luta, que ninguém dirige um país sem luta, sem rivais. Os rivais têm surgido e, claro, continuarão a surgir - o que é salutar - neste país de jovens, neste país com cada vez mais gente formada, atenta e crítica. As recentes eleições autárquicas mostram que, por exemplo, um muito jovem partido, o MDM, sem capital militar, é capaz de vitórias bem maiores do que aquelas que conseguiu. Os resultados a todos os níveis mostram uma evidente perda de legitimidade da Frelimo. E os veteranos (eles e elas) da luta de libertação nacional sabem bem disso. Sabem e temem o futuro. A gestão do Estado é, para eles, a razão de ser da luta anticolonial e por isso não querem abdicar dela. 4. Redes sociais digitais e pressão dos candidatos informais. Os tempos são também doutras juventudes, juventudes tecnológicas, como a das redes sociais digitais. Hoje, dificilmente é possível o secretismo decisional, o cesarismo arrogante e humilhante. As redes sociais digitais - autênticos ouvidos omnipresentes - tornaram-se o viveiro de aposta em outros candidatos presidenciais do partido. Os autores e apoiantes dessas candidaturas não são criminosos, são apenas pessoas preocupadas, elas-também, com o futuro e que, decididamente, não quiseram e não querem ficar reféns de uma decisão irremediável da Comissão Política, decisão tão veementemente defendida pelo secretário-geral, Filipe Paúnde. As candidaturas informais surgidas ampliaram a visão dos veteranos e deram-lhes a possibilidade de recusar a divinização faraónica de uma só linha de pensamento. Isso mostrou e mostra não que a Frelimo está a desfazer-se, mas que está a recrescer. Nenhum partido pode, hoje, sobreviver sem intercrítica e autocrítica públicas. 5. O significado do apelo à restruturação do secretariado-geral do partido. Os pontos anteriores mostram a lógica do apelo dos veteranos para a necessidade imperiosa de reestruturar o secretariado-geral do partido. O que os veteranos terão dito, na reunião que tiveram, foi que o actual secretariado mutila a Frelimo, elimina a história do partido, que esse secretariado é prisioneiro de uma linha monárquica e, portanto, intolerante, de gestão do partido e do Estado, que essa linha é um risco para a vitória do partido nas próximas eleições presidenciais e legislativas. A Frelimo precisa desfrelimizar-se dessa linha, para se refrelimizar com o resgaste - vivo e actuante - da história. 6. Um exemplo de democracia face aos conservadores e seus cronistas. A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional deu um notável exemplo de democracia e de rejuvenescimento dos ideais da luta e da justiça social, opondo-se a um percurso de beatificação ostensiva de uma determinada linha de pensamento e de um determinado grupo de pessoas, percurso defendido a todo o transe por determinados cronistas de serviço - não poucas vezes escudados no anonimato - em determinados órgãos de informação. O racismo despudorado, a ameaça silente, a intolerância para com linhas diferentes de pensamento político, a quase criminalização da crítica - são apenas alguns dos ingredientes dos artigos e crónicas que têm surgido. O candidato ou a candidata presidencial da Frelimo não pode, absolutamente, pactuar com isso. Adaptando uma frase de Renan, todo o partido, como todo o ou toda a presidente, deve ser um plebiscito de cada dia.
TheBobs2014: este diário de novo em concurso
Em diversas categorias e línguas, através do Twitter, do Facebook, do Open ID ou do VKontakte, blogues podem ser propostos até 05 de Março para o concurso The Bobs 2014 da Deutsche Welle, aqui. Este é o oitavo ano consecutivo de participação do "Diário de um sociólogo", surgido a 18 de Abril de 2006. Em 2007 e 2008, foi finalista por votação do júri e bem classificado na votação popular na categoria "Melhor Weblog em Português". Entrevista dada em 2008 ao UOL, aqui. Se acharem que este blogue tem algum mérito, proponham-no. Obrigado.
26 fevereiro 2014
Sugestão
Confiram amanhã o término da minha série "Sobre a dupla posição da ACLLN", talvez surjam coisas com algum interesse.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (4); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (4); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (4); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
Joseph Hanlon sobre reunião do CC da Frelimo
Começa amanhã, na Matola, uma sessão do Comité Central da Frelimo na qual se espera venha a ser eleito o candidato do partido às eleições presidenciais marcadas para Outubro do corrente ano. Eis uma análise das expectativas e das linhas de força efectuada por Joseph Hanlon, aqui.
Adenda às 18:10: a reunião está mencionada no portal da Frelimo. Há uma menção explícita à possibilidade de haver mais précandidatos face à sugestão da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, aqui.
Adenda 2 às 18:15: siga a minha série intitulada "Sobre a dupla posição da ACLLN", com o próximo e último número a sair amanhã, aqui.
Adenda às 18:10: a reunião está mencionada no portal da Frelimo. Há uma menção explícita à possibilidade de haver mais précandidatos face à sugestão da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, aqui.
Adenda 2 às 18:15: siga a minha série intitulada "Sobre a dupla posição da ACLLN", com o próximo e último número a sair amanhã, aqui.
Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3)
"Residentes de Cullinan, Pretória, África do Sul, levantaram-se terça-feira contra cidadãos estrangeiros, depois de um logista de origem paquistanesa ter supostamente agredido uma criança, que viria mais tarde a falecer no hospital. [A agressão terá ocorrido a semana passada. Segundo fontes, a criança um menino de 10 anos terá roubado bombons na loja de um paquistanês que o agrediu depois com o taco de golfe. O menino viria a morrer esta semana no hospital.[A comunidade, revoltada, começou terça-feira a atacar as lojas de cidadãos de origem paquistanesa. A violência estender-se-ia de imediato contra outros estrangeiros, designadamente cidadãos somalis que têm bancas nas ruas." (realce a vermelho da minha autoria, CS)
Terceiro número da série. Perguntei no número anterior se bastava um suposto roubo de rebuçados e uma agressão punitiva para gerar a "lei do grupo" e a construção colectiva, comunitária, do inimigo total. Não, não bastava e não basta, respondi. Na verdade, para que um modesto fenómeno desse tipo provoque uma convulsão social, para que gere a colectivização comportamental, é necessário que esteja ligado a uma cadeia de frustrações e de privações sistemáticas de vária ordem. Hoje ainda, milhões de Sul-Africanos vivendo nos bairros pobres, aguardam, com angústia, que a nova África do Sul pós-apartheid permita uma vida mais digna. Nesta expectativa, com sonhos frustrados, projectam regularmente sobre os estrangeiros a acusação de que estão a roubar-lhes os empregos locais, de que estão a impedir a realização local de uma vida melhor. A perseguição xenófoba chega a atingir momenos dramáticos, recorde por exemplo aqui. No próximo número escreverei um pouco sobre os "estrangeiros" socialmente construídos como "inimigo total".
Terceiro número da série. Perguntei no número anterior se bastava um suposto roubo de rebuçados e uma agressão punitiva para gerar a "lei do grupo" e a construção colectiva, comunitária, do inimigo total. Não, não bastava e não basta, respondi. Na verdade, para que um modesto fenómeno desse tipo provoque uma convulsão social, para que gere a colectivização comportamental, é necessário que esteja ligado a uma cadeia de frustrações e de privações sistemáticas de vária ordem. Hoje ainda, milhões de Sul-Africanos vivendo nos bairros pobres, aguardam, com angústia, que a nova África do Sul pós-apartheid permita uma vida mais digna. Nesta expectativa, com sonhos frustrados, projectam regularmente sobre os estrangeiros a acusação de que estão a roubar-lhes os empregos locais, de que estão a impedir a realização local de uma vida melhor. A perseguição xenófoba chega a atingir momenos dramáticos, recorde por exemplo aqui. No próximo número escreverei um pouco sobre os "estrangeiros" socialmente construídos como "inimigo total".
(continua)
As armas voltaram a falar
Segundo o "O País" digital, homens armados da Renamo atacaram uma viatura militar no domingo, ponte sobre o rio Vunduzi, província de Sofala, ferindo sete soldados, confira aqui.
Sobre a dupla posição da ACLLN (3)
Terceiro número da série, abordando agora o ponto 2 do sumário proposto aqui, a saber: 2. O duplo constrangimento: entre pais fundadores e delfins. Partilhando um mesmo imperativo categórico - o de serem a razão de ser deste Moçambique independente - , os veteranos da luta de libertação nacional vivem, porém, um dilema, um duplo constrangimento. Qual? Este: como antigos combatentes, gostariam de ter um candidato presidencial oriundo das fileiras da luta. Este seria o seu compromisso sagrado com o passado frente ao futuro. Mas os veteranos envelheceram e os tempos são outros, os tempos têm novos desafios neste tempo de jovens. E então?
Se não se importam, prossigo mais tarde.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
Níveis alarmantes de exploração ilegal e insustentável de madeira em Moçambique
Adenda: este diário tem, desde a sua criação em 2006, centenas de entradas sobre a desalmada desflorestação do país, entre relatos, relatórios e crónicas. Recordo-me, a propósito, de certas pessoas tentando negar o saque da nossa madeira em gloriosas crónicas. E há, mesmo, duas cartas minhas escritas ao Presidente da República em 2007, aqui e aqui. Finalmente, recorde o "Moçambique que sai do chão", aqui.
25 fevereiro 2014
Morreu Mário Coluna
Vítima de paragem cardiorespiratória, morreu hoje em Maputo um dos mais geniais jogadores de futebol de todos os tempos - "monstro sagrado", assim lhe chamavam -, o moçambicano Mário Esteves Coluna (1935-2014). Paz à sua alma. Foto reproduzida daqui.
Que mais falta roubar?
Há dias roubaram o aparelho que permite análises sanguíneas no Centro de Saúde 1.º de Maio, cidade de Maputo. Aqui. Agora, foi detido um segurança indiciado de corte de 75 metros do tubo que conduz oxigénio para os doentes da sala das operações do Hospital Central de Maputo. Aqui.
Comentário: agora só falta sabermos um dia que alguém roubou o oxigénio que nos permite respirar e o vende em saquinhos de plástico nos dumba nengues ao chamariz da popular frase "bom preço patrão".
Comentário: agora só falta sabermos um dia que alguém roubou o oxigénio que nos permite respirar e o vende em saquinhos de plástico nos dumba nengues ao chamariz da popular frase "bom preço patrão".
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (3); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (3); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
Os oito investigadores que preparam a III Conferência Internacional do CEA
Nas fotos abaixo, os oito investigadores que preparam a III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, a realizar-se em Novembro, intitulada "Dinâmicas sociais em África: rupturas e continuidades" (Teresa Manjate, Carlos Arnaldo, Olívia Chiziane, Mónica Frederico, Suzana Maleiane, Alexandre Baia, Ernesto Dimande e o autor deste diário). Aguardem para breve dar-vos a conhecer os 15 subtemas e o apelo a artigos.
Níveis alarmantes de exploração ilegal e insustentável de madeira em Moçambique
Do comunicado de imprensa sobre um estudo, datado de Outubro do ano passado, realizado pela Universidade Eduardo Mondlane: "Um novo estudo da Universidade Eduardo Mondlane, publicado hoje, revela níveis chocantes de ilegalidades e insustentabilidade da exploração de madeira em Moçambique. O estudo conclui que mais de dois terços de toda a exploração madeireira atual é ilegal, e que os níveis de exploração sustentável estão a ser barbaramente excedidos. O relatório mostra também que a exploração madeireira ilegal está a piorar a cada ano, e aumentou em 88 por cento desde 2007." Aguarde o relatório neste diário.
Sobre a dupla posição da ACLLN (2)
Segundo número da série, abordando o ponto 1 do sumário proposto anteriormente, a saber: 1. Sobre a ACLLN. É óbvio que a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional é formada por pessoas com estatutos sociais distintos. O modesto guerrilheiro da luta anticolonial não é o alto dirigente hoje aposentado. Porém, provavelmente todos comungam de uma mesma ideia, a saber: sem eles não existiria este Moçambique. E talvez seja essa partilha que explica a possibilidade de comungarem das ideias de que (1) é preciso ter um leque maior de précandidatos para escolher quem pode enraizar melhor a Frelimo do futuro e (2) é necessário ter uma estrutura organizativa que garanta esse enraizamento. Todavia, importa determinar as generalidades. Nessa determinação, é fundamental ter em conta um duplo constrangimento.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
24 fevereiro 2014
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (2); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (2); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
Instrumentalização despesista da paz
Segundo o "Notícias" digital de hoje e na sequência da aprovação no sábado da proposta de alteração da lei da Comissão Nacional de Eleições, "mais de duas mil pessoas, na sua maioria provenientes de partidos políticos com assento parlamentar, vão trabalhar nos órgãos eleitorais, desde o nível central até ao distrital, passando pelo provincial."
Comentário: os apelos e as medidas de contenção das despesas parecem esquecidos com semelhante e impressionante instrumentalização despesista da paz. Nestes momentos, nenhum partido com assento parlamentar perde a oportunidade de obter mais assentos remunerados. Depois dos ditirâmbicos discursos sobre a paz feitos pelos porta-vozes dos partidos políticos, haverá tempo para analisarmos o que se vai passar nos períodos eleitoral e pós-eleitoral. Finalmente, confira aqui.
Adenda às 07:53: sugiro confira, com o tema abaixo, o novo questionário situado no lado direito deste diário.
Comentário: os apelos e as medidas de contenção das despesas parecem esquecidos com semelhante e impressionante instrumentalização despesista da paz. Nestes momentos, nenhum partido com assento parlamentar perde a oportunidade de obter mais assentos remunerados. Depois dos ditirâmbicos discursos sobre a paz feitos pelos porta-vozes dos partidos políticos, haverá tempo para analisarmos o que se vai passar nos períodos eleitoral e pós-eleitoral. Finalmente, confira aqui.
Adenda às 07:53: sugiro confira, com o tema abaixo, o novo questionário situado no lado direito deste diário.
Dinâmicas sociais em África: rupturas e continuidades
Em epígrafe, o tema da III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, a realizar-se em Novembro do corrente ano. Manter-vos-ei informados em permanência e brevemente dar-vos-ei a conhecer os 15 subtemas da conferência.
Sobre a dupla posição da ACLLN (1)
A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional propôs (1) a inclusão de mais précandidatos a candidato da Frelimo às eleições presidenciais de Outubro e (2) a reestruturação do secretariado-geral do partido.
Vou comentar essa dupla posição através dos seguintes seis pontos:
1. Sobre a ACLLN
2. O duplo constrangimento: entre pais fundadores e delfins
3. O receio dos rivais
4. Redes sociais digitais e pressão dos candidatos informais
5. O significado do apelo à restruturação do secretariado-geral do partido
6. Um exemplo de democracia face aos conservadores e seus cronistas
Vou comentar essa dupla posição através dos seguintes seis pontos:
1. Sobre a ACLLN
2. O duplo constrangimento: entre pais fundadores e delfins
3. O receio dos rivais
4. Redes sociais digitais e pressão dos candidatos informais
5. O significado do apelo à restruturação do secretariado-geral do partido
6. Um exemplo de democracia face aos conservadores e seus cronistas
(continua)
Do lastro da Renamo à visibilidade de Muthisse (3)
O terceiro e último número de uma série com três números.
Recordo-vos duas perguntas: 1. Por que razão o processo negocial parece estar agora mais rápido e consensual?, 2. Qual a razão da crescente visibilidade de Muthisse e da aparente penumbra de José Pacheco? No número anterior, coloquei três hipóteses de resposta à primeira pergunta. Falta melhorar essas hipóteses com a referência ao "lastro da Renamo". As rondas negociais mostram que a história de Moçambique tem um lastro irremediável, a Renamo. Por que se negoceia? Porque, para usar uma imagem do "O País", a Renamo possui capital militar, hoje ainda ela mostra ser contundente a esse nível, é, portanto, susceptível de pôr em causa a gestão dos recursos naturais e os proventos internos e externos do Capital. Então, para manter o equilíbrio político do país, para assegurar a estabilidade do barco económico nacional, negoceia-se com ela. Portanto, as negociações são bem mais do que colocar lastro paritário nos órgãos eleitorais. É neste contexto que o agora ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, também membro da delegação governamental nas negociações com a Renamo, parece ter jogado um papel acelerador. Tenho por hipótese que foi sob sua gestão e na ausência temporária de José Pacheco, chefe da delegação governamental, que começaram a surgir, com rapidez, os resultados que agora permitem dotar os órgãos eleitorais de um maior equilíbrio político entre Frelimo e Renamo. Provavelmente, Muthisse, um economista, foi mais rápido, mais hábil, mais dialéctico, mais económico em encontrar os caminhos dos acordos que permitam lubrificar as várias facetas do neo-liberalismo em curso no país e evitar, desse modo, o efeito borboleta da Gorongosa.
Recordo-vos duas perguntas: 1. Por que razão o processo negocial parece estar agora mais rápido e consensual?, 2. Qual a razão da crescente visibilidade de Muthisse e da aparente penumbra de José Pacheco? No número anterior, coloquei três hipóteses de resposta à primeira pergunta. Falta melhorar essas hipóteses com a referência ao "lastro da Renamo". As rondas negociais mostram que a história de Moçambique tem um lastro irremediável, a Renamo. Por que se negoceia? Porque, para usar uma imagem do "O País", a Renamo possui capital militar, hoje ainda ela mostra ser contundente a esse nível, é, portanto, susceptível de pôr em causa a gestão dos recursos naturais e os proventos internos e externos do Capital. Então, para manter o equilíbrio político do país, para assegurar a estabilidade do barco económico nacional, negoceia-se com ela. Portanto, as negociações são bem mais do que colocar lastro paritário nos órgãos eleitorais. É neste contexto que o agora ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, também membro da delegação governamental nas negociações com a Renamo, parece ter jogado um papel acelerador. Tenho por hipótese que foi sob sua gestão e na ausência temporária de José Pacheco, chefe da delegação governamental, que começaram a surgir, com rapidez, os resultados que agora permitem dotar os órgãos eleitorais de um maior equilíbrio político entre Frelimo e Renamo. Provavelmente, Muthisse, um economista, foi mais rápido, mais hábil, mais dialéctico, mais económico em encontrar os caminhos dos acordos que permitam lubrificar as várias facetas do neo-liberalismo em curso no país e evitar, desse modo, o efeito borboleta da Gorongosa.
(fim)
No "Savana" 1050 de 21/02/2014, p. 19
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do semanário "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
Adenda: também na rubrica Crónicas da minha página na "Academia.edu", aqui.
23 fevereiro 2014
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (1); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Do lastro da Renamo à visibilidade de Muthisse (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Sobre a dupla posição da ACLLN (1); Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Do lastro da Renamo à visibilidade de Muthisse (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
Água
Não há água corrente desde ontem em vários pontos da cidade de Maputo, não sei se o problema afecta toda a cidade, o portal da empresa está em manutenção, os números do piquete ou não atendem ou estão em comunicação.
Adenda às 17:15: a situação parece ser generalizada, confira texto e foto aqui.
Adenda 2 às 07:59 de 24/02/2014: situação aparentemente hoje sanada.
Adenda às 17:15: a situação parece ser generalizada, confira texto e foto aqui.
Adenda 2 às 07:59 de 24/02/2014: situação aparentemente hoje sanada.
Sobre a dupla posição da ACLLN
A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional propôs (1) a inclusão de mais précandidatos a candidato da Frelimo às eleições presidenciais de Outubro e (2) a reestruturação do secretariado-geral do partido. Vou comentar um pouco as duas coisas.
Ditos (79)
Septuagésimo nono dito. Não te perguntes sobre o que é liberdade, pergunta-te, antes, sobre a coleção de determinismos de todos os tipos, conscientes e inconscientes, que moldam a tua vida. A liberdade começa aí, na consciência disso.
(continua)
PhDismo
Fenómeno importante reside nos cartões de visita e no fervor colocado pelo seu proprietário em assinalar que tem um PhD (ele nem diz que é doutorado: diz, antes, que tem ou é PhD, assim a inglesa coisa fica ainda mais fantástica, mais única). Somos um país com muitos poucos anos de independência. Esta uma das razões por que a Síndroma da Imuno-Deficiência Doutoral é muito forte entre nós, por que a doutorice PhDada tem tanta ênfase e publicidade. Enfim, o PhD só tem que envelhecer contemplando carinhosamente, ano após ano, o certificado embalsamado, folheando a querida tese de doutoramento (à qual se limita a acrescentar notas de rodapé até ao fim da vida) e indo periodicamente ao seminário ou ao congresso internacional onde apresenta um artigo que mais não é, uma vez mais, do que uma nota de rodapé da tese, a famosa, gloriosa e intransponível tese de PhD.
22 fevereiro 2014
Kalau, armas da Renamo e oratória radiofónica
Citado pela "Rádio Moçambique" no jornal da noite das 19:30, o comandante-geral da polícia, Jorge Kalau, afirmou, muito emotivo, que a Renamo anda a transportar armas do centro para o sul do país através de viaturas, armas disfarçadas em sacos de comida e carvão. Esta notícia foi dada após a rádio escutar palavras açucaradas dos representantes dos partidos FRELIMO, RENAMO e MDM sobre o acordo hoje alcançado na Assembleia da República em duas decisões atinentes à composição dos órgãos eleitorais, o que, segundo eles, traduz a vontade do povo moçambicano em ter paz.
Comentário: é sempre interessante ouvir, em certas ocasiões, representantes de partidos políticos dissertar sobre a paz, é como se estivessemos a vê-los com treino prévio diante de um espelho (hipótese: há quem ame ouvir-se). Nestas ocasiões, ninguém vai recorrer ao problema da "instrumentalização da paz" levantado pelo "O País", aqui. E, parece, também nesta fase, que nenhum porta-voz, excelso cultivador de oratória radiofónica, está disposto a falar sobre a prevista paz no decorrer das eleições (e, em particular, no decorrer do anúncio dos resultados), agendadas para Outubro, para as quais parecem ter sido jogadas para o caixote do lixo a profissionalização dos órgãos eleitorais e a contenção nos gastos públicos.
Adenda às 20:03: sugiro participe neste questionário aqui.
Adenda 2 às 20:08: ninguém arrisca, à Maquiavel, falar ou escrever sobre estratégias e tácticas políticas, sobre a "realidade real" da vida política que vai para além dos discursos de líderes que sabem usar o açúcar comunicacional e das análises de grandiosos analistas ditirâmbicos.
Adenda 3 às 06:23 de 23/02/2014: sobre a alteração do pacote eleitoral, confira o portal da "Rádio Moçambique", aqui.
Comentário: é sempre interessante ouvir, em certas ocasiões, representantes de partidos políticos dissertar sobre a paz, é como se estivessemos a vê-los com treino prévio diante de um espelho (hipótese: há quem ame ouvir-se). Nestas ocasiões, ninguém vai recorrer ao problema da "instrumentalização da paz" levantado pelo "O País", aqui. E, parece, também nesta fase, que nenhum porta-voz, excelso cultivador de oratória radiofónica, está disposto a falar sobre a prevista paz no decorrer das eleições (e, em particular, no decorrer do anúncio dos resultados), agendadas para Outubro, para as quais parecem ter sido jogadas para o caixote do lixo a profissionalização dos órgãos eleitorais e a contenção nos gastos públicos.
Adenda às 20:03: sugiro participe neste questionário aqui.
Adenda 2 às 20:08: ninguém arrisca, à Maquiavel, falar ou escrever sobre estratégias e tácticas políticas, sobre a "realidade real" da vida política que vai para além dos discursos de líderes que sabem usar o açúcar comunicacional e das análises de grandiosos analistas ditirâmbicos.
Adenda 3 às 06:23 de 23/02/2014: sobre a alteração do pacote eleitoral, confira o portal da "Rádio Moçambique", aqui.
Prismas
Segundo o "Notícias" digital de hoje, os veteranos da luta de libertação nacional da província de Maputo são solidários com a Comissão Política do Partido Frelimo na selecção de apenas três précandidatos à presidência da República (a versão física do jornal ostenta seis colunas em primeira página com o título "Combatentes firmes" e uma foto do presidente Armando Guebuza a quatro colunas), aqui. Mas a versão digital do "Canal de Moçambique" escreve que os antigos combatentes querem espaço para mais précandidatos e a reestruturação do secretariado-geral do partido, o que poderá implicar a queda do secretário-geral, Filipe Paúnde. Aqui. Recorde neste diário aqui.
Observação: isto mostra o cuidado a ter com as fontes e com a informação disponível, o que não sucede com os jornais despacha-rápido, os ávidos blogueiros do copia/cola/mexerica e certos autores de redes sociais do género mergulha-depressa, apreciadores do primeiro ciberpeixe que vem à rede.
Adenda às 18:24: sobre o tema, nem uma palavra neste trabalho no portal da "Rádio Moçambique", aqui.
Adenda 2 às 18:35: a versão digital do "O País" está no mesmo diapasão do "Canal de Moçambique", ressaltando que os combatentes criticaram Filipe Paúnde, aqui.
Adenda 3 às 06:17 de 23/02/2014: finalmente o portal da "Rádio Moçambique" confirma que os veteranos da luta de libertação nacional querem mais précandidatos e uma reestruturação do secretariado-geral, aqui. Imagino como devem estar aqueles valentes espadachins que, em certos jornais, têm sistematicamente combatido o alargamento da rede de précandidatos.
Observação: isto mostra o cuidado a ter com as fontes e com a informação disponível, o que não sucede com os jornais despacha-rápido, os ávidos blogueiros do copia/cola/mexerica e certos autores de redes sociais do género mergulha-depressa, apreciadores do primeiro ciberpeixe que vem à rede.
Adenda às 18:24: sobre o tema, nem uma palavra neste trabalho no portal da "Rádio Moçambique", aqui.
Adenda 2 às 18:35: a versão digital do "O País" está no mesmo diapasão do "Canal de Moçambique", ressaltando que os combatentes criticaram Filipe Paúnde, aqui.
Adenda 3 às 06:17 de 23/02/2014: finalmente o portal da "Rádio Moçambique" confirma que os veteranos da luta de libertação nacional querem mais précandidatos e uma reestruturação do secretariado-geral, aqui. Imagino como devem estar aqueles valentes espadachins que, em certos jornais, têm sistematicamente combatido o alargamento da rede de précandidatos.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Do lastro da Renamo à visibilidade de Muthisse (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
* Séries pessoais: Xenofobia: construção colectiva do inimigo total (3); Do lastro da Renamo à visibilidade de Muthisse (3); Culto aos presidentes (8); A guerra psicológica na possível guerra no país (6); Espírito do deixa-falar (12); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (16); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (78); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)
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