O que representa e continua a representar Barack Obama dentro e fora dos Estados Unidos? Uma apologia de crença, de sonho, uma esperança de melhoria de vida, uma aposta diferente dos discursos clássicos de republicanos e democratas, uma espécie de milenarismo moderado para milhões de pessoas assustadas com a perda dos empregos, com o consumismo, com o endividamento, com o individualismo, com as guerras.
Simples, frugal, exprime o exercício da honestidade, defende a austeridade.
É capaz de reconhecer erros, como que coloca o humano na crista do político hábil.
Não é o Obama negro para uns, misto para outros - verruga de tantos discursos racializantes -, que está aqui em causa.
É o Obama de mudança, da novidade, da recauchutagem dos sonhos, do popular, da retemperação da vida e das relações sociais, vírgula entre a recusa do socialismo autoritário e a evicção do capitalismo predador, protótipo de um novo tipo de dirigente político.
Até que ponto Deviz Simango (na imagem, em campanha política o ano passado) pode, a partir das terras do Chiveve, obamar a vida em Moçambique?
Adenda às 21:25: acabo de saber que se deve realizar nos dias 6 e 7 do próximo mês, cidade da Beira, a conferência constitutiva do Movimento Democrático de Moçambique.