31 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, irão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Notícias da Zambézia e de Nampula via "Diário da Zambézia" e "Wamphula Fax"
* A democracia democratiza-se? (3) (série)
* Fractura social (5) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (série) (recorder aqui e aqui)

Alvo

É uma loja de jogos electrónicos recentemente ampliada na cidade de Maputo. Que tipo de jogos? Todos aqueles que têm um alvo para abater, na terra ou num planeta distante, a alma nua do capitalismo. Tudo simples: precisas aniquilar o teu inimigo, tens uma profusão de armas ao teu dispôr nos vários jogos, podes ser o destruidor que seleccionares, homem, mulher, andrógino, clone, extra-terreste, unicamente terás de vencer os obstáculos, mas isso nada custa desde que tenhas engenho, paciência e dinheiro. Vê tu, não precisas sair do perímetro de um prosaico banco no qual te sentas, o mundo agonístico e vencedor pode ser teu. Vestindo o ambiente festivo, uma música ensurdecedora, instintual, vincadamente reforçando a adrelina dos jovens ali gastando montes de moedas, gritando, aplaudindo. Sinto que um dia terei de estudar este fenómeno.

Penas e execuções de morte 2009


No relatório (divulgado ontem) da Amnistia Internacional sobre o tema em epígrafe, é afirmado que os números para a China estão subestimados. Aqui. Free Translation

A democracia democratiza-se? (2)

Vamos lá a mais um pouco desta nova e curta série.
O compromisso com a democracia (no pressuposto de que todos saibamos o que ela representa), é quase sempre, creio, fascinante na sua ambivalência: mantemo-lo só até onde chega o limite das nossas convicções e dos nossos valores, abandonamo-lo lá onde começa o território da intolerância, daquilo que nos faz desembraiar a recusa, lá onde não é possível democratizar a democracia.
No próximo número tentarei dar alguns exemplos da citada ambivalência.
(continua)

Chissano sobre liderança em África


O ex-presidente da República, Joaquim Chissano, afirmou que África merece melhor liderança, no The African Executive, aqui.Free Translation

Contradição

De acordo com o “Canal de Moçambique” online de hoje, um oficial sénior da polícia lamentou que um tribunal tivesse mandado restituir à liberdade 17 indivíduos acusados de crimes à mão armada e que aguardavam julgamento na prisão de máxima segurança em Maputo. Aqui.
Observação: esta é uma contradição merecedora de amplo debate.

Ainda sobre a explosão de ontem

Ainda sobre a explosão ontem registada numa moto na Avenida do Zimbabwe, reportada neste diário aqui, o "Notícias" de hoje escreve que se registaram três feridos graves, três viaturas danificadas com alguma gravidade e vidros estilhaçados em alguns edifícios das redondezas. Um oficial da polícia negou tratar-se de um atentado à bomba. Confira aqui.
Adenda 1: o jornal observa que a explosão se registou "em frente a uma residência que neste momento está a ser habitada por cidadãos de origem asiática". Não entendo o pormenor da "origem asiática".
Adenda 2 às 7: se no "Notícias" se escreveu que a motorizada explodiu em frente a uma residência habitada por cidadãos de "origem asiática", no portal da Rádio Moçambique a explosão ocorreu em frente à residência de um cidadão moçambicano "numa zona onde se encontram baseadas a delegação da SAA (Linhas Aéreas Sul-africanas), as representações diplomáticas dos Estados Unidos da América e da Itália, e ainda a casa de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique." Mas mais: um oficial da polícia surge a dizer que o proprietário da moto é um indivíduo "de raça branca e estatura mediana". Aqui.
Adenda 3 às 9:34: na parte traseira da embaixada norte-americana, Rua Damião Góís, junto a uma escola, pessoas de farda azul estão a revistar carros com o auxílio de um detector mecânico.
Adenda 4 às 9:37: versão do “Canal de Moçambique”, aqui.
Adenda 5 às 12:01: versão do "O País" online, aqui.

30 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, irão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Notícias da Zambézia e de Nampula via "Diário da Zambézia" e "Wamphula Fax"
* A democracia democratiza-se? (2) (série)
* Fractura social (5) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (série) (recorder aqui e aqui)

Pedido de compreensão

Estou (como outros) há vários dias com cortes regulares de energia, a qualquer momento posso deixar de aqui intervir, por vezes procuro usar meios alternativos. As minhas desculpas.

Motorizada armadilhada?

Uma motorizada explodiu esta tarde cerca das 13 horas na Avenida do Zimbabwe, Bairro da Sommerchield, cidade de Maputo, em frente a uma residência que parece ser pertença de Nini Satar e defronte da residência do embaixador italiano, provocando estragos numa viatura que se encontrava próxima. Suspeita-se que a motorizada estivesse armadilhada. Um segundo engenho que nela se encontrava não detonou. A polícia tomou conta do caso - estação televisiva STV no noticiário das 20 horas.
Observação: fenómeno no mínimo inédito, este. Têm os leitores mais pormenores, algo a corrigir?

A democracia democratiza-se? (1)

Tendes aí uma pergunta obviamente perversa. Peço-vos que aguardem a continuidade.
(continua)

No CM


A conferir no "Correio da Manhã", aqui. Obrigado ao leitor que me enviou a referência. Recorde aqui.

Jeremais Langa e os paradigmas

Segundo o jornalista Jeremias Langa, os paradigmas de Bodin e Rousseau mudaram radicalmente. Saiba por quê nesta crónica aqui.

Tsvangirai e Mugabe: aliados contra homosexuais

Inimigos políticos podem tornar-se aliados em questões de um certo tipo. Assim, o primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai (na imagem), afirmou estar de acordo com o presidente Robert Mugabe na recusa de direitos a conceder aos homosexuais. E, naturalmente, foi logo citado pelo jornal governamental The Herald. Aqui, aqui, aqui e aqui.

Cumplicidade

Fascina-me, cada vez mais, a cumplicidade entre a política (passada e presente), o capitalismo (financeiro e comercial) e a apologia da democracia (veemente e televisiva). O investimento imobiliário no nosso país é, creio, entre outros, um bom termómetro a esse nível.
Adenda: sugiro que se leia na edição desta semana do "Magazine Independente" (31/03/2010), o trabalho "Parque da CNE privatizado" (Anselmo Sengo como autor, p. 3), através do qual ficamos a saber que uma empresa chamada Épsilon Investimentos SA (cujos membros o jornal revela) comprou, na cidade de Maputo, o terreno que serviu de parque de estacionamento da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, para ali construir um condomínio - obra a iniciar-se dentro de dias, assegura o semanário - a chamar-se Xiluva (flor), com 12 apartamentos tipo três, ao custo unitário de 480 mil euros. Qualquer pessoa medianamente atenta, sabe o que se passa na cidade em termos de construção de prédios com apartamentos de luxo.

Labirintos

Esse o título do mais recente trabalho de Azagaia, vídeo com arranjo de Pipa Forjaz, aqui.

No CM


"À noite, nenhum enfermeiro para atender os doentes tem estado no centro de saúde" - no “Canal de Moçambique” online de hoje, aqui.

No WF


Uma história rocambolesca a conferir no "Wamphula Fax" de hoje, aqui.

No DZ


A conferir no "Diário da Zambézia" de hoje, aqui.

29 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Roubado carro da polícia em Nampula com agentes no interior ("Wamphula Fax"); camas do Centro de Saúde de Bajone, distrito da Maganja da Costa, província da Zambézia, não têm colchões, parturientes preferem ter os filhos em casa ("Diário da Zambézia")
* Fractura social (5) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (3) (série, recorde aqui e aqui)

Quando a pobreza não escolhe a "raça"


Existem milhões de pobres na África do Sul. A foto em epígrafe pertence a um trabalho da Reuters que descreve e analisa a vida dos sul-africanos pobres que, na maior parte Afrikaners - descendentes de Holandeses e Franceses -, vivem no Coronation Park, em Krugersdorp, oeste de Joanesburgo. Os 29 comentários existentes até ao momento em que escrevo esta postagem, são muitos ricos nas percepções regra geral racializantes, especialmente na emotividade, agressiva ou defensiva, condenatória ou compreensiva, actual ou retrospectiva, dorida ou conformada. Aqui. Free Translation

Owen Maseko continua detido


O conhecido pintor e escultor Owen Maseko - portal aqui - continua detido no Zimbabwe. Confira aqui e aqui. Recorde aqui. Free Translation
Adenda às 16:23: sobre os massacres de Gukurahundi, evocados por Owen, confira aqui e, em livro (copyright da The Catolic Comission for Justice and Peace of Zimbabwe, 1997, 2008), aqui.

Os primeiros Mambas...


A foto (cuja data ignoro) acima foi-me gentilmente enviada pela Paula Libombo. Julgo identificar seis dos 11 membros da equipa, logo a contar do falecido Sebastão Marcos Mabote, de Joaquim Alberto Chipande e de Joaquim Alberto Chissano, primeiro, segundo e terceiro à esquerda entre os que estão de pé...Quer o leitor identificar os outros? E indicar a data da foto?

Zimbabwe: detidos pintor e director de galeria

"O conhecido artista zimbabweano, Owen Maseko (imagem à direita), e o director da Galeria Nacional de Arte de Bulawayo, foram presos na passada sexta-feira, um dia depois de terem inaugurado uma exposição de quadros alusiva à era Gukurahundi." Aqui e aqui.
Adenda às 14: leia ainda aqui e aqui.

Comício do governador às moscas

De acordo com o "Notícias" online de hoje, residentes (aí compreendidos militantes e simpatizantes do partido no poder) do distrito de Homoíne, província de Inhambane, não foram a um comício do governador Agostinho Trinta, em protesto contra a má gestão distrital. Aqui.
Adenda às 6:05: evento inédito, no mínimo. Entretanto, a peça do jornal refere a lagoa de Pembe, que afirma ser sagrada. Sobre ela, confira postagens anteriores aqui e aqui.

Por suspeita de tráfico

Segundo o Eyewitness News, sete pessoas foram detidas em Maputo suspeitas de traficar mulheres para a África do Sul como prostitutas. Aqui. Free Translation Recorde aqui e aqui.

Pergunta

Há pelo menos um representante do nosso país no Fórum Urbano Mundial, a decorrer no Rio de Janeiro. A partir daí e para pôr em marcha um programa que melhore a condição de vida de 800 mil pessoas na periferia da cidade de Maputo, nada melhor do que pensar na experiência brasileira. Assim, segundo o jornal "@Verdade", Luís Nhaca, do Planeamento Urbano e Meio Ambiente do Conselho Municipal de Maputo, representante do nosso país no Rio, afirmou que "A nossa proposta de projeto para o bairro Chamanculo teve como referência o que o Brasil está a fazer". Pergunta: e quando pensaremos em ter como referência o que Moçambique pode fazer, sem permanente referência ao exterior?

28 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Fractura social (5) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Pergunta
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (3) (série, recorde aqui e aqui)

Três na AR (3)

Mais um pouco da série.
Com maioria qualificada, a Frelimo está formalmente tranquila no que concerne ao que dizer e ao que decidir na Assembleia da República.
Mas tem dois obstáculos: as duas bancadas da oposição presentes - Renamo e MDM - e digamos que a "bancada fiscalizadora" à distância dos doadores.
O que isso quer dizer?
(continua)

Fractura social (4)


Mais um pouco desta série com uma recensão crítica ao livro Planeta de Bairros de Lata, do urbanista Mike Davis: "(...) o seu objectivo é exactamente uma compreensão científica de como é exactamente a vida – e o que é que o futuro lhes reserva – dos mais de mil milhões de pessoas que vivem nas favelas brasileiras, nos pueblos jovenes peruanos, na cidade de lixo de Manila, nos bairros dos cemitérios habitados por um milhão de pessoas no Cairo, pelos milhões de pessoas que vivem sem água corrente nem esgotos em Lagos, Mumbai (Bombaim) e Jacarta e nos desakota de Colombo (no Sri Lanka). O seu argumento principal é que, enquanto hoje, pela primeira vez, mais de metade dos habitantes do planeta vivem em cidades, isso não acontece, em termos humanos, devido ao sucesso do capitalismo, mas sim ao seu falhanço em fornecer um verdadeiro lugar neste mundo para aqueles que o seu crescimento afastou das zonas rurais."
(continua)

Inspecção de viaturas não dá para Africanos? (8)


O fim desta série.
As inspecções anuais vão manter-se, como tantas outras coisas possuem dignidade legal, um diploma ministerial tornou-as obrigatórias.
Porém, como tantas outras coisas também, pode acontecer que gente haja que continuará a usar digamos que a técnica do palimpsesto: apagar o texto legal, diurno, oficial, para em seu lugar escrever, como sempre, o texto do dia-a-dia, informal, do deixa-andar. Essa é uma forma de vida que permite, ao nível de certos tipos de actores e de certas situações, (1) a redistribuição de réditos e (2) o barateamentos dos custos.
(fim)

Ideologia e dominação social

Em texto de admirável simplicidade apresentado em powerpoint, Fabiana Bessegatto desenvolve o tema em epígrafe, texto excelente para descodificarmos trabalhos e intenções que, frequentemente, se apresentam neutrais e inocentes. Aqui.

27 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Inspecção de viaturas não dá para Africanos? (8) (série)
* Fractura social (4) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (3) (série, recorde aqui e aqui)

Sinta

Fractura social (3)

Continuidade da série.
Em Angola, novos projectos imobiliários têm dado origem à expulsão compulsiva de pessoas vivendo em bairros pobres. Isto está a passar-se, por exemplo, em Benguela. Confira
aqui, aqui, aqui. Free Translation
(continua)

Faleceu Albino Magaia

Faleceu ontem em Maputo, aos 63 anos, o jornalista, escritor e poeta Albino Magaia, reportou a Rádio Moçambique. Pêsames à família, paz à sua alma.

Quem é o dono do mosquito? (5)


O fim desta curta série.
Como em muitos outros momentos deste diário (mas também em vários dos meus livros), tenho procurado mostrar que devemos abandonar os nossos "eus" para tentarmos entender os "outros", a racionalidade desses "outros".

Neste caso da fumigação negada, devemos partir imediatamente do princípio de que algo molestou e molesta os habitantes do Namialo, só nos restando saber, com humildade, o quê.
Se não fizermos isso, podemos correr o risco de vermos os habitantes de Namialo pensarem que os mosquitos, afinal, têm dono, um pouco como em 2002/2003 pensaram os habitantes de Muidumbe que os leões tinham dono.
(fim)

Dossier


Confira um dossier com peças do semanário "Savana" de 26/03/2010, aqui.

Um novo jornal


Um novo jornal, de Tete, na íntegra aqui. Obrigado à IMI pelo envio.

26 março 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas de postagens que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Um novo jornal: Calowera (Tete, primeira edição); dossier "Savana"
* Quem é o dono do mosquito? (5) (série)
* Inspecção de viaturas não dá para Africanos? (8) (série)
* Fractura social (3) (série)
* Três na AR (4) (série)
* Já nos descolonizámos? (9) (série)
* O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (8) (série)
* Moçambique dentro de 30 anos (3) (série, recorde aqui e aqui)

Tráfico de mulheres em Maputo



Na edição do "Savana" desta semana, datado de 26/03/2010, aqui. O trabalho é baseado numa peça do City Press (recorde uma postagem antecipadora minha de 22 de Março), aqui. Free Translation
Adenda: num livro meu de 2006, o "Tatá papá, tatá mamã", há uma análise em profundidade dos traumas em jovens raparigas enredadas no tráfico, acompanhada de entrevistas feitas em Maputo e em Mpumalanga.
Adenda 2: teremos um dia, com profundidade, face ao exemplo chocante acima, de avaliar várias coisas do e no nosso país, por exemplo sobre o impacto social da apologia da riqueza e do enriquecimento feita em certos quadrantes.