A estigmatização colectiva aparece muitas vezes como algo natural, como algo personalizável, como simples aversão de certos indivíduos por outros, como algo que tem unicamente a ver com pessoas boas e com pessoas más, como algo independente das relações sociais e, em particular, da luta política por recursos de poder. Quem quer chegar ao poder político, quem se apresenta colectivamente como grupo aspirando a disputar recursos de poder, sofrerá uma impiedosa e permanente estigmatização por parte dos gestores actuais desses recursos. Os mais pequenos pormenores serão usados e ampliados como marcadores da panóplia estigmatizante.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Professor: agradecia uma série sobre minorias.
Muito bem dito Professor
Realmente. Um sociologo Frances que morreu em 2001 (Pierre Bourdieu) falou de forma interessante sobre este assunto (Para ele as pessoas que detem o poder sempre estao em situacao previlegiada para rotular e elaborar uma imagem auto-projectada de si). Em tempos escrevi um artigo sobre
"a construcao social de identidades colectivos nas vesperas dos periodos eleitorais" muitas vezes carregados de estigmas ou rotulos sociais depreciativos e consequente morte das identidades individuais.
Tal como se tenta produzir identidades relacionadas com origem da pessoa (ex Beirenses sao confusos)
Na natureza, a uma acção corresponde sempre uma reacção, p.e: “quem semeia ventos colhe tempestades”.
Assim, quem luta (veja-se a associação à ideia de guerra) para atingir seja que objectivo (forma de poder) for, procura munir-se de meios tão sofisticados quanto possível, para mais facilmente lá chegar, e, se o lugar tiver “inquilino” para o desalojar e içar a bandeira com seus símbolos.
Ora, seguindo a mesma lei da natureza, quem está no poder adopta o lema: “quem seus inimigos poupa às mãos lhe cairá”, logo, não descura as mais ínfimas oportunidades para fragilizar ou mesmo eliminar os adversários…
… mesmo sujeitando-se a algumas advertências, quando existam árbitros com regras e regulamentos para tentar fazer respeitar
É o que assistimos na nossa ARENA POLÍTICA (arena = lugar de confrontos), na ARENA dos nossos locais de trabalho, em tudo, por mais que tentemos camuflar com atitudes "politicamente correctas".
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