Música: Obrigado Pai Natal
Artista:
Azagaia Label:
Cotonete RecordsI
2007 começou no meio de chuva e champagne
Ninguém previa que ainda vinha muito chumbo e sangue
Távamos todos a ressacar, babalaze de fim de ano
Povo dança pa não chorar, parece filme indiano
Janeiro:
Começa com a Soico e os tribunais
"Bens penhorados devolvidos", lia-se em todos os jornais
E recebíamos a polémica visita oriental
O presidente da China senhor Hu Jintao
E é claro que rubricámos vários acordos pragmáticos
Uma Barragem no Zambeze, e a construção do novo estádio
E a China é generosa...
só quer madeira em troca
E desfloresta a nossa mata, com nossa mão-de-obra
Barata, e não se boicota como na Zâmbia
Deixa o povo só falar enquanto o nosso negócio anda
Cahora Bassa abre comportas inunda o vale do Zambeze
Deixa famílias ao relento, em Fevereiro isto acontece
Enquanto isso Ciclone Flávio faz mais outros reféns
E as ajudas são benvindas, em dinheiro ou em bens
As calamidades não descansam põem à prova o nosso povo
É tanta ajuda p'ra gerir põe à prova o nosso bolso
Março:
Dia 22, quinta feira
O nosso paiol explodia, eram estrondos e poeira
Terror em Laulane, Bagamoyo, e Malhazine
De Jardim a Hulene, Aeroporto e Magoanine
CORO:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
II
O povo...
Pede a cabeça do ministro
Ali em frente a assembleia,
Nunca vi nada igual isto
Mas a polícia teve e lá
E prendeu os manifestantes
Repôs a paz, lei e ordem...
No seio dos governantes
Inquéritos não deram em nada
Mais um acidente natural
Causado pelo calor, só despesas de funeral
Se não há provas não há crime
Quase mil entre mortos e feridos
É o balanço do Paiol de Malhazine.
Abril:
A polícia fuzilava à luz da lua
Lá no bairro costa de sol
Que não brilhava aquela altura
O PGR, rendia-se à famosa velha luta
Contra o Crime Organizado
Na Assembleia da República
(he) Quis pescar com rede fina peixe graúdo
Ninguém foi às audiências,
Nunca se viu tamanho insulto
Maio:
Mais um Shopping Center em Maputo
É a pobreza absoluta combatida com o luxo
E o Ministério da Agricultura queimava os seus arquivos
Mais um curto-circuito, não há provas nem arguidos
Lá se foi a base de dados da PROAGRI
Junho, Julho, Agosto, o juiz Paulino
O novo Procurador-Geral, tirou 7 do caminho
É bom que ele venha devagarinho
Porque a coisa tá quente no País do Foguinho.
CORO:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
De nada, filho.
III "Agora matam-se entre eles
Traição na corporação"
Parece que o tal do Azagaia tinha razão.
Agostinho Chaúque
O homem que deu cabo da saúde
De polícias implacáveis ao crime Chaúque
Não perde de tempo com fraudes
Este homem assalta bancos
Afoga Mambas no Rio,
Só em polícias foram tantos
E o deixa-andar não deixou de mais uma vez ganhar um prémio
Mo-Ibraim, parabéns camarada você é um génio
Excelente governação,
O presidente sem governo
Agora acredito que existe
O paraíso eterno.
Novembro:
Sentimos todos no calor de Tete
O PR emocionar-se com a sua jogada de mestre
É que a dívida que ainda é dívida já não é dívida pra o povo
E não importa quem duvida, se quem duvida não é o povo
E é segredo bem guardado nos negócios do Estado
Esse enredo de empossarmos... o que pedimos emprestado
Com ajuda desse Banco muito bem selecionado
"Cabora Bassa já é nossa", cada um tira o seu bocado.
CORO 2X:
Pelos casos que abafamos
Pelos carros que importamos
O salário que ganhamos
Obrigado Pai natal
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
Pelo povo que roubamos
Pelos danos que causamos
E no fim não pagamos
Obrigado Pai Natal
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
De nada, filho
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