"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem" (Bertolt Brecht)
Continuamos, na Unidade de Diagnóstico Social e na pesquisa sobre linchamentos, a trabalhar nas redacções feitas por centenas de alunos do 2.º grau em Beira, Nampula, Maputo e Matola, em resposta à pergunta: "O que devemos fazer a um ladrão?" (recorde exemplos anteriores aqui e aqui). Ainda não completámos o trabalho estatístico, mas é interessante verificar a frequência com que as crianças propõem que o ladrão seja capturado, amarrado e punido antes de ser entregue à polícia (se essa for a proposta, porque não poucas crianças propõem a justiça sumária e definitiva sem recurso à polícia). A ideia de que o ladrão deve sofrer, frequentemente sofrer de forma dura, aparece em muitas redacções, como, por exemplo, nesta, escrita por uma menina da Matola, a cerca de 20 quilómetros da cidade de Maputo (amplie a imagem clicando duas vezes no lado esquerdo do rato):
6 comentários:
Professor, essas perguntas sao sobre que ladroes os de patos e galinhas e patos, aqueles que correm depois de roubar, ou aqueles que roubam coisas invisiveis, ou visiveis apenas quando ostentam bens altamente caros, os que sentam no conforto depois de cada desvio (bem mais grave que roubo), desviou o dinheiro para a estrada implica que nao vai haver estrada.
Excelente questão! Mas não especificámos o tipo de ladrão...
Quando publica os resultados deste estudo? Estarão acessíveis online? Deve ser muito estimulante estar a realizar esse estudo sobre as crianças moçambicanas.
Esta coisa de blogar dá mesmo muito trabalho e responsabilidade, além de nos agarrar ao computer. Mas o que não fazemos para mudar o mundo? Abraço
Bem, o trabalho prossegue e o término será um livro, com um terceiro se minário preparatório no próximo ano, livro que terá tb a participação da Jacqueline Sinhoretto, referida várias vezes no diário. Ver-se-á a possibilidade de disponibilizar o trabalho online. Abraço.
Estes miúdos são a favor da justiça pelas próprias mãos!
Parece-me de extremo interesse este seu trabalho. Desejo que corra bem e aguardo pelos resultados.
Sim, Helena, vamos aguardar. Índico abraço.
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