Três grandes temas preenchem as preocupações dos cantores moçambicanos desde 1992: o amor, as catástrofes naturais (especialmente as cheias), a pobreza e a carestia de vida. A pobreza e a carestia de vida são temas permanentes. Cantores como Jeremias Ngwenha (falecido), Roberto Chitsondzo, Zaida Chongo (falecida), Mingas, Sharifo Salimo, David Mazembe, Claudino Andrade, Madala, Azagaia, os membros da banda Gprofam e outros cantam a pobreza, os preços, a fome, o enriquecimento das elites, etc. Eis a letra de uma canção composta e cantada por Sharifo Salimo:
I
Eu juro em nome de Deus
Primeiro invoco em nome de Deus e sua força
Peço por favor
Perdoa-me com a minha música
Com a minha companhia
Coro
Por favor, peço perdão
Por favor, peço perdão
II
Em Nampula cada vez mais não há serviço
Locais de trabalho acabaram por vender
Empresa está vendida
Homens e mulheres passam os dias a chorar
Pelo caminho
Devido à falta de serviço
III
Jovens querem vestir
Criar um lar também querem
Outros o trabalho é roubar
Os bêbedos vendem
Desempregados fumam suruma
Coro
Hé! Há falta de serviço, Senhores!
Hé!, Há sofrimentos, Senhores!
Hé!, Até quando, Família!
(Tradução do Emakhwa para Português feita pelo cantor)
Eu juro em nome de Deus
Primeiro invoco em nome de Deus e sua força
Peço por favor
Perdoa-me com a minha música
Com a minha companhia
Coro
Por favor, peço perdão
Por favor, peço perdão
II
Em Nampula cada vez mais não há serviço
Locais de trabalho acabaram por vender
Empresa está vendida
Homens e mulheres passam os dias a chorar
Pelo caminho
Devido à falta de serviço
III
Jovens querem vestir
Criar um lar também querem
Outros o trabalho é roubar
Os bêbedos vendem
Desempregados fumam suruma
Coro
Hé! Há falta de serviço, Senhores!
Hé!, Há sofrimentos, Senhores!
Hé!, Até quando, Família!
(Tradução do Emakhwa para Português feita pelo cantor)
4 comentários:
Precisamos de elaborar uma teoria sistemática da corrupção que mata os sonhos. A corrupção é o inimigo mortal das grandes causas. Marx desprezou isso que era referido pelos mestres.
Uma multidão de referências a respeito povoa a obra de Marx, mas, efectivamente, ele não as tratou teoricamente. Existem vários autores que fizeram da corrupção o eixo das suas obras. Tente ler, por exemplo, Jean-François Médard e o aproveitamento que fez (infelizmente faleceu o ano passado)do conceito "patrimonial" de Weber. Abraço.
Obrigado pelo livro.
Acabei de editar post sobre a burocracia, tentando ligar algumas noções defendidas noutros posts. Quase chego à conclusão que o Estado está ao serviço da nova classe dirigente e está mesmo. Basta pensar nos seus vencimentos e reformas, nas acções ou empresas que adquirem, etc. Isto é corrupção vista do ponto de vista político e não moralista, como se faz. Abraço
Lerei o seu post sobre a bucrocracia!
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