12 novembro 2007

MC Kapa: o azagaia de Angola

"Eu penso que já é altura de construirmos uma mentalidade social desapegada de interesses partidários. Reprovo a ideia de que a participação a vida política e social tem que ser uma exclusividade de partidos e políticos. A sociedade civil não é constituída apenas por partidos políticos, eu sou militante de uma Angola melhor aonde a paz se faz acompanhar do seu ingrediente fundamental, a justiça social; onde os recursos naturais representam sinónimos de estabilidade, progresso e qualidade de vida; aonde o tempo entra como uma variável na equação da vida como um recurso irrenovável; aonde cada um de nós se sinta parte do conjunto, com educação e saúde; onde a governação se assenta no principio da transparência e seriedade. Logo não sou militante da UNITA nem do MPLA... o meu exercício artístico não traz cores partidárias." Oiça-o aqui.
E, já agora, recorde Edson da Luz, o nosso azagaia, aqui.

11 comentários:

Ivone Soares disse...

Parabéns ao MC K.

chapa100 disse...

vejam o ultimo post do patricio langa

Carlos Serra disse...

Ivione, oiça o trabalho no chapa do MCK...

Anónimo disse...

Minhas colunas estão loucas. Fazem um ruído ensurdecedor. Escuto em breve.
Obrigada. Vou visitar o blog do Patricio, parece que há algo relacionado. Até já.
Ivone

GproWebmaster disse...

Caro Carlos Serra...

Vejo que cada vez mais se envolve com o RAP... E por isso venho lhe aconcelhar a ouvir o rapper portugues VALETE, os albuns SERVICO PUBLICO (chegou a ser ligeiramente distribuido pela GPRO aqui em Mocambique)e o albun anterior, EDUCACAO VISUAL...

É uma referencia incontornável no RAP de qualidade e com conteudo.

O album do Azagaia está um show...já agora.
Saudacoes

Carlos Serra disse...

Sim, ouvirei...

Anónimo disse...

GPRO

Talvez o Dr. Serra se desinteresse pelos albums de Valete não só pelo conteúdo explícito, mas porque aquele é um esquerdista assumido e admirador do GRANDE Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique e ex presidente da FRELIMO que parece ser um nó na garganta do professor.

Martin,

Anónimo disse...

Mesmo sendo no na garganta, vale a pena ouvir Valete, suburbios e um dos temas interessantes. Parece que alguma juventude cansou-se de ser futuro e esta participar no presente na politica, fora dos lugares habituais da politica. Precisamos mais.

Anónimo disse...

Para que o Dr. Serra saiba o que lhe espera vai ai uma LETRINHA de Valete (eliminei o "conteúdo explícito")

Martin,

Eu cresci num quarto trancado com livros de Marx e Pepetela
Alimentado por parágrafos de Nelson Mandela
Foi esta a fonte do ódio que agora já não escondo
Este foi o som que inalei na voz de Zeca Afonso

Ninguem me separa deste guevara que tenho em mim
e podes ver na minha cara a raiva de Lenine
Eu choro este sangue que devora o espírito
e choca os mais sensíveis e torna-me um monstro como Estaline

Valete a.k.a Ciclone Underground, nigga
O filho do bastardo da vossa opressão, nigga
Eu tenho nos meus olhos a cor da insurreição, nigga
Sou como Malcom-x com o microfone na mão

Eu desenterro vítimas de genocídio capitalista
E levo mais comigo para a rebelião
Eu sou o primeiro a marchar para esta revolução
Tu és o primeiro a bazar na hora da intervenção

Eu vim para ressuscitar Lumumba, Ghandi e Arafat
E os nossos homens de combate através desta canção
Pai, eu tatuei no meu peito a Tua imagem
Para respirar através dela a Tua batalha e a Tua
coragem

Hoje eu trago nos meus braços a Tua alma e a Tua
mensagem
E as escumalhas não sabem que jamais irão levar
vantagem
Nós vestimos a farda de Xanana
E levamos drama do terceiro mundo à casa branca

Desfilamos com a mesma gana que tropas em Havana
E com a resistência suburbana desta convicção cubana
Toma, esta ira psicopata deste filho de Zapata
Activismo de vanguarda é o registo de som

Eu trago a obstinação com que Luther King abalou
E a mesma solução todo o meu people sonhou
Eu sou aquele mundo novo que Bob Marley cantou
Esboço desse sofrimento todo meu povo guardou

(Refrão)
Eu sigo este caminho que o ódio abriu para mim
E serei um dos guerreiros que aplaudirão no fim
Este é o som da revolução que em breve chegará
Eu sou anti-herói, que nunca se renderá
Eu sou um dos filhos deste mundo que a Luta inspirou
No mesmo trilho da mensagem que Cabral deixou
Esta é a voz da justiça que um dia se afirmará
Eu sou o anti-herói que o povo aclamará

Enquanto eu me enveneno com este rancor
Vou pondo balas no carregador para abater esses
opressores
Esta é a missão dos peronistas, que eu assumi na hora
Com a determinação que herdei da minha progenitora

Ninguém pára a frente armada que eu comando agora
Combate a escória na alvorada como fez Samora
Eu trago nesta oratória a história dos filhos que
viram a morte inglória dos pais
E que hoje anseiam desforra

Na Palestina, no Cambodja, Vietname, Angola
No Iraque, Na Somália, Afeganistão e Bósnia
Esse é o grito desse mundo que chora e implora
Pela justiça dos homens porque já viram que Deus não
acorda

Vítimas de quem fez de todo o mundo seu património
Da hipocrisia assassina do FMI e da ONU
É o povo anónimo cobaia de liberalismo económico
Que sai das amarras eufórico para combater o demónio

Eu sou aquele que vocês chamaram de fundamentalista
Quando eu disse que era um trotskista belicista
Posicionei-me assim contra a América imperialista
Aqui está o vosso kamikaze terrorista

Farto de vos ver sentados, manipulados
Por uma televisão que vos deixa impávidos e
formatados
Asnáticos inconformados, fechados e enganados
Otarios e atrasados, inválidos e atordoados

Nós estamos do lado contrário nesta jornada cheia de
gente angustiada
Traumatizada por um passado onde foram pisadas,
martirizadas
Apedrejadas, excluídas, extorquidas, extropiadas
Cuspidas

Por uma brigada Desalmada de parasitas
Que devastaram arrasaram vidas
E agora vão pagar com a descarga
Desta entifada criada pelos homens que vocês flagelara
E sobraram com guerra para vingar aqueles que não ficaram

(Refrão)

Eu sigo este caminho que o ódio abriu para mim
E serei um dos guerreiros que aplaudirão no fim
Este é o som da revolução que em breve chegará
Eu sou anti-herói, que nunca se renderá
Eu sou um dos filhos deste mundo que a luta inspirou
No mesmo trilho da mensagem que Cabral deixou
Esta é a voz da justiça que um dia se afirmará
Eu sou o anti-herói que o povo aclamará

Martin

Carlos Serra disse...

Olá a todos! Bem, prosseguirei ouvindo e registando coisas fascinantes. Abraço a todos!

Anónimo disse...

Martin, olhando na letra do VALETE, o quê é que resta na Frelimo? A Frelimo é esquerdista? De que modo? A Frelimo não é capitalista? Como não? A Frelimo não faz terror? como? quem asfixia dezena de cidadãos, e mais mortes provadas ou que se negam provar...

Ainda bem, Martin, ajude-nos e bem.