Duas imagens para ilustrarem a saída do primeiro álbum de Edson da Luz, azagaia de seu nome artístico.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
Isto ainda vai dar uma maka!! Eu so to aki com pau prontinho pra ajudar.
Que bom, meus amigos! Isto é que é mostrar o que o Povo pensa. Analisem!
MSR
tenho informacoes fidedignas que no lancamento venderam-se perto de 700 copias do album...e ja esta disponivel na bang´s fashion...acho que isto prova que nao so os mocambicanos compram musica mocambicana de qualidade mas tambem que hiphop de qualidade tem mercado, que vai contra os discursos de muitos. forca aza
Digam-me uma coisa: qual a razão ou quais as razões de tão grande afluência ao lançamento do álbum e da compra de tantos cds?
Sim, a referência vem no blogue do cotonetmoz. E as fotos mostram muita gente jovem.
Julgo que a mensagem que Azagaia nos trouxe estava engasgada na garganta de muitos. Daí o sucesso. É um palpite!
Abraços
Penso que as pessoas se revêm em muito do que ele diz e canta. Tenho reparado que, se o povo sempre teve a tendência e tentação de criticar e falar mal de quem os governa, desde o incidente do paiól em particular sentiu-se uma maior unanimidade na crítica a este governo, a que acresceu aquela fase bastante feia dos assassinatos quase semanais a polícia (e entre polícias) e dos assaltos quase diários a bancos e estabelecimentos comerciais etc.
Havendo esta maior unanimidade crítica com relação ao governo de Guebuza, e surgindo quem tenha a coragem de publicamente assumir essas críticas (in casu o Azagaia), natural que as pessoas vão atrás.
Já diz o ditado que a ocasião faz o ladrão. Aplicando este provérbio por analogia a este caso, pode-se dizer que o Azagaia soube tirar partido da conjuntura actual da sociedade moçambicana e lançar-se num momento em que as pessoas precisavam exactamente de alguém que assumisse esta postura.
Faz-me lembrar o Gabriel O Pensador quando surgiu no Brasil a fazer forte crítica social e o forte impacto que teve, e que coincidiu precisamente com aquele escandâlo todo do Fernando Collor de Melo. Daí a famosa música "matei o presidente", e faz-me lembrar aqui em Portugal os Black company quando lançaram a música "Não sabe nadar", que coincidiu com a polémica à volta da construção de uma barragem que, se fosse avante, inundaria as gravuras rupestres do Parque de Foz Côa.
Daí ter ficado famosa a frase "as gravuras não sabem nadar".
Enfim... analogicamente aplicando o provérbio, o ladrão Azagaia aproveitou a ocasião.
Paulo Ferreira
Porque este país precisa sempre de novas profecias ou profetas, para acalentar o espirito. Veja-se como prolifera o negócio da fé. É o país das crenças, das profecias e dos profetas. A sociedade se produz e reproduz através del[es]as. Para o caso em apreço, fico sem saber se é o perfil ousado do Azagaia ou que ele canta, que provoca todo este alvoroço; se é o criador ou a obra, que encanta as pessoas. O Azagaia ou o que ele canta, é a nova[o] profe[ta]cia que vem substituir outr[o]as já em crise. A título de exemplo, “o deixa andar”, “combate a pobreza absoluta”, “combate a corrupção”, ou o o Jeremias Ngwenha, Gpro Fam,... Esta nossa maldita mania de querermos falar sempre através dos outros; de usarmos os outros como os mensageiros das nossas angústias; de acreditar que os outros é que farão o nosso trabalho; que cumprirão com o nosso dever. No mundo da mudez, quem entende a lingua dos mudos, vira martir. Todavia, não pretendo com esta observação retirar o mérito ao AZAGAIA.
JJM
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