15 novembro 2007

Matando a galinha dos ovos de ouro

A postagem anterior deu conta de que há gente que deve uma boa fortuna ao Banco Austral.
Ora, esse banco é de má memória para uns, de boa para outros.
Na boa memória de uns - de uma dada elite deste país- o banco foi um autêntico pivot de acumulação primitiva de capital. Por isso nada custa recordar aqui uma série de artigos escritos em 2001 pelo jornalista e professor universitário Joseph Hanlon e publicados no metical de Carlos Cardoso no mesmo ano, cujo parágrafo de lançamento foi o seguinte:
"Mais de 400 milhões de dólares desapareceram do sistema bancário na década de 90 em Moçambique. Carlos Cardoso (nota minha: 7.º aniversário do assassinato comemora-se a 22 deste mês) e António Siba-Siba Macuácua (nota minha: assassinado a 11 de Agosto de 2001) foram provavelmente assassinados para impedir a verdade sobre isto e sobre a maneira como os roubos foram efectuados."

21 comentários:

Anónimo disse...

Tolerância ZERO! Faz-me rir...

Anónimo disse...

Corrupcao e roubar galinhas, carteiras e celulares, vender na rua tambem, guerra cerrada contra os corruptos.

Anónimo disse...

Por causa de tanta recusa que anda por aqui já eu havia pensado deste artigo, para provocar os que negam o que eles próprios sabem. Mas esta não é a solucão porque esses que recusam far-se-á de não visitar o blogue como fizeram no blogue do Machado da Graca. Esse tipo de cidadãos desapareceu, logo que ele comecou a publicar o artigo em partes. Isso é que é pena. Mas também é preciso saber-se que muitas vezes são contra o estudo dos outros.
Veja-se que dizem se lembrar do que Kaunda disse, mas não se lembram do que Samora disse quanto à corrupcão.
Estamos mal.

António

Salvador Langa disse...

Xi manos ainda bem que podemos recordar esta história da galinha ainda bem.

Anónimo disse...

As quizumbas que querem ser ricas gazetam hoje?

Anónimo disse...

E faltam akeles do bulabula maningue inteligente.
B.Langa

Anónimo disse...

Eu disse que os que dizem que em Mocambique não há corrupcão, não há ladrões, estamos a ser bem governados por um governo com princípios bem assentes no comunismo ou socialismo no seu sentido próprio, um governo que luta contra o capitalismo selvagem, que distribuem o recursos justamente, etc, etc, OS QUE PENSAM, fingiriam que esta postagem não existe.
Se um dia aparecerem, dirão que Joseph Hanlon é maluco, está insinuar, etc, etc,

Onde estão? ...
Onde estão?...
Onde estão?....

Anónimo disse...

Enquanto o blog for um bom espaço para o debate de ideias creio que ninguém o vai abandonar. Mesmo nós que insistimos numa abordagem mais responsável dos assuntos de desenvolvimento da nossa terra.

No entanto, se o blog resvalar para a maledicência, para a fofoca e para a mentira permanentes, nesse caso, eu não pediria licença a ninguém para sair.

Porque é que eu deveria considerar o que Hanlon escreve como a única explicação do mundo e, mais particularmente, das questões de desenvolvimento de Moçambique? Se eu interpelo o Professor Carlos Serra e, muitas vezes, discordo das suas ideias, porquê tinha que venerar o britânico? Por ser estrangeiro?

Se eu tivesse a paciência de ler a sua prosa podem estar certos de que iria interpela-lo. Afinal eu não creio que ele seja mais sábio que o decano da sociologia moçambicana. E este tem aceite dialogar e discutir ideias. Por isso tem este espaço.

No meu caso só não comentei porque não tenho disponibilidade para ler o que esse indivíduo escreveu. Talvez noutra ocasião.

Obed L. Khan

Anónimo disse...

Haverá alguém que pense que neste país tudo está bem? Caso haja, certamente não é nenhum dos que recusam uma abordagem leviana das mazelas que afectam Moçambique.

Haverá alguém que pense que tudo está mal neste país. Parece que sim. O sr. António e alguns outros parece fazerem parte deste grupo.

Se eles se sentem felizes por apresentar o seu próprio país (porque suponho que são, de facto, meus compatriotas) como o lugar de todos os males que é que nós podemos fazer? Nada! Apenas concluir que as causas da felicidade são das mais díspares. Isto funcionaria, quiçá, como prova de que o auto-aviltamento pode ser motivo de contentamento. Uma matéria para médicos especializados.

Eu e mais alguns regozijamo-nos, porque trabalhamos para isso, quando ouvimos de instituições credíveis, que Moçambique é o país africano que, na última década, teve o melhor desempenho exconómico entre aqueles privados de petróleo, com uma taxa média de crescimento de mais de 8% (ver o Africa Development Indicators 2007 do International Bank
for Reconstruction and Development/The World Bank). Este relatório foi finalizado em Outubro deste ano.

No cômputo de todos os países africanos, incluindo os que possuem petróleo, Moçambique quedou-se na 3.ª posição. Aqueles que se comprazem com as desgraças do país hão-de ignorar estes dados. Suspeito que os seus heróis (Hanlon e companhia) também não falarão deles.

Gabriel Matsinhe

Anónimo disse...

Falando de galinhas dos ovos de ouro, é verdade Professor que conseguiu, com o seu modesto salário de docente, colocar seu filho a estudar em univesidades portuguesas?

Pelo menos é isso que dizem Aparício e Martin. Afinal o Professor não é pobre? Não anda condenando aqueles que enviam seus filhos para o estrangeiro?

Professor, Professor....

Anónimo disse...

Matsinhe, Obed, anónimo, estou MUITÍSSIMO FELIZ PELAS RESPOSTAS. Ao menos apareceram. Quem venham os demais! Assim se vê o que se prevê. O estudo do outro não vale e pior ainda se for um estrangeiro?!?! Haviam desaparecido, mas forcados dizem o mesmo.

E, vocês Obed, Matsinhe e companhia não são afinal moçambicanos? Como se desculpam que o artigo lançado no mol (Moçambique online) em 2001, um lugar que foi o mais e único popular até há dois ou três anos não o tenham lido? Eis: (http://www.mol.co.mz/noticias/metical/2001/mt010917.html)

Ou como não puderam ler no Ideias para Debate do Machado da Graça publicado em 2005? Digam lá outra coisa, menos essa desculpa. Estou a dispensar aqui muita coisa e alertar consciência de alguns ao mesmo tempo.

Sei em que mergulho e em que me envergonho. Mas os senhores têm que ter coragem de agora falar, porque queriam provas de corrupcão, ladroagem e outros males. Sei que na vossa teoria de auto-estima está o princípio de pôr o feio debaixo do tapete. Nisso devem vocês estarem claros que não PACTUO nem por vossa obrigacão. Teria esse princípio sido universal, não haveria crítica e denúncias à corrupcão nos países ocidentais, onde a maioria tem de comer e onde dormir e, ninguém, em termos de país, é responsável pelos seus orcamentos.

Não desviem a conversa e dizer coisas sem sentido como que vieram para aqui para convencer outra gente. Antes pelo contrário, estão a mostrar quão aliados à corrupcão e delapidacão do Estado mocambicano vocês são.

Digam, DEPOIS de comentarem sobre este artigo, se mesmo com as estatísticas (há pouco erram vc anti-banco mundial, anti-americanos, não é?) se o nosso país não se mantém na cauda dos países mais pobres do mundo? Se o nosso Mocambique não sobrevive por donativos mesmo no seu OGE?

Ninguém aqui disse que estava contra riqueza e ricos. Nem penso que Marx alguma vez tenha pensado nisso. Mas os que pensam que estão a trabalhar para disvirtuar o conteúdo dos assuntos, perguntam se quem comenta neste blog ou o dono do blog é pobre ou não. Que pobreza pensamento?

Anónimo disse...

Duas questões me levam a intervir neste debate: a primeira diz respeito aos escritos do Hanlon e a segunda sobre os indicadores económicos de Moçambique, pontos levantados por Obed e Matsinhe, respectivamente.

1. Os escritos de Hanlon constituem uma das fontes existentes sobre matérias de desenvolvimento, corrupcão e outros aspectos relacionados com Mocambique. Não são apenas "Fofocas". São produto de um trabalho investigativo. Encontram-se lá fontes consultadas. E vós, como académicos, podiam ao menos respeitar isso, mesmo que não estejam de acordo com as teoria lá espostas.

O Marcelo Mosse (do CIP), Mocambicano, também tem se debrucado sobre estas matérias.

2. No que diz respeito ao progresso económico, não há dúvidas que os indicadores sejam bons. Disso posso me contentar, porém tal desempenho económico do país por si só não absorve o espaco para críticas.

Ó caro Matsinhe, as instituicões por ti apontadas (como credíveis), o caso de Banco Mundial, O FMI e outras agências nacionais e internacionais, também denuciam aspectos negativos em Mocambique. Elas reconhecem que nem tudo está bem no país. Se reconheces os dados estatísticos publicados por estas instituicões (por serem credíveis), porque não reconhecer as denúcias de corrupção levantadas pelas mesmas instituições? Já reparaste o relatório sobre a corrupcao (da Amnistia Internacional?), em que posição estamos? Isso não mexe consigo?

Os índices apontados nestes relatórios que te referes são índices de crescimento e geralmente medidos pelo PIB (Produto Interno Bruto), que mede o que foi produzido dentro dos limites territorias de um país, ao longo de um ano (quer com inputs nacionais ou estrangeiros). Por outras, o que a Mozal e a Sasol produzem (cerca de 50% do PIB), também ficam contabilizados no PIB. Mas não se esqueça que sem a Mozal e a Sasol os dados alteram substancialmente.

O indicador em referência apresenta muitas lacunas. Para melhor entender o benefício deste crescimento no seio da populacao, temos que recorrer aos outros indicadores, como é o caso do coeficiente de Gin, o Índice de Desenvolvimento Humano, entre outros. Recomendo para uma análise destes indicadores para chegares a uma conclusão mais completa. Espero que não te desapontes!

Tavares

Anónimo disse...

Creio que ninguém disse que o Estudo de Hanlon não vale nada! O que se disse é que ele não é o dono da Verdade. O que ele escreve pode ser interpelado, pode ser debatido, como se debate o que é dito por Carlos Serra, por Obed, por Florêncio, pelo Elísio Macamo, etc.

O que se está a dizer é que ninguém é dono da Verdade Total.

Anónimo disse...

Sim foi isso e eu estava a prever. É o que algumas dessas pessoas sempre dizem sobre o estudo dos outros.

E veja. oh anónimo, porquê as pessoas negarem em ler esse estudo para depois discutirem?

Anónimo disse...

Nao percebo o que o Antonio esta a debater. Estara a sugerir que deveriamos aceitar acriticamente tudo o que Hanlon escreve?

Obed L. Khan

Anónimo disse...

Não caro Obed, a questão não é aceitar acriticamente tudo o que o Hanlon escreve. Penso que o seu comentário seria mais feliz se ao menos tivesses lido o artigo em causa, independentemente de quem escreveu e sua origem.É que o post colocado aqui fala de dívidas no banco austral e o "Matando a galinha dos ovos de ouro" procura dar explicacao como é que estas dívidas e outras transacoes deixaram o mesmo banco "de pernas para o ar".

Eu pessoalmente lí e ainda questiono certas coisas, embora reconheca o esforco neste estudo em tentar esclarecer como é que ocorreu o desfalque nos tais bancos.

Tavares

Anónimo disse...

Obrigado Tavares. Como é que o Obed perceberia do que se discute se nega ler o artigo? E agora, o que o Obed critica? É criticar quando nos induz que não há donos da verdade, algo que me parece sugerir não "existência de verdade" que falar de donos?

Fando da questão desses bancos, deve saber o Obed do esforco que até chegar-se a chamar uma auditoria de fora, mas ainda nos negam a verdade.

Anónimo disse...

A frequência a este blog testemunha, a meu ver, que me encontro entre os moçambicanos que lêem. Leio novelas, romances, ensaios, artigos científicos e outras fontes de saber.

Quem selecciona as minhas leituras sou eu próprio e mais ninguém. Posso ler um autor durante algum tempo e, depois, decidir que continuando a le-lo não acrescento nada ao meu conhecimento. Nesses casos procuro outros autores. Podem ter a certeza de que foi o que aconteceu com o Hanlon. Já fui um dos seus mais vorazes leitores. Agora não desejo le-lo. Prefiro ler Carlos Serra.

Não queria era ser rude com o Homem. Por isso que falei em disponibilidade. Claro que sei que ele não perde nada por eu não le-lo. Mas eu também não perco meu tempo e paciência.

Obed L. Khan

Anónimo disse...

Mas oh Obed. Sempre entras na lama. Ninguém de obriga a ler seja o que for, mas não tens fundamento de criticar o que não sabes do seu conteúdo. Não é o facto de leres muito ou teres lido muito que te faz conhecer o conteúdo de obras que não leste. Vamos ser sérios.

Para já duvido da tua seriedade, porque o artigo é muito antigo e escrito antes da criacão deste blog do Carlos Serra. Por outro, o artigo foi referenciado neste espaco que comecaste a ler.

Anónimo disse...

Por acaso interpelei algum aspecto do tal texto de Hanlon? O que estava a suceder era que, pelo facto de que eu não estava a comentar tão famosa obra, porque me recusei a, dela, tomar conhecimento, isso foi tomado como prova cabal de que os argumentos do "cientista" me tinham esmagado.

Fui reiteradamente convidado a me pronunciar e que a recusa em faze-lo era a confirmação de que as conclusões de Hanlon eram definitivas.

Precisei tão somente de dizer que não considerava o homem um oráculo. E que as coisas que diz podem ser discutidas. Não as discutia, neste caso, porque não havia lido a grande obra.

O anónimo está a discutir argumentos que não percebeu!

Obed L. Khan

Anónimo disse...

Mas pq Obed e outros recusam em ler este artigo e só dizes (Obed)que Hanlon não é dono de Verdade?

Vê, que antes de vires para cá, já eu previa que havias de recusar de ler este tipo de artigo. Já eu previa que todos aqueles que negam sobre a existência de corrupcão, enriquecimento ilícito, ladrões de colarinha branca, provenientes da Frelimo, recusariam de declararem que leram o artigo. PESSOALMENTE, NÃO ACREDITO QUE NÃO O TENHÁIS LIDO, mas fingem-se.

Eu não desconheco o vosso jogo porque acompanhei com muita atencão uma discussão sobre a corrupcão, e, outras discussões, claro, no blog do Machado da Graca. Bastaria aparecer algo de evidência, as pessoas desapareciam ou desviavam-se do tema.

Eu entendo que Prof Serra postou a entrada para o artigo, para com prova discutirmos os problemas que negáis.

Estamos a discutir e discutiremos sempre sobre enriquecimento ilícito, corrupcão no nosso país. Temos que ser sérios ao invés de recorrer-se até racismo.

Para a tua informacão, sou negro 100 %.