23 novembro 2007

O bem amado FMI

Diz o "O Paísonline" hoje: "Os condicionalismos impostos pelo Fundo Monetário Internacional na concessão de créditos para a educação impedem o governo moçambicano de contratar metade de professores necessários nas escolas públicas, uma vez que aquele banco limita as despesas de salários do Ministério da Educação e Cultura."
De acordo com um estudo, o país precisa de 109 mil professores até 2005.
Quando o Fundo Monetário Internacional diz que estamos no bom caminho, é evidente que o caminho é apenas um: o da alma privada. Quanto mais privada estiver a alma, mais o FMI nos premeia. E, então, por que deveria o FMI preocupar-se com os salários dos professores das escolas públicas em Moçambique?
Ou será que estou a ler mal as coisas e que o FMI está apenas e rigorosamente preocupado com a qualidade dos nossos professores e entende que poucos mas bem preparados são a solução? O que pensam vocês?

11 comentários:

Anónimo disse...

O que pesam voçês? Eu penso que a politica do FMI é uma vergonha total. É uma afronta e um impedimento para o governo de melhorar a situação de Educação no país. O facto que um professor ganha por volta de 70 dolares por mês só resulta em fuga da professao. Formar professores é pôr áqya num balde furrado.

Anónimo disse...

Por experiencia propria creio que as vezes o problema nao esta la fora. Esta ca dentro!

Enquanto nos nao tivermos capacidade interna para dialogar e justificar com pes e cabeca, com logica e sentido que as nossas posicoes fazem algum sentido, o FMI, o BM, BAD e qualquer outra instituicao que nos der dinheiro falo-a conforme as suas regras de jogo. Entretanto nao quero dizer que essas regras sejam as mais correctas.

Alem de mais, temos de parar com estas lamentacoes porcas. Estas imposicoes resultam do nosso subdesenvolvimento, um subdesevolvimento cuja responsabilidade deve ser atribuida a ma governacao a que este pais esta sujeito, com dirigentes cujo grau de inteligencia eh extremamente duvidoso e cujo unico merito curricular eh pertencerem ao Partido no poder.

Pipas

Anónimo disse...

É verdade. O problema está cá dentro. Não temos estratégia para nada. A nossa estratégia é o estou pidir que apenas serve para enriquecer alguns.

Dick Gulela

Anónimo disse...

Muito resumidamente, para não perder a oportunidade de intervir.

Com o nosso governo a aceitar a obrigação de cumprir a meta de educação para todos até 2015, estamos a expandir espantosamente a mediocridade e a reproduzi-la ciclicamente, a níveis cada vez piores. O conhecimento adquirido pelos alunos, as condições concretas nas escolas, a formação dada aos professores, o conhecimento e motivação destes, etc., estão a descer contínua e assustadoramente.

Para mim, uma acção para minorar a catástrofe total na educação estatal seria a selecção. Por exemplo, em cada distrito uma escola de EP2 "de excelência" (não gosto da designação, mas utilizo-a à falta de outra de momento), com internato, para onde fossem os melhores estudantes do EP1, com professores seleccionados entre os melhores, e melhor remunerados como premiação. O mesmo se faria a nível secundário, com uma escola por província. Seriam custos para o Estado, mas talvez assim conseguíssemos alguns quadros com um mínimo de qualidade aceitável saídos do sistema de educação pública e honrássemos minimamente as tão famosas nacionalizações de oura era.
Fátima Ribeiro

Anónimo disse...

Concordo, dialecticamente, que o problema não está lá fora. Nunca.

Quanto à pergunta que coloca o Professor, seja-me permitido dar um exemplo: tomemos dois hactares de terra. E a quantidade de água suficiente para apenas um. Nu pesnamento imediatista, vamos distribuir essa água, equitativamente, pelos dois ha. E poroduzir nada, porque ela não chega. E, consequentemente, estaremos a estender a mão no ano seguinte. Podemos optar, porém, por regar apenas 1 ha, resistindo às fortes críticas e acusações de toda a índole, daqueles que precisam que nós estendamos a mão no ano seguinte, para poderem viver (e bem). e com isso produziremos 4 ton. de milho. Com elas, podemos teriar semente para dois ha. no ano seguinte, vender um pouco para iniciar um sistema de regadio e alimentar algumas pessoas. Que poderão produzir 2 ha no ano seguinte... (perdoem-me a simplicidade do argumento, mas a escassez do espaço assim o exige. A isto eu chamo visão, que é a missão de qualquer governação responsável. Dir-me-ão: assim vão morrer pessoas! Vão sim, no ano seguinte. Mas, da outra maneira morrerão todas as pessoas (menos "eles", claro) daí a cinco anos. Se tivessemos tomado a decisão de crescer apenas à medida da capacidade de formação de professores, HOJE já teríamos uma elevada capacidade de ensino (para competir com as dos países credores). Enquanto estamos com milhares de alunos em espaços a que o Governo chama escolas, mas que não estão a aprender, nem sequer a ler e a escrever. Para que é que lhes vale, então, estar lá?

Os meus cumprimentos a todos.

L.S. Kudjeka

Anónimo disse...

Se há que tomar medidas de excepção, essas não seriam nunca a excepção de contratar pessoas sem formação profissional para fazerem as vezes de professores, nem amontoar 70 crianças (e isto é apenas uma média)em cada turma, etc. Uma medida de execepção seria concerteza algo do género do que é aqui proposto pela Fátima Ribeiro (tive a opotunidade de sugerir a qualificação dos estabelecimentos de ensino em categorias em função das condições que possuem para o ensino de facto num dos meus artigos). Outra é: Fechem-se todas as escolas quantas as necessárias durante três anos. Formem-se nelas todos os professores (de facto) necessários para o país (de hoje, com as projecções devidas - incluindo a da recuperação dessas crianças que durante esses três anos ficarão privadas do acesso). E, depois, de novo como medida de excepção, estenda-se a idade escolar por mais três anos até que aquelas crianças que ficaram de fora por esta medida de excepção possam ingressar e concluir o ensino primário - desculpem-me, de novo, a simplicidade do argumento aqui, por razões de espaço.

L.S. Kudjeka

Anónimo disse...

Essa teoria de que o FMI ou a Joana quer o nosso descalabro nao funciona. Tambem nao vou dizer muito que querem ajudar.

Mas, ninguem aqui vai negar que aquela porcaria que chamam PARPA foi desenhada por..digam vcs!! E o PARPA nao nos vai levar a lado nenhum. Alias, ate ja anda meio sumido dos jornais.

Fala-se em comabte a pobreza, mas a unica estrategia de combate a pobreza absoluta ou revolucao verde que ja vi esta somente na mente dos Governantes. Cada um deles com a sua estrategia. Nao existe nenhum programa integrado que nos pode fazer sonhar, com metas e objectivos especificos, criterios de avaliacao e monitoria. Nada e simplesmente nada..e isto nao e culpa do FMI.

LindoOmarcastilho

Anónimo disse...

Essa teoria de que o FMI ou a Joana quer o nosso descalabro nao funciona. Tambem nao vou dizer muito que querem ajudar.

Mas, ninguem aqui vai negar que aquela porcaria que chamam PARPA foi desenhada por..digam vcs!! E o PARPA nao nos vai levar a lado nenhum. Alias, ate ja anda meio sumido dos jornais.

Fala-se em comabte a pobreza, mas a unica estrategia de combate a pobreza absoluta ou revolucao verde que ja vi esta somente na mente dos Governantes. Cada um deles com a sua estrategia. Nao existe nenhum programa integrado que nos pode fazer sonhar, com metas e objectivos especificos, criterios de avaliacao e monitoria. Nada e simplesmente nada..e isto nao e culpa do FMI.

LindoOmarcastilho

Anónimo disse...

A Educação(o ensino público ou privado) é uma lástima: o primeiro quer cumprir com as metas estatísticas, politizando o ensino e o segundo quer o lucro.
Conseguem compreender como atingir um aproveitamento de 100% numa turma/escola cujo alunos tem capacidades diferentes... o lema é os alunos têm que transitar para dar espaço aos outros... e o aproveitamento, as habilitades, as competências... tudo isso vão aprender mais tarde. É triste. Este estado de coisas é resultado de muitos anos de adiamento. Assim, toda uma geração está sendo enganada, pensando que está a estudar enquanto, e apenas, participa para atingir as metas estatísticas que outros definem...

Reflectindo disse...

Hej Bosse!

Eu penso que atribuir culpas ao FMI ao fracasso da educacão é uma falácia. O problema é mais interno que externo.

Uma das questões que me coloco, tem sido se o FMI admite a criacão de mais instituicões supérfluas como temos visto com novos ministérios, secretários-permanentes, administradores de cidades com estruturas municipais, etc, que gastam muito mais dinheiro que professores e enfermeiros. A exemplo de gastos, está o caso do secretário-permanente da província de Sofala que já gastou para a sua vivenda, um montante que corresponde a vencimento de mais de 4 600 professores, usando o cálculo de $70 americanos por cada e mensalmente.

Para mim, o melhor seria se o governo mocambicano pensasse nas prioridades, tivesse uma política de austeridade. Afinal, mesmo os países doadores estão hoje empenhados em políticas de austeridade (poupanca) o que leva a alguns pagantes de impostos a se interrogarem pelas doacões e por vezes alimentando-se o EXTREMISMO. Nisto, deviamos nós perceber de que qualquer dia estaremos sem alguém a pagar pelo nosso Orcamento Geral do Estado.

Quanto a educacão em Mocambique, concordo com muitos intervenientes. Mocambique não tem que fazer algo para satisfazer aos outros mas aos próprios mocambicanos. Pessoalmente tenho dito que devia-se definir prioridade, mas prefiro não prolongar, pelo menos por agora.

Anónimo disse...

Oi Professor, não se preocupe comigo. Lido com as "Saras" com a serenidade que costumo notar em si.

Obed L. Khan