"Muitos não gostam de ouvir a realidade, mas é verdade, há muita gente abastada e a transbordar de riqueza, mas nada aloca em prol dos outros que não o têm e Deus não gosta desta atitude" - quem afirmou isto não foi o azagaia, mas o Bispo dos Libombos, D. Dinis Sengulane, em homilia sábado passado, distrito de Massingire, província de Gaza, tendo usado a expressão "podres de riqueza".
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
9 comentários:
"Podres de ricos"...começo a pensar seriamente no combate a riqueza absoluta do Azagaia.
Ivone
Pois é...e Sengulane não é azagaia...Por que será que ninguém aqui critica o bispo?
Sengulane sabe do que está a falar: vive bem próximo dum bom punhado de "podres de rico".
Em representação das instituições a que está ligado (Conselho Cristão, FDC, etc)é membro de orgãos sociais de várias instituições (bancos, cervejeiras, etc.), em cargos não executivos, em regra com amplas regalias e boa remuneração.
JC
Creio que o terceiro comentário responde um pouco à sua questão Professor. Não crê, também, que o Bispo vive muito perto dos "Podres de rico"? Supondo que não está a ser citado fora do contexto como é habitual neste país.
Obed L. Khan
Pelo menos ele se sente incomodado com a situacao, um ponto de comeco mesmo estando perto dos podres de rico.
O problema começa quando os que sempre viveram bem começam de repente a demonizar os outros que mostrem estar a sair da pobreza. Os arautos da anti-riqueza não são geralmente exemplos de ascetismo. O Rebelo, quando ministro, já teve as mesmas regalias de que usufruem os actuais. Mesmo hoje vive bastante bem. O Duma, como dirigente de uma ONG paparicada pelos doadores tem rendimentos superiores aos de vários dirigentes. O Bispo pelo que se diz aqui é membro de órgãos sociais de bancos e outro tipo de empresas. Portanto, não vive na miséria. Alguém perguntou neste blog se o Professor Serra era um dos pobrezinhos do nosso país. Não respondeu, como sempre.
A imagem que estas pessoas passam é a de que queriam ser eles os únicos a viverem com dignidade. Dão a impressão de que gostariam de ver os dirigentes a andarem de burro ou de chapa100.
A propósito, na sua primeira visita oficial a Moçambique, o Presidente Kaunda informou ao Presidente Samora de que mais cedo do que tarde iriam começar os murmúrios. Deu exactamente essa imagem de que alguns iam promover a ideia de que o Presidente devia andar de burro!
Eu fiz aqui uma pergunta que ninguém, nem o Professor Serra respondeu: dos ministros que cessaram com Chissano qual deles poderia ser descrito como rico? Que critérios preenche esse ex dirigente para merecer essa classificação?
A dificuldade de responder esta pergunta mostra quão desonesto é este debate.
Obed L. Khan
Abraço! Prossigamos.
Caro Obed
O "Prof" não te vai responder. Ele faz parte daquela casta que sempre viveu bem. Inclusive, o seu filho (O Dr. Carlos Serra Jr.) não estudou em Moçambique. Ele não vive na mais absoluta pobreza MAS DEMONIZA OS QUE, como ele, procuram dar aos seus melhores condições de Vida. Isto é uma palhaçada.
Aparício
É verdade Professor? Seu filho estudou em Portugal? O Professor pagou com o seu pobre salário de docente? Ou "negociou" uma bolsa?
Obed L. Khan
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