Um dos fenómenos mais paradigmáticos da trajectória dos produtores da pátria foi a transformação dos ideais políticos de impugnação do capitalismo nos ideais da sua apologia.
O grupo hegemónico procurara casar a luta de libertação nacional com a luta de libertação social. Por outras palavras: não bastava substituir os colonos, era também necessário substituir as relações de produção deles herdada.
No "Lutar por Moçambique", Eduardo Mondlane escreveu que não fazia sentido lutar pela independência nacional casos se mantivessem intactas as estruturas do capitalismo.
Creio que essa era a coluna vertebral do pensamento político do grupo hegemónico dos libertadores da pátria dirigidos por Samora Machel.
Mas já antes da morte de Samora em 1986 havia sinais da perda de velocidade dos ideais da luta de libertação social.
Nota: em qualquer momento posso alterar o que aqui deixo escrito. Se isso acontecer, surgirão a vermelho as partes alteradas e/ou acrescentadas. Seria muito bom que os leitores pudessem contribuir com outras leituras, criticando as que aqui são propostas.
(continua)
2 comentários:
lutou-se contra o capitalismo, implementou-se socialismo marxista leninista, mudou-se para socialismo democratico no papel , avancou-se para o capitalismo anti-democratico selvagem, e assume-se "mesma politica de ha 40 anos"?
estamos de volta ao marxismo-leninismo numa VERSAO 2009 favoravel do ponto de vista ideologico, 'a ACUMULACAO DE CAPITAL para os CHEFES ?
nao era melhor primeiro o grupo hegemonico FRELIMO decidir o que 'e na realidade? e depois avancar para discurso e implementacao?
assim ficariamos a saber o que somos!
a tal da HISTORIA ja esta ficar DISTORCIDA, agora que ate o GENERAL CHIPANDE levantou duvidas sobre o pensamento politico e caracter do MONDLANE e MACHEL!
que HISTORIA o grupo hegemonico FRELIMO pretende sua? o que 'e que o grupo hegemonico FRELIMO quer que se ensine nas UNIVERSIDADES?
se nao se decidirem, vamos ficar com uma HISTORIA bem COMPLICADA e DISTORCIDA, e o pior de tudo 'e que a tal da HISTORIA sera do grupo hegemonico FRELIMO so! TAL COMO SE QUER!
Este Mondlane carece de estudos. É um desafio que coloco ao professor Serra! Muito se fala de Mondlane mas muito pouco são as obras publicadas, em português ou em outra língua, o que deixa a juventude, a minha turma, digamos, estupefacto. Alguém mo disse há dias que na torre do tombo, em Lisboa, há lá muita informação sobre este herói nacional. Haver vamos. Coisa curiosa, Mário Soares enfatizou num dos seus livros - Memória Viva - que o Acordo de Lusaka não ouve como tal. Aguardo uma resposta, via e-mail, mais esclarecida deste político sobre esta revelação.
Afora isto, creio que a nossa história está muito mal contada.
Miguel Marupa, por exemplo, um dos que o "sistema" deu por reaccionário ainda vive, graças a Deus, e era uma fonte a quem nós, os historiadores (cientistas sociais)e os amantes da verdade, devíamos entrevistar. Ou não?
Um abraço
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