19 agosto 2009

Não há crise

Cidade de Maputo, Avenida Julius Nyerere, a caminho do campus da UEM, 7:15: o condutor de um chapa15 em péssimas condições técnicas deriva de repente para a esquerda e estaciona sem fazer sinal no passeio da "Praça Miramar", onde já está um chapa40 deitando fumo desbragado pelo escape, à retaguarda o condutor de um 4x4 mete travões a fundo, três condutores atrás (entre os quais eu) fazem o mesmo. A excelência do 40 arranca sem fazer sinal com mais três clientes do faz-sinal-pára-sobe, fumegando por todos os lados, a seguir é o 15 também sem fazer sinal, com mais um cliente. Com pequenas variantes, a alma do cenário é, pouco depois, replicada na “Praça Marínguè”.
Adenda: tudo isto se encara e se vive como natureza indiscutível. O primeiro responsável pelo ilícito culposo é o Estado, que continua a permitir situações causais como a descrita.

1 comentário:

Reflectindo disse...

Claramente, o primeiro (ir)responsável é o Estado, instituicões do Estado, e a situacão agrava-se quando não temos confianca nessas instituicões, a polícia por exemplo. Em países onde a polícia assume a sua responsabilidade, por exemplo na Suécia, um cidadão que constata anomalia num motorista, liga para a polícia que vai imediatamente a procura do motorista. E em Mocambique, a polícia faz isso? Se a nossa polícia assumir isso, muitos acidentes serão evitados.