O jornalista Machado da Graça tem uma crónica semanal no jornal-fax "Correio da Manhã", um género epistolar muito vivo. São as suas cartas ao Faustino. Na edição de quinta-feira, Machado debruçou-se sobre os críticos do rapper Azagaia, sobre aqueles e outros a quem, neste diário, chamei cavaleiros da Távola Redonda. E para quem Machado propôs o pseudónimo Escudos. Eis o texto:
"Olá meu caro Faustino
Como vai a tua saúde e a da tua família? Do meu lado tudo corre bem, felizmente.
Decidi escrever-te hoje a propósito dessa polémica que vai na comunidade académica à volta das letras das músicas do já bem conhecido Azagaia. É verdade que não tenho acompanhado a polémica de perto, mas um recente artigo no SAVANA alertou-me para o que se está a passar.
Ou, talvez melhor dito, para quem se está a passar.
Porque fico com a sensação que há gente, de elevado nível intelectual, que se está a passar com este assunto. Quando se exige que a letra de uma música popular tenha o mesmo grau de profundidade de um texto académico, das duas uma: ou se está a elevar a música popular ao nível universitário, ou se está a baixar o nível universitário ao nível da música popular.
Como sabes já não sou jovem e, ao longo da vida, tenho acompanhado muitos cantores de música de protesto: Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Bob Dylan, Joan Baez, George Brassens, sei lá eu quantos mais...
Nunca me apercebi que os seus textos fossem analisados em termos de descobrir se tinha qualidade académica ou não.
E isto não quer dizer que muitos deles não tenham chegado a ser estudados nas universidades.
Simplesmente foram estudados no sentido de perceber o que é que, numa determinada sociedade, tinha provocado aquelas canções de protesto. O que é que tinha transformado aquelas pessoas em cantores de protesto.
Ora não parece que seja isso o que está a acontecer por cá. Não me parece que os nossos distintos académicos estejam a analisar a nossa sociedade para perceberem a razão de ela ter produzido um Azagaia.
Isso não parece interessar-lhes. O que lhes interessa é analisar se os versos têm um nível de análise social suficientemente elevado.
Ora, sem ofensa, eu acho que cada macaco deve ficar no seu galho. Se não, vou ter, um dia destes, os mesmos distintos académicos a analisar as minhas despretenciosas crónicas à mesma luz crítica e vou descobrir que não escrevo de acordo com os cânones universitários.
O que, como podes imaginar, me tiraria completamente o sono...
Entretanto, fico à espera que os ilustres pensadores me forneçam, com o elevado nível que deles se exige, análises sobre a nossa sociedade que possam responder às minhas inquietações.
Que parecem ser muito parecidas com as do Azagaia, apesar de nem sequer nos conhecermos pessoalmente.
Se calhar são as mesmas de muitos outros cidadãos, cada um no seu canto, e só estamos a descobrir que estamos unidos nisso porque um jovem resolveu começar a cantar essas coisas e a espalhar discos com essas canções.
Mas parece-me que o melhor é esperar sentado para não me cansar, porque os nossos académicos, tão rápidos a criticar o Azagaia, não mostram grande disposição para apontar à sociedade as mazelas que a afligem.
Pelo contrário. Enquanto o jovem rapper escolheu um nome artístico claramente agressivo, Azagaia, parece-me que os distintos académicos deveriam escolher também um pseudónimo. Eu, se fosse a eles, escolhia Os Escudos.
Porque a sensação que tenho é que, contra a ameaça que representa o jovem Azagaia, se estão a levantar os escudos académicos para defender o "status quo".
Poderá ser engano meu, mas a verdade é que é isso mesmo que me está a parecer.
O que pensas tu, meu amigo?
Um abraço para ti do
Machado da Graça"
Nota: colocarei aqui o elo do jornal logo que o tiver recebido. O que aqui coloquei é a versão em word que um amigo me mandou.
Adenda às 15:00: acabei de receber o jornal referido, importe-o aqui (o meu obrigado ao Egídio Vaz pelo envio).
30 comentários:
Boa carta.
Abracos
Pois é, Egídio, é necessário analisar os guardas do templo como lhes chamo e o Graça fez isso de forma exemplar. E com graça.
Depois de tanta insistência com Elísio Macamo numa série dele e do pstrício Langa, percebi que eles não exigiam necessariamente crítica académica ao Azagaia e companhia. Apenas eles não aceitam que isso seja crítica social, mas sim desabafo. Se desbafo é "acusar" sem apresentar argumentos (ao contrário da crítica social), então é possível que eles estejam correctos. Que acham?
Caro Xibeulane.
Obrigado por contribuir para o esclarecimento.
Parece que é das raras excepções a regra dos que o antecederam aqui.
Aguarde a resposta que escreverei ao Jornalista Machado da Graça que parece andar distraído e confundindo alhos com bugalhos.
PATRICIO, escreves para Machado da Graca para ele deixar de se expressar ou para que ninguém mais diga o quê? O pior que sinto, é que nem piada do Xibeulane entendes! Nunca o entendeste mesmo lá no teu blog? É lamentável.
Aconselho-te jovem, procura a tua vida duma outra forma do que estgnares-te muito mais novo.
Amigo Egidio, esta mto economico na utilizaçao das palavras, diga-me la, por favor, porque é que é "boa carta" la lettre à Faustino?
saudaçoes cordiais
O Elísio e o Patrício escreveram textos em que creio terem clarificado a posição que defendem. Na altura devida ninhum dos "críticos" aceitou debater. Nem mesmo na forma de comentário. Lembro-me que Moisés Mabunda tentou "forçar"a um debate. Debalde.
Publica-se, agora, extemporaneamente, esta carta absolutamente distraída do Machado da Graça. Que confessa não ter seguido o debate. E que tomou conhecimento dele através do artigo enviesado do Beula no Savana.
É assim que se debate nesta terra.
Obed L. Khan
Obed, machado da Graca anda bem ifnormado. Provavelmente nao entendeu a ironia patente na carta. O na verdade o Machado da Graca nao entende eh o "rigor cientifico" que os nossos ilustres tentam empreender ao analisar a letra de um pobre Azagaia.
Ai sim. Veja, Machado da Graca ate da exemplo de musicos e outros artistas (veja-se o caso de Malangatana Nguenha) que ja sao estudados, apesar da na sua obra nao conter necessariamente o rigor que os outros exigiam. Ai sim, eh onde Machado da Graca, e eu, diga-se, nao entendemos.
Abracos fortes. E nessa terra debate-se ideias. E nunca escarnios.
Já fazia aqui falta o nosso guarda do templo, o policial aprumado. Como outros, a discutir se a árvore tem rugas ou não, se Azagaia faz a barba ou não. Recorde isto do Graça: "Ora não parece que seja isso o que está a acontecer por cá. Não me parece que os nossos distintos académicos estejam a analisar a nossa sociedade para perceberem a razão de ela ter produzido um Azagaia. Isso não parece interessar-lhes. O que lhes interessa é analisar se os versos têm um nível de análise social suficientemente elevado(..)Mas parece-me que o melhor é esperar sentado para não me cansar, porque os nossos académicos, tão rápidos a criticar o Azagaia, não mostram grande disposição para apontar à sociedade as mazelas que a afligem.
Pelo contrário. Enquanto o jovem rapper escolheu um nome artístico claramente agressivo, Azagaia, parece-me que os distintos académicos deveriam escolher também um pseudónimo. Eu, se fosse a eles, escolhia Os Escudos.
Porque a sensação que tenho é que, contra a ameaça que representa o jovem Azagaia, se estão a levantar os escudos académicos para defender o "status quo".
É isso que o senhor "sociólogo" Obede deve discutir e não andar de policial a classificar o que não sabe classificar e a tentar mandar recados que deve mandar à sua mediocridade.
De vez em quando apareço neste site onde não concordo com tudo o que se diz mas que me obriga a arrumar melhor as ideias. Aqui nao se entra na vida pessoal das pessoas, o autor não está a ver se o camarada Obede tem cuecas azuis ou amarelas. Mas Os Senhores Obedes passam a vida nisso e sempre a atirar poeira para os nossos olhos. Agora quer forçar os seus debates mentendo-se na vida do Senhor Mabunda. Diga lá entre nós camarada Obede: o camarada também é sócio da Golden Roses? E onde está o seu site para a gente o conhecer melhor? Tenho dito.
Egídio, não vi nenhuma ironia no texto de Machado da Graça. Lembro-me do que aprendi das aulas de português em que consiste esta figura de estilo. Ele afirmou, e creio que sem ironia, que tomou conhecimento do debate através dum artigo do Savana.
A propósito, a Yolanda Aguiar fez uma interpelação ao Egídio. Também estou interessado na resposta.
Quanto ao Tivane e à Sara, não sei se lhes devo responder. Posso no entanto revelar para o Tivane que, mesmo sem ter blog, já fui convidado por Carlos Serra para comentar um ou outro assunto. Há muitas pessoas que comentam aqui, que não possuem blogs que as leio com muito prazer. Acompanho seus raciocínios com mais interesse do que aquele que dedico ao ilustre Tivane (que parece ter blog). A propósito, quantas pessoas já entraram no seu blog? Confesso que nunca entrei e nem pretendo lá entrar.
Quanto à Sara, a mesma intolerância fascizante de sempre, a mesma truculência, a mesma má educação. Fica mal para uma dama. Aprenda a debater argumentos, mesmo quando discorda deles.
Obed L. Khan
Falando serio, ha pessoas que nunca debateram. Ou seja, o seu contributo, em momento algum acrescentou valor ao debate. Ficam a espera que os outros debatam, para alegadamente "avaliar" os seus argumentos e por ai classificar entre bons e maus argumentos, logo, entre bons e maus cientistas ou, pelo menos, entre bons e maus debatedores. Fa-lo atraves de uma linguagem escarnecedora, faltando respeito aos demais colegas que, com o seu trabalho estao a produzir conheciemnto, por um lado, e ajudam, com as suas opcoes e posicoes, a fazer crescer o pais.
Essa gente, quando amanhece, vai de blog em blog a procura do que os outros escreveram, com o fim ultimo de atacar! Atacar por atacar.
E ja agora, para que nao me chamem nomes,acabo de ler uma coisa bem triste: confundiram o Professor Carlos Serra. alguem lhe chamou de "jornalista, alias sociologo".
O profesor Serra foi sim jornalista. E pode continuar a se-lo sem contudo abdicar da sua profissao de sociologo. Assim, pode muito bem ser jornalista e sociologo, o que pode constituir uma vantagem que muitos nao a tem.
Nunca vi um esforco tao vao como este, o de tentar describilizar um home com linguagem desqualificadora como esta.
Abraco ao bom senso e um apelo veemente para os que se esforcam com o seu saber, contribuir para o bem estar dos mocambicanos.
Aos avaliadores, "que continuem" a divir o pais entre burros e cegos e que eles "venham para ficar".
Meu caro Obede, deixe-me repetir: "Ora não parece que seja isso o que está a acontecer por cá. Não me parece que os nossos distintos académicos estejam a analisar a nossa sociedade para perceberem a razão de ela ter produzido um Azagaia. Isso não parece interessar-lhes. O que lhes interessa é analisar se os versos têm um nível de análise social suficientemente elevado(..)Mas parece-me que o melhor é esperar sentado para não me cansar, porque os nossos académicos, tão rápidos a criticar o Azagaia, não mostram grande disposição para apontar à sociedade as mazelas que a afligem.
Pelo contrário. Enquanto o jovem rapper escolheu um nome artístico claramente agressivo, Azagaia, parece-me que os distintos académicos deveriam escolher também um pseudónimo. Eu, se fosse a eles, escolhia Os Escudos. Porque a sensação que tenho é que, contra a ameaça que representa o jovem Azagaia, se estão a levantar os escudos académicos para defender o "status quo"."
Pode comentar caro Obede, deixando-se de fazer como a avestruz e deixando-se de atribuir sistematicamente aos outros qualificações generosas como agora o fascismo e a arrogância que apenas em si estão? Comente sem arrogância, ok?
Obed, quando disse "boa carta", quis dizer que concordava com o conteudo e que ela tinha me tirado as palavras.
Porque comentar uma coisa que esta tao clara?
A posicao e as inquietacoes de Machado da Graca, sao tambem as minhas. Pelo que, todo ataque ao Machado da Graca constitui igualmente um ataque a mim.
PS:Poderei nao comentar nas proximas 10 horas. Estarei de viagem a tarra-mae. Assim que as condicoes favorecerem, comentarei.
abracos e ate ja.
Egidio
Já alguém escreveu neste site um dia que qualquer dia certos camaradas não terão outro tema senão o Professor. Estou certo de que nem dormem, Vaz, como diz: logo de madrugada estão aqui. Precisam de Valium forte. Será necessário estudar esta raça de camaradas raivosos e saber qual a razão da sua raiva e de tanto ódio. Será ódio regional de camaradas do império de Gaza (mandam sempre à frente camaradas pequenos como Obed ou Langas)? Será ódio racial como já aqui surgiu muitas vezes? Prossiga, Professor. E já agora espero a resposta do camarada Obede à questão colocada pela Sara e que diz respeito ao Sr. Graça e não ao Serra.
Volto aqui: qual a razao de certos individuos estarem a debater o Carlos e nao o texto do Machado da Graça? Estou esperando Obede.
"A grandeza de um homem mede-se pela capacidade de se fazer pequeno sempre que necessário "
Augusto Cury, in "Análise à inteligência de Cristo"
Procurando ser superiores acabamos nisso. Detesto quanto os "debates" passam para o nível "pessoal". É minha opinião meu povo! Meu direito de ter uma opinião. Meu direito de ter até um opinião errada. Venham atacar minha opinião mas façam-no me respeitando porque afinal de conta apesar de estar tão errado ainda sou um ser humano e mereço todo o respito.
É possível discordar-se duma ideia sem se recorrer à ofensas disfarçadas. É possível discordar sem arrogância. Ninguém precisa ser superior a ninguém. Façam-me o favor!
Caro Obed podes responder a pergunta do Tivane? Isto é se és ou não sócio do Golden Rose?
Abraco
Reflectindo
Caro Nelson: termos o direito de saber porquê o autor deste lugar esta a ser sistematicamente insultado, aqui e em outros sites, e porquê o Sr. OLbede está sempre nessa frente. Fico aguardando.
Não quero discutir o autor deste website mas sim saber a resposta do camarada Obede à questão posta por duas vezes pela Sara. E também quero saber se ele é sócio da Golden ou de alguma emporesa.
amigo Egidio, estimo-lhe uma boa viagem. fico entao à sua espera para esclarecermos ideias na elegancia da convivência partilhada, que sempre pautou a minha intervençao neste espaço, gerido na pessoa do Prof Serra que mto estimo, e admiro. Intervenho e debato, qdo julgo que o devo fazer. Qdo julgo que posso partilhar os poucos conhecimentos que tenho com outros amigos. Qdo julgo, ainda, que posso aprender algo nessa partilha.
Todas as minhas contribuiçoes, mediocres sejam elas, partem de um grande principio meu, integridade e coerência comigo propria, com as minhas ideias, com os meus pensamentos e reflexões, principio esse, creio eu que partilho com o amigo Egidio. Quero com isto dizer que acho-o uma pessoa integra e coerente com as suas proprias ideias tbem. Neste sentido interpelei-o. Interpelei-o, nao, para semear a discordia, nem tão pouco, para lhe impor uma resposta, com isto, quero apenas dizer que o amigo Egidio, é livre de me responder ou nao – é sua escolha e eu respeito-a. Entretanto, achei estranho, que tivesse ignorado a minha interpelação. Mas à força de blogar vamos criando, resistencia, a este tipo de gestos, digamos... Por isto ignorar a minha interpelaçao, no meio de um debate, teria passado despercebido, não fora o facto do amigo Egidio responder a minha interpelaçao por interposta pessoa. ié apos insistencia do amigo Obed, Egidio responde-lhe, parecendo ignorar mais uma vez a autora da pergunta. Pelo que tenho lido e observado, esta pratica nao é comum em si! O Egidio, nunca se furta a um dialogo. claro está, deve ser o stress causado pela viagem. Comprendo. Assim aguardarei, com mto prazer, o seu comentario, isto é, se quiser clarificar, quais sao os argumentos que o levam estimar, a carta escrita pelo Sr Machado da Graça boa. É so isso. Queira aceitar estimado amigo mais uma vez os votos, sinceros, de uma boa viagem.
Continuarei a comentar nos blogs de minha preferência que são os de Carlos Serra, Bayano, Agry, Elísio Macamo, Patrício Langa, Chapa100 e outros. Se algum deles não me quiser lá pura e simplesmente não postará meu comentário.
A algumas pessoas, dependendo de se a sua postura é adequada a um debate de ideias ou não, posso não interpela-los nem responde-los.
Obrigado pela resposta Egídio.
Obed L. Khan
Caros,
A liberdade artística é um dos direitos humanos fundamentais, fixado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para mim a presente discussão sobre Azagaia é como um barómetro do estado cultural da sociedade moçambicano. A polarização partidária e os confrontos constantes entre FRELIMO e RENAMO invadem o mundo do hip-hop, prejudicando a liberdade artística. A questão chave é, qual é o motivo daqueles que querem intimidar ou disciplinar jovem artistas ou limitar a liberdade artística? Será que foram os temas incómodos da actualidade moçambicana, como as hienas da oligárquica, a corrupção, os esquadrões da morte (todos factos). Medo do próprio espelha? Será que algumas pessoas têm medo de falar de forma claro de certos casos ou pessoas (Siba-Siba Macuácua, Carlos Cardoso, etc.) Será que alguns da nossa comunicação social querem submeter a arte à censura? Impedir a circulação de toda música contrária à ideologia do poder político? Adeus democracia, adeus o pluralismo? Bem-vindo a censura é repressão estatal? Precisamos um monopólio do bom gosto ou uma polícia do pensamento para os interesses das hienas? Pelos menos eu prefiro o hip-hop de Azagaia, e a revolução dos bichos! Quem não quer ouvir aquela música, pode desligar o rádio ou a televisão.
Um abraço
Oxalá
"Quem não quer ouvir aquela música, pode desligar o rádio ou a televisão"
Quem me garante caro anónimo que a musica não continuará tocando no meu "cérebro" depois de desligar o rádio ou a televisão?
Cara Iolanda,
Desculpe-me por ter se sentido tambem atacada pela minha resposta. Nao era a si que me dirigia. Para si, a minha resposta era que gostei da carta e mais nada. Que os argumentos que a carta esgrimia, concordava com eles. E que a carta teria me tirado todas as palavras da boca e que, no fim, me identificava com ela.
A segunda parte da resposta era mais generica. Assombrado pelo tipo de resposta que alguem fez ao Machado da Graca, tendo aproveitado a oportunidade para insultar o Professor Carlos Serra, confundindo-o propositadamente por um "internacionalmente conhecido jornalista."
Aqui sim, fi quando me senti extremamente visado. Visado pela falta de humildade suficiente por parte do autor de reconhecer a quem se dirigia. Nao vai o autor dizer que em ciencia nao ha respeito!
Vide por favor os blogs dos PAPA-SOCIOLOGOS DE MOCAMBIQUE.
Pelo sofrimento que te causei, queira aceitar a expressao das minhas desculpas.
Todavia, renovo aqui o meu pedido para que continue a me interpelar, se possivel atropelar, como sempre o fez. E saiba que tenh aprendido muito consigo.
Abracos a IOlanda Aguiar.
Aos comentadores:
Se este debate fosse acerca da carta de Machado da Graca, os visados iriam la, no blog dele. Estabeleceriam os elos (links) para o blog de Machado da Graca, ondedurante muito tempo comentava e ou enviavam os seus textos para publicacao. Mas porque se trata de Carlos Serra, eis que os unicos links sao para este e o Professor Macamo.
Por isso, nao chamem de debate este. O debate que alguns querem ou dizem estar a fazer, ainda nao comecou. E duvido que vao comeca-lo. O que esta em jogo aqui e pura e simplmesme o odio, ambicao e ma educacao.
Porquer um debate serio nao descarta o respeito. Um debate serio nao ofende. Um debate serio nunca intimida; um debate serio que se queira prestativo, ajuda as pessoas a encontrar o caminho quer se deseja. E eu tive a experiencia boa, quando debatia com o pPofessor macamo no ano passado, pelo menos ate Julho. Mas quando veio Azagaia!!!!!!!!!!!!!!!!!....Tudo mudou. E caros senhores, o Azagaia nao e Edson da Luz. O Azagaia visado e o Professor Carlos Serra, o Sociologo. E quando as coisas estao ao nivel pessoa, e-me dificil ser sereno e calmo.
Abracos.
É isso, Vaz. O alvo desses camaradas vaidosos é o Professor,suas tomadas permanentes de posição, seu conhecimento, sua maneira de estudar aqui em baixo as coisas da nossa vida. E eles querem que ele entre no "debate" deles, têm fome de fotografia. Tambem leio o que eles escrevem. Aquilo funciona assim: o de Macamo chefe chama e logo vao à frente os mufanas o de Langa e o de Obede. Mas se bem conheco o Professor, ele nao vai sentar-se na mesa da inveja deles.
(Bila ex-Facotrav)
Prontos, andei a estudar um pouco estes comrades Gengis Khan e já percebi. E mais não disse.
Santa inquisição, o povo e nós nada sabemos, precisamos deles para pensar e distinguir. Precisamos mesmo destes messias ditos sociólogos do fala barato. Fiquei farta.
Isto aqui esta' "fantastique"!
No's temos um pais com niveis assustadores de analfabetismo! Conforme Azagaia diz, inclusive nos seus versos, "ele fala de povo, para o povo"!Se o primeiro pressusposto (analfabetismo) e' verdadeiro, Azagaia foi bastante "erudito", ao passar a sua mensagem com linguagem acessivel aos diversos estratos da nossa sociedade! A "exigencia" de um "elaboracionismo cientifico e rigoroso", obrigaria o compositor a "maquilhar" a sua linguagem e esta, para alem de induzir a diversas interpretacoes, seria perceptivel por muito pouca gente (dentre os 20 milhoes q somos, talvez os 1 a 2% q constitui os navegadores desta blogsfera).Ai, meus senhores(ras),Azagaia nao estaria a falar para o seu povo e podem ter a certeza que nao teriamos esta "lufa-lufa" na blogsfera! Os pontos referidos na carta do Machado da Graca e "wisely cherry-picked" pela Sara, estao (apesar da insistencia)a encontrar um "silencio bastante ensurdecedor", quando estes deveriam constituir o "cerne" deste debate! Estarei enganado se considerar este caso "perfeito" para aplicar a sentenca do "quem cala, consente"?? Se a memoria nao "me atrai" (como diz grande parte do meu povo e pelo qual esta a ser "exigida" musica rigorosamente elaborada) este e' o primeiro caso que, em Mocambique, a actividade de um compositor, e' ferverosamente discutida! Temos musicos bem conhecidos, tipo Mc Roger, que cantam musica "para dancar" e, nao raras vezes, "para bajular" (o "establishment"), mas estes nunca chamaram a atencao dos nossos "literados"! Todo o meu merito vai para o Azagaia pela sua accao pioneira e fundamentalmente porque ele esta' a cantar musica "para pensar" e, independentemente se o que ele faz, e' "critica social" ou "desabafo", ele esta' a atingir os seus propositos! E nao pensem que essa "discussao" se restringe apenas a esta blogsfera! Azagaia e' assunto do dia e esta' a ter o mesmo fulgor, la no "Fajardo" (mercado de Maputo), "Chungamoio" (Beira), "Feira de Nampula" (hoje e' Domingo, "na' e'??"), so para citar alguns. Penso que nao sou o unico a considerar que, o "rigor cientifico" que e' "exigido" ao Azagaia pode ter os seus meritos, mas neste momento, eles encontram aplicabilidade noutra galaxia, que nao a nossa e a accao dos detractores do Azagaia aparece, como invariavelmente, uma "manobra dilatoria" para "virar o foco e atencao" do povo as "MAZELAS QUE AFLIGEM ESTA SOCIEDADE"!!
Azagaia nao fala apenas dos nossos governantes, cuja corrupcao, so por parvoice alguem pode pretender dizer que nao existe, mas tambem dos problemas nas universidades, bancos, as assimetrias regionais e o REGIONALISMO que tende a ser perpetuado por este governo (grande parte dos dirigentes deste pais, incluindo directores provinciais e administradores sao do Sul, mas o grande problema e' a relutancia das gentes do sul em serem dirigidas por pessoal doutras regioes; que o diga o Rosario Mualeia aquando da sua experiencia de governador em Gaza)! Isso e' o que a blogsfera deve retirar da musica do Azagaia e debater! E' esse o apelo que vejo na carta do Machado da Graca!
Pois é, mas é justamente isso que os guardas do tempo não querem fazer, Jonathan.Pena a vida não ser feita de torrões de açúcar!
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