06 agosto 2009

Manchete do "Savana" desta semana


O jornal faz uso de três relatórios, um dos quais é consultável aqui. Observação: quando puder tenciono regressar a este tema.

8 comentários:

Viriato Dias disse...

"O inesperado pode acontecer e quando a democracia funciona, às vezes é cruel". Faço destas palavras de Manuel Alegre um pretexto para comentar o seguinte:

1. Não há mudanças na continuidade. Engana-se quem pensa que as coisas vão melhorar de ano para ano, pelo contrário, o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior. E notícias do género desta postagem virão sempre à tona, porquanto é o sistema que já não se aguenta. Está quase a ruir como um baralho de cartas de um castelo de mentiras e hipocrísia.

2. Somente há uma alternativa, o povo deve olhar de forma clara para o futuro e o futuro está nas mãos de quem, sem ser exigido, tanta faz por Moçambique. E já é tempo de olharmos as coisas com outros olhos e pudermos dizer sem rodeios: os generais há muito que estão no poder e agora é a vez de um civil, um civil com responsabilidade e amor ao seu povo. Este civil, sem rodeios, é o Deviz Simango e o seu partido o MDM.

Um abraço

Jorge Luis disse...

Daviz Simango não é Civil nenhum.
Ele, tal como os generais, nasceu e cresceu em ambiente militar. Partilhou momentos com os Generais, é um filho nato da Frelimo, aliás o seu pai foi Vice-Presidente da Frelimo da Guerra.
Apenas desligou-se das raizes devido aquilo que aconteceu com a morte de eduardo Mondlane, mas ainda é difícil distinguir claramente a diferença entre Daviz Simango e a Frelimo, excluindo a vontade de vingança pela morte do Pai.
Se a ideia é colocar um Civil, então pensem em Eduardo Mulembwe, em Helder Muteia, em Tomás Salomão, em Yakub Sibindy ou um outro não militar e sem ligações a exércitos.
Não estou em Moçambique mas não creio que algum civil possa assumir o poder político nos próximos 5 anos.

Jorge Luis

Viriato Dias disse...

Jorge Luís,

Demonstrou ter tanta raiva do canditado Deviz Simango (repare que eu não disse filho do reverendo Urias Simango, mas sim Deviz Simango como uma pessoa jurídica)que ao soltar criou-me arrepios, senão vejamos:

1. É curioso como chama Deviz Simango militar, o que não sabia. Tem sido, na verdade, um excelente militar contra a corrupção, o lambebotismo, a inércia, a burocrácia, a intriga, o regionalismo, o tribalismo, o analfabatismo, a pobreza absoluta, enfim, entre outros males que padecem o nosso Estado. E tem sido, de facto, um "general" incansável. Devo dizer-lhe que DEVIZ SIMANGO é um dos raros homens que nunca fechou os olhos aos males deste país.

2. Se o Muteia, Samolão, Mulémbuè, etc quiserem candidatar-se à presidência que o façam, não é culpa do Deviz Simango e nem a ele lhe interessa este pormenor. Mas a verdade é que, do outro lado e sabe bem o Luís de qual lado me refiro, não teríam êxitos estes académicos se ousassem, em pensamentos ou em palavras, materializar o seu desejo. Pelo que terá, meu caro Luís, de engolir sapos e muitos sapos, porquanto este desejo não vai acontecer. E há provas disso, factos provados igual ao traseiro de um símio, como diria o meu mestre David Aloni, já perecido.

3. Era bom que o Luís se acustumasse com a ideia de nos próximos anos conviver com o Engº Deviz Simango como futuro presidente deste país. Mesmo que tal venha a acontecer depois de 5 anos o que não lhe tira o mérito de ser um civil que veio do nada, do povo, da base, para fazer a revolução há muito esperada pelos moçambicanos. Mas neste mundo tão específico, há pessoas que fazem ouvidos de mercador e não querem enchergar o futuro, um futuro que passa pela mudança, pois Deviz Simango é indubitavelmente o quarto herói da democracia no país, depois do povo, de JC, Dhlakama e ele, Engº Simango!

4. Meu compatriota Luís, convenhamos, se fizermos uma breve resenha histórica, concluímos que o povo está do lado deste jovem engenheiro, apesar de órfão de pai não se deixou abalar pelo regime, pelo contrário, tomando a atitude de Mandela, até convive com muitos daqueles que assassinaram seu pai. Esta atitude meu caro amigo, é uma atitude de coragem, de um coração bom, um humanista nato. Por isso peço de si que pela condescendência ao Engº Simango contra as palavras que proferiu, azedas!!!

E eu lhe dou, mesmo assim, um abraço, afinal somos moçambicanos, não é?

Anónimo disse...

COCORICOOO!!!!

VAMOS TODOS VOTAR!

MOCAMBIQUE PARA TODOS!


COCORICOOO!!!!

VAMOS TODOS VOTAR!

MOCAMBIQUE PARA TODOS!


COCORICOOO!!!!

VAMOS TODOS VOTAR!

MOCAMBIQUE PARA TODOS!


MZ

Jorge Luis disse...

Caro Viriato Não me sinto tão Moçambicano por vários Motivos, mas sou filho da terra e sou um apaixonado pela política. A minha intenção não tinha nada a ver com raiva, aliás nem tenho motivos para ficar com raiva de algum político Moçambicano pois nunca me beneficiaram muito menos prejudicaram.
Independentemente de Daviz simango ser pessoa jurídica, ainda é muito difícil para mim separar Daviz Simango de Urias Simango, o ex-Vice Presidente da FRELIMO. Da mesma forma que olho para Daviz Simango, vejo Nyeleti Mondlane, Ed Mondlane Jr, Samora Machel Jr, Nhimpine Chissano (falecido), enfim uma geração de filhos de combatentes que nasceu em Nachingweya e que ali deu os primeiros passos brincando as guerras, as pistolas, etc, sem tirar mérito das capacidades profissionais que hoje estes indivíduos assumem.
Militantes contra a corrupção são vários, muitos até anónimos. Carlos Cardoso também foi um militante activo, Siba-Siba também o foi, e há vários outros ainda vivos. A única diferença é que Daviz Simango é filho de Urias Simango, e não me restam dúvidas que há uma necessidade de vingança clara e objectiva. Se fizermos um paralelismo com o país vizinho ai ao lado, o Zimbabwe, veremos que o líder do MDC Morgan Tsvangirai tem uma génese completamente diferente, é efectivamente um civil que busca um espaço na arena política do Zimbabwe.
A única diferença em relação aos civís da Frelimo, Muteia, Mulembwe, Tomás Salomão, etc. é que eles tem que travar uma batalha interna com a velha guarda da Frelimo dentro do seu próprio partido. Estes indivíduos não os considero académicos, mas sim a segunda geração da Frelimo que começa a assumir os contornos do poder político e económico em Moçambique. Infelizmente nem estes e nem Daviz Simango alcançarão o poder enquanto os guerrilheiros ainda estiverem no activo. Eu estou acostumado a imaginar a convivencia com vários futuros Presidentes da República. Já tentei me acostumar com um futuro Dhlakama, ja sonhei com Raul Domingos, já imaginei vários desta segunda geração da Frelimo, já pensei obviamente com Daviz Simango como futuro Presidente. Isso até é importante pensar.
Daviz Simango é um bom gestor e tem uma boa equipe, mas há muitas fragilidades ainda na sua máquina e uma delas, senão a principal é a comunicação com as zonas rurais de Moçambique e o estabelecimento de uma máquina funcional que suporte o seu discurso. Outra fragilidade é exactamente o facto de ele ter muitas ligações com a Frelimo que ja me referi nas linhas anteriores.
Não pertenço a nenhum partido nem pretendo fazé-lo em Moçambique, mas não posso concordar completamente consigo quando diz que o povo está do lado do Engenheiro porque não tenho evidências que indiquem esta sua afirmação, e não o alio a Mandela nem a Obama como muitos o fazem porque sinto que ele tem a sua própria maneira de fazer política. Efectivamente não estou confiante numa proxima alternativa de poder em moçambique nos próximos anos. O tal povo é que é o centro deta minha inquietação.
O Viriato provavelmente seja um apoiante do Daviz Simango e eu encorajo-o a seguir avante nessa luta pela democracia em Moçambique.

Jorge Luis

Viriato Dias disse...

Jorge Luís,

Se por um lado eu apoio Deviz Simango, por respeito aos seres humanos, em condições de liberdade, de respeito pela dignidade da pessoa e de uma maior justiça social, vejo, por outro lado, que o Luís apoia a ala académica dos Muteias, Salomão, etc. Faz bem. Convido-lhe a uma sessão do Comité da Frelimo para ver como é que esses académicos são tratados. Chegam a chamar papã ao seu líder, cantam cânticos de louvores a favor do líder, etc. Sendo académicos e com independência mental porquê é que eles não se escusam de seguir estes médotos de adoração ao líder? No MDM pelo que sei não há coisas destas, jamais eu permitiria.

Não deve conhece o real carácter de Deviz Simango para o apodar de espírito de vingaça. ESTE HOMEM TÊM CONSIGO MUITOS APOIANTES, UM EXÉRCITO DE HOMENS QUE LUTAM POR UMA CAUSA - UM MOÇAMBIQUE MELHOR, acha o Luís se ele tivesse raiva não teria demonstrado? Há muito que teria mobilizado os seus apoiantes e eleitores para criar arruaça no país, não acha? Mas não o faz, porque ama o seu povo e a democracia. Pelos seus comentários chego a conclusão de que é mais um daqueles que têm uma pulga na orelha, teme que com a subida de Simango seja descoberto e julgado pela justiça popular, pois NÃO SE PREOCUPE, PORQUE A CANDIDATURA DE SIMANGO À PRESIDÊNCIA VISA ESQUECER O PASSADO E, EM CONTRAPARTIDA, FAZER TRILHOS PARA O FUTURO, o que contamos consigo para este desafio!

Um abraço

victor simoes disse...

Gostei de aqui ler esta discussão entre o Viriato Dias e o Jorge Luís! Mas, como sei pouco da história das pessoas referênciadas, limitar-me-ei a deixar a minha modesta opinião, Moçambique precisa de todos os moçambicanos, e de todos os partidos, aínda que divergentes nas opiniões e na política! É evidente que concordo com o Jorge Luís, quanto à ocupação da presidência e do governo, não será nos proximos cinco anos que iremos ver alguem civil, ou da segunda geração de políticos à frente do país.
Teremos que ter em conta, que uma democracia não se constroi em meia dúzia de anos. Mas o importante já está feito, foram traçados os trilhos nesse sentido.

Um abraço aos dois

Jorge Luis disse...

Caro Simões
agradeco o seu comentário. efectivamente Moçambique precisa de todos. As Mudanças que vão acontecer em Moçambique serão graduais e dificilmente haverá alguma revolução ai no País da marrabenta. O que me deixa satisfeito é saber que há uma nova geração (dentro e fora da frelimo) que começa a preparar-se para assumir os destinos do país no futuro.

Jorge Luis