O candidato presidencial americano Barack Obama ligou telefonicamente para o líder da oposição no Quénia numa tentativa para parar a crise.
É eventualmente a primeira vez que um candidato presidencial americano entra tão rapidamente na cena política africana. Corrijam-me se eu estiver errado.
Recorde-se que aqui lhe escrevi uma carta propondo que ele tomasse o Quénia em consideração - carta que já correu um pouco o mundo -, dado seu pai ser queninano. Sou sabedor de que essa carta chegou ao chefe da campanha eleitoral de Obama.
Entretanto, as prévias para as presidenciais norte-americanas no Estado de New Hampshire realizam-se hoje e há indicadores de mudança de preferência do eleitorado para o candidato democrata Barack Obama, vencedor das prévias de Yowa, nas quais Hilary Clinton, outra candidata democrata, ficou em terceiro lugar. Confira também aqui.
Nota: muito obrigado ao Bayano Valy por me ter alertado para a notícia do telefonema de Obama.
16 comentários:
Parabens Prof. Sinceramente, mais uma vez o seu alerta valeu. Voltarei mais logo para um comentario longo.
É assim mesmo, Carlos, fez bem. E aproveito dizer que anda para aí gente aflita nos gritablogs sempre que você escreve e que vai ficando com os cabelos brancos de tanto falar em si sem que você esteja presente.
Obrigado, Egídio. Vamos, entretanto, aguardar pelos resultados de New Hampshire.
Gritablogs, Sara???Que delicioso termo!
No dia em que vi nas noticias Hilary Clinton afirmar que o candidato Barack Obama nao seria a pessoa indicada para Presidente por falta de experiencia em relacoes internacionais, nao me restaram duvidas: ela, certamente, nao era de todo a pessoa mais indicada. De onde viria a experiencia dela? Do cargo de primeira dama?
A ideia de se ter mulheres em cargos de poder e’ sempre fascinante, mas como mulher que sou, nao apoio aquele tipo de "ataque" gratuito do estilo da campanha da sra. Clinton.
Gosto da irreverencia que a candidatura de Obama representa, contudo, temo pela vida dele na condicao de chefe de Estado duma nacao como a americana, tal qual a conhecemos...
Sim, Ana. Temo o "purismo" americano e as suas alas racistas, tal como escrevi na postagem mais acima.
Foi bom o candidato Obama ter telefonado para Odinga, melhor teria sido se tivesse feito o mesmo com relação ao Kibaki. Assim, dá a sensação de haver um viés. Em moçambiquês diria que seria "mais melhor" se conhecéssemos o conteúdo da conversa.
Quanto aos resultados de Iowa e New Hampshire (com relação aos democratas), há várias pistas possíveis - quero ver, por exemplo, como é as americanos vêm (não na teoria, mas na realidade) as questões de género e raça.
O Egídio está a sugerir que Obama telefonou para Odinga por causa da carta de Carlos Serra? Era o que nos faltava!
Obed L. Khan
O Bayano coloca uma questão importante: a relacionada com a postura em relação à raça e ao género. Tento seguir isso. Pessoalmente temo a reacção do purismo integrista da aristocracia americana e da sua ala racista. Abraço.
Caro Obed. L. Khan. no seu curto comentário cheira-me um desprezo maldoso à pessoa do Dr Carlos Serra ou ao seu gesto(escrever à Obama). Vamos partir do principio que o conteúdo da carta que C.S escreveu chegou ao conhecimento de Obama(a resposta que ele recebeu prova isso). A carta deu volta ao mundo(o blog de C.S é incontestavelmente uma referência). O telefonema surge dias depois da carta. Com que bases pode se negar que seja por causa da carta de C.S que Obama telefonou?
Mesmo que não fosse como prová-lo e para quê prová-lo? Mesmo que não fosse, o Dr. C.S é felizardo pelo facto do seu anseio(ver Obama intervindo no Quenia) foi satisfeito mesmo que, como Obed acredita, o merito não lhe seja atribuido.
9/1/08 1:04 PM
Obed, não sugiro que Obama teria telefonado a Odinga seguindo o conselho do Professor. Estou a querer dizer que Obama ligou a Odinga porque a sua consciência assim o mandou. Mesmo que para tal, fosse necessário o apelo de muitos, incluindo o Professor Serra e muitos outros que têem mantido contactos com os directores de campanha deste.
Porque não podia Obama seguir o conselho de um Africano? de um Sociologo? De um moçambicano, porque? Porque quer negar a capacidade de um moçambicano poder contribuir para a Paz Mndial? ou no mínimo para a Paz no Quenia? Porque? Porque Obed? O que nos falta?
Cá está o Obedinho guarda do templo medíocre polichinelo que se não ler este site não dorme. Ele e os gritablogs como lhes chamo que se aqui não entram não têm sal para os seus lugares. Pelo ódio e pelo ciúme se avalia o amor.
Vamos lá ser realistas, achamos mesmo que nesta fase do campeonato – as eleições americanas são lá para o fim do ano - Odinga possa ser influenciado pela opinião de um candidato, seja ele Obama ou qualquer outro ?
Não vejo a candidatura de Obama como irreverência. Vejo-a como a de um Senador, legitimamente com ambições políticas.
Sobre o “diferendo” Sara x Obed: o essencial em democracia é aceitar e respeitar a diferença, sermos capazes de nos colocarmos no lugar do oponente e avaliarmos como reagiríamos aos nossos próprios argumentos. Todos temos o direito de tentar fazer valer as nossas ideias - com argumentos - sem recurso à tentativa de ridicularização, que tende a surgir como arma quando a consistência dos argumentos é débil.
Diz a Sara que “pelo ódio e pelo ciúme se avalia o amor”; há quem diga que: “entre o amor e o ódio a distância é curta”.
Provavelmente, entre o que a Sara e o que Obed querem para toda a nossa sociedade a diferença será nenhuma. Ambos querem um país com mais bem-estar e mais dignidade para todos. A diferença, pelo que tenho lido, é que a Sara gostaria que esta situação se tivesse concretizado "ontem", e o Obed entende que não é realista este anseio, que devemos valorizar o que com maior ou menor sacrifício temos vindo a fazer, entender as razões dessas dificuldades e continuar a trabalhar por um país melhor. Em síntese: estão no mesmo lado da trincheira; têm os mesmos objectivos; apenas parecem divergir no “timming”.
Um Abraço,
FM
Catequese em fm, FM? Brincadeira...bjs.
Conheço várias Saras. Todas elas são verdadeiras ladys. Verdadeiras senhoras.
Obed L. Khan
Enviar um comentário