Os biocombustíveis podem ameaçar o meio-ambiente. Confira aqui. O meu obrigado à Margarida Martins pelo envio da referência.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Uma argumentação semelhante tem o sociólogo suíço Jean Ziegler:
O relator das Nações Unidas para o direito à alimentação, Jean Ziegler, pediu a uma comissão da Assembleia Geral da ONU uma moratória de cinco anos na produção de biocombustíveis, para permitir desenvolver novas tecnologias e estabilizar os preços dos alimentos.
Num só ano, o custo do trigo duplicou e o de milho quadruplicou, devido ao crescente interesse nos biocombustíveis, considerados boa alternativa ao petróleo. Mas, para o sociólogo suíço, estes produtos são "um crime contra a Humanidade". “São necessários 232 quilos de milho para encher um depósito de cinquenta litros de bioetanol”, disse, adiantando que “com esta quantidade de milho, uma criança pode viver durante um ano”. “É uma catástrofe total para os esfomeados do mundo, afirmou o relator das Nações Unidas.
Para Ziegler, “os mitos da imagem verde dos biocombustíveis são utilizados para mascarar relações político-económicas entre a terra, os recursos de um povo e os alimentos. Existe o risco de que, dada a competição por terras com os agricultores independentes, a produção de biocombustíveis possa produzir maior desemprego”, acrescentou Ziegler. “O Relator Especial está gravemente preocupado porque os biocombustíveis terão como sequela a fome. A pressa súbita e mal concebida de converter alimentos, tais como milho, trigo, açúcar e óleo de palma, em combustíveis, pode acarretar um desastre. Existe o grave risco de se criar uma batalha entre os alimentos e os combustíveis, que deixará os pobres e os que padecem de fome nos países em desenvolvimento a mercê dos preços dos alimentos, da terra e da água, que aumentam rapidamente.”
Por outro lado, a ciência está a evoluir depressa no campo dos biocombustíveis, acrescentou Ziegler e, "em apenas cinco anos, será possível produzir bioetanol e biodiesel a partir de restos agrícolas". O perito referia-se às partes celulósicas das plantas, hoje inúteis, em vez de milho, trigo e cana-de-açúcar. Alternativas, como jatropha curcas, irão competir com os alimentos pelo acesso à terra, à água e aos recursos naturais.
A argumentação do perito da ONU centra-se na questão da alimentação, mas é também controversa a ideia de que há cortes substanciais de emissões de gases de efeito de estufa no uso de biocombustíveis na gasolina. Alguns cientistas dizem que a fase de produção anula esses ganhos.
Um abraço
Oxalá
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