Tendo em conta a blogosfera - mas não só -, Lázaro Bamo ataca duramente os intelectuais cobardes: "Há um Streep Tease das ideias que na minha óptica, tem vindo a alimentar debates, a prova disso são as contribuições intelectuais que podemos encontrar na blogsfera (...) No meu país, cheio de fome, miséria, demagogia, ainda carecemos de mais intelectuais corajosos, que não se escondem nos sovacos de partidos políticos em detrimento dos interesses da maioria. Temos muitos intelectuais que não comungam este streep tease de ideias em benefício da maioria, por um lado são movidos pela teoria das elites, por outro temem serem isolados e descomungados de regalias, são autênticos tiranos da globalização. (...) os intelectuais em Moçambique são poucos, o resto é um bando de cobardes que se deixa levar pela Teoria das Elites de Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Robert Michels, que nos trás a idéia da existência, em todos os níveis sociais, de indivíduos portadores de dons característicos que lhes predispõem à liderança, em detrimento de uma maioria que não possui capacidade de livre escolha e participação."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
Ao Kabmwine deixei o seguninte comment:
"Bem dito caro Bamo!
Pode sim o intelectual se filiar à alguma corrente politico-partidária mas ao contrário do que se vê, essa filiação ou melhor a leadade à ela, não o pode "roubar" a intelectualidade. Isso vê-se muito bem quando reparamos que na hora de se nomear alguém à um cargo rigorosamente técnico, a simpatia e lealdade partidária parece valer muito mais que o domínio técnico. Li em Dezembro, um artigo de Jeremias Langa(http://www.opais.co.mz/jeitofecho) que dizia que dos 27 ministros do actual governo apenas 6 são especialistas das áreas que dirigem . Os restantes são oque são certamente por razões político-partidárias. Esses intelectuais deviam lá dentro dos partidos encontrar e introduzir novas e claras formas de pensar mas se acomodam no negativismo que de jeito crasso colide com oque trazem das suas academias. É assim que alguém já perguntou: "que vale ter estudado?"
Minha revolta à esse intelectualismo se agiganta quando se vai ao cúmulo de usar dos seus saberes para "apedrejar" os que se lhes opõe. O aviso esta dado caro Bamo.
Abraços do Chiveve(cidade da turbulência política)"
Parabéns ao Sr. Lázaro Bamo.
Pelo descernimento e pela coragem do artigo.
Muita força.
Quero dizer que cheguei tarde à blogosfera, agora quase nos 60, pré-reforma imposta.
E descobri que há muitos intelectuais, académicos e seres superiores, nos blogs que tenho lido, de OUT2007 à data.
De tal forma que os termos estão banalisados. Sem valor.
Temos que encontrar novas palavras para definir os verdadeiros intelectuais, os verdadeiros académicos.
Porque, os outros, aos que eu me refiro, e provavelmente aos que o Sr. Bamo tem em mente, esses nem alinahr as poucas ideias conseguem.
Não estou a dizer que eles têm ideias, ou sequer se as ideias são deles.
"Pau mandado é assim mesmo".
1. Não sabem alinhar as ideias, arruma-las no texto, no contexto, serem facilmente compreendidas e interpretadas;
2. Não dominam razoavelmente a língua em que se expressam - razoalvelmente;
3. O que até desculpo - afinal é a 2ª língua - compreendo.
Agora, não conseguir ao menos alinhar um pensamento, uma ideia...
"Académicos", "intelectuais"???????
Que não soubessem seria totalmente perdoável afinal nem todos sabemos. Oque custa "tragar" é essa de não quererem. Perguntei uma vez onde estavam os "camaradas juristas" do parlamento quando as inconstitucionalidade "choviam" lá do tecto da ponta vermelha. Não podiam ou não queria? Não minimizo nenhum dos dois pecados.
Agora quanto a tua chegada caro Umbhalane, não a acho tardia coisíssima nenhuma.
Abraços.
Meu Caro Bamo (aviso desde já que me expresso na minha 2ª Lingua - a primeira é Changana).
Queira Deus (este é um desejo profundo) que não entres em nenhum sovaco nem de Partido Político, nem qualquer outro (academico/ideológico) que possa, em algum momento, toldar a sua capacidade de ver/ler os fenómenos sociais.
Tudo o que Moçambique precisa é de intelectuais comprometidos com a análise e compreensão dos fenómenos que ocorrem na nossa sociedade. Tudo isso requer honestidade.
A covardia (comungamos a sua abominação) também se revela pelo vilipêndio dos que pensam diferente, pelo "alfinetar" e etiquetamento daqueles de quem não concordamos nas abordagens. Isso é mau para o debate aberto de ideias.
A covardia é de todo má. A blogosfera tem sido fértil nisso. Temos pessoas que se escondendo no anonimato insultam as outras. Outras que faltando argumentos PRÓPRIOS no debate de ideias servem-se das ideias dos outros como arma de aremeço para os que pensam diferente etc.
Precisamos de sair de qualquer sovaco. Incluindo este da instrumentalização e da etiquetização dos outros seja com base na raça ou no credo político.
Precisamos de combater a cultura da UNANIMIDADE. Não nos leva a lado nenhum. É na diversidade de pontos de vista que encontraremos soluções para os diversos problemas que nos afligem como sociedade.
Ao Nelson,
O CC é um órgão de soberania que administra a justiça em matérias jurídico-constitucionais a quem cabe, entre outras, apreciar e declarar a inconstitucionalidade e ilegalidade dos actos dos órgãos do Estado. Neste seu papel o CC declarou diversas inconstitucionalidades dos órgãos do Estado.
Embora estas (as inconstitucionalidades) possam ser lesivas à imagem do PR e de quem o assessora, em minha opinião tiveram o lado positivo de demonstrar a maturidade que, passo a passo, estamos a atingir no funcionamento dos órgãos do Estado.
Se calhar era inpensável para alguns que o CC chumbasse o PR. O CC demonstrou a serviço de quem está a serviço e declarou inconstitucionalidades onde as havia.
Bem hajam juristas competentes sejam eles "camaradas" ou não. Este país precisa deles para introduzirmos a cultura da legalidade no país.
Diga lá: era mesmo necessário caro Mutisse dizer que fala Xangaan? E acha que o Bamo é criança ou burro para estar a receber de si esses conselhos de Hossi inchado?
Disse o Umbhalane:
"2. Não dominam razoavelmente a língua em que se expressam - razoalvelmente;
3. O que até desculpo - afinal é a 2ª língua - compreendo."
Brincando com a ideia, e para que me desculpem caso cometa alguma gafe, disse: (aviso desde já que me expresso na minha 2ª Lingua - a primeira é Changana).
Está a procura de confronto onde não existe. É a tal honestidade de que falo no meu post. Se tivesse tido a ombriedade de ler os posts que me antecederam teria visto a origem dessa passagem.
É ESTA INTOLERÂNCIA QUE MAIS ME INTRIGA Nos RESIDENTES deste Blog. Tanto quando intervêm aqui como quando vão aos dos outros blogers. São os mesmos que não hesitam em insultar. Graças a Deus, a meus pais e ao Estado (só estudei em escolas públicas) tenho educação o suficiente para não dizer o que outros diriam perante o seu Post.
Você excedeu-se, Sara.
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