20 janeiro 2008

Moçambique: cientistas descobrem como reduzir ácido cianídrico na mandioca


Cientistas descobriram uma forma de reduzir o perigoso ácido cianídrico (resultante da combinação de hidrogénio com cianogénio e que em Moçambique tem provocado numerosos casos de morte, paralisia e cegueira) na mandioca, um dos alimentos de base do nosso povo. Veja aqui, aqui e aqui. Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio das referências. Se quer ler em português, use este tradutor aqui.
Foto mostrando jovens afectados pelo ácido e em reabilitação no Centro do Liúpo, província de Nampula.

2 comentários:

Xiluva/SARA disse...

Uma boa notícia esta.

Anónimo disse...

> DE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil.

> " De acordo com Ferreira Fialho et al. (1942) e Peixoto (1958), o teor de ácido cianídrico da mandioca, pode variar sob a influencia de muitos fatores, tais como a idade da planta, a natureza do solo, a região climática e a altitude em que foi cultivada, a toxidade chega ao máximo na época da floração."

> " Conforme Carvalho (1986), quase todo ácido cianídrico pode volatilizar-se mediante a secagem ao sol, ocorrendo redução no teor do mesmo."

> No nosso meio rural há longos anos que é prática colocar as folhas da mandioca numa panela de barro e aquecê-la até as folhas se tornarem murchas (particularmente das variedades amargas), para que o HCN (ácido cianídrico) se VOLATIZE.

> Por vezes, aquilo a que se chama descoberta da ciência, não passa da explicação científica, (comprovação laboratorial)de uma prática ancestral.

Abraço,
Florêncio.
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" A mandioca é uma planta cianogênica, isto é, contém compostos cianídricos, comumente chamados de cianoglicosídeos, como também enzimas capazes de degradar esses compostos e liberar ácido cianídrico (HCN), que é o principal tóxico dessa planta. Em geral, os teores de ácido cianídrico encontrado nas folhas são bem superiores àqueles observados nas raízes e não há correlação entre os teores de HCN das raízes e das folhas (Motta et al., 1995). Os autores Fialho et al . (1942), Peixoto (1958), Graner e Godoy Júnior (1967) e Montaldo (1972) mencionam que o princípio tóxico linamarina, que gera o ácido cianídrico, é encontrado em todas as partes da planta da mandioca, quer nas variedades mansas quer nas variedades bravas, porém em maior quantidade na parte aérea que nas subterrâneas.