Muitos países africanos, entre os quais Moçambique e Angola, têm mais médicos num único país estrangeiro do que nos seus países.
Estes e outros resultados são produto de um estudo - citado pela BBC - feito pelo Centro para o Desenvolvimento Gobal em Washington, com base em dados recolhidos entre 1999 and 2001.
Eis alguns resultados estatísticos:
Mozambique - 75%
Angola - 70%
Ghana - 56%
Kenya - 51%
Rwanda - 43%
Sudan - 13%
Niger - 9%
Angola - 70%
Ghana - 56%
Kenya - 51%
Rwanda - 43%
Sudan - 13%
Niger - 9%
Uma pergunta: como evoluiu a situação depois de 2001? Vamos a ver se surge alguma reacção do Ministério da Saúde.
7 comentários:
Professor,
já vi uma reacção do avertino barreto, dizendo que estes números não estão correctos, pelo menos em relação a moçambique.
Segundo ele, contam-se pelos dedos das mãos os médicos moçambicanos que emigraram.
Por acaso, se há assunto que nunca me lembro de ter visto é sobre uma alegada emigração de quadros no sector da saúde.
Creio que Barreto tem razão.
Há muita coisa interessante nos números. Ainda não sei como é que os fazem estimativas em percentagem de quadros superiores emigrantes conseguem, mas os nossos governantes não. Para mim, não basta dizer que são poucos o mesmo que não basta dizer que 75 % de médicos mocambicanos trabalham fora. Se olharmos para médicos formados em Mocambique, é fácil não aceitarmos esses números. O processo de legitimacão de um médico não é fácil, pelo menos em alguns países estrangeiros. Agora, O que significa para eles ser médico mocambicano. Ter nascido em Mocambique, ter pais mocambicanos, ou um dos pais, ter estudado em Mocambique? A maior parte de quadros de origem mocambicana no estrangeiro está fora do control mesmo das embaixadas mocambicanas, penso eu.
Tenho uma pergunta, Prof., o termo: ter mais médicos num único país estrangeiro do que nos seus países. Em que país estrangeiro está a maior parte dos médicos mocambicanos?
Reflectindo
Reflectindo tem razão no questionamento. E a notícia não apresenta resposta para a questão que apresenta. Ainda tento localizar o relatório original. E tento falar com o Dr. Barreto.
nao pude ter acesso ao relatorio. mas segundo a minha experiencia (seminarios, conferencias, grupos de trabalho,publicacoes), existe no estrangeiro um numero consideravel de mocambicanos formados na area clinica, de investigacao, ou gestao em saude. na sua maioria sao mocambicanos 1)nascidos em mocambique, alguns com descendencia portuguesa, que fixaram residencia no estrangeiro depois de 1975, alguns tem passaportes portugueses mais identificam-se como mocambicanos, e alguns deles passaram via africa do sul onde se especializaram em varios ramos, possibilitando-os maior integracao no sistema de saude na europa e canada; 2) o outro grupo e composto por mocambicanos que sairam em programas do governo, na sua maioria para paises do leste onde se formaram, e com a caida do muro de berlim ca ficaram por razoes de indole privado (familia) ou professional e outros emigraram para paises europeus mais desenvolvidos; 3) ha um grupo, nao sua maioria de jovens que cresceram nos paises vizinhos como malawi, zimbabwe, africa do sul, fugidos com a familia de mocambique durante a guerra civil, fizeram a sua formacao em saude nestes paises, e atraves de varios programas de pos-graduacao, estagios, trabalho, acabaram fixando-se na europa, estes tambem andam pelo mundo espalhados.importa referir que a este grupo junta-se aqueles jovens que saiem anualmente para formacao ou especializacao no estrangeiro em ciencias medicas, e encontram-se a practicar em hospitais universitarios.
como nao li o relatorio, nao posso referir com precisao as fontes do relatorio, mas acho que o Dr. avertino barreto pode ter razao, mas preciso referenciar que ha muita gente formada em varias espacialidades de saude, que nao satisfazem a forma classica de denominacao de formacao medica como a fazemos em mocambique. na minha experiencia aqui na ex-europa leste, existem mocambicanos formados em escolas medicas, sem nenhum contacto com o ministerio de saude em mocambique.
Obrigado, Chapa100, pela tentativa de explicar este fenómeno complexo mesmo sem dados estatísticos. Muitas vezes, tem me parecido que muitos pensam que se trata de por exemplo da maioria de quadros que se formam em universidades nacionais que depois se emigram. Em situacões de instabilidade política ou guerra num país, sabe-se que isso acontece ou como aconteceu no caso de Mocambique na altura de independência nacional. Mas fora disso, as razões e o tipo de quadros que chapa100 evoca são palpáveis. Contudo, sou da opinião que o Prof Serra insista a ouvir não só do Dr Barreto, mas do governo e porquê não do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Se hovesse vontade, Mocambique podia aprender muito da Eritreia pela interaccão com a sua diáspora que muito ajuda na reconstrucão do país.
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