A minha caixa de correio electrónica tem cada vez mais emails de leitores sugerindo as mais variadas coisas para o diário. Mas também comentando e interrogando. Decidi por agora não avançar no tema da geofagia sem antes destacar um comentário - excepcional comentário - sobre o tema, que recebi hoje por email, escrito por Nicolau Zalimba:
"Bom dia Professor, venho por este meio contribuir, na pesquisa que está levar acabo, em colaboração com seus estudantes, o Cremildo e o Hélder.
Sou estudante do último ano de sociologia e me interesso por fenómenos sociais. Vim da província de Tete para fazer meus estudos. É constante em Tete essa prática, ou seja, eu deparo todos os dias com mulheres, jovens, crianças, e sobretudo mulheres grávidas a tirarem areia para comer. Nunca vi a areia que se vende aqui no Maputo, mas a de Tete ja vi e provei, por curiosidade, e posso dizer que a de Tete é barro (argila), o lugar onde a maior parte das pessoas tiram é mesmo defronte a minha casa, e muitas pessoas conversam ou já conversaram em várias ocasiões, porque é um lugar onde sempre tirei o barro para fazer meus carros para brincar, e dos meus irmãos mais novos.
Durante muito tempo, o número de pessoas foi crescendo, e cada vez mais mulheres grávidas. A procura do barro fazia com que as pessoas tivessem uma forma de pensar, ou seja, mulher que estivesse a comer barro, se por acaso fosse jovem, nós chegávamos à conclusão de que está grávida, e isso foi durante muito tempo. Se uma jovem estivesse parada a retirar o barro, as pessoas perguntavam: "estás grávida"?
Outro aspecto é que muitos jovens não viam com bons olhos essa prática, e nas noites muitos iam a esse lugar (que se tornou num buraco imenso, porque as pessoas dizem que o barro que está no fundo é o melhor), e urinavam dentro do buraco para desmoralizar essa prática, e o mais engraçado disso tudo é que elas continuavam, e quando lhes alertavam que nesse lugar as pessoas urinavam, elas respondiam ironicamente: " por isso o barro esta cada vez mais nice, é mais salgado e gostoso".
Presenciei um caso de uma criança, cujo pai é técnico do Hospital Central de Tete, que ingeria o barro, com sua tia, irmã da mãe, e durante um tempo a criança não conseguia fazer as suas necessidades maiores, começou tendo dores na barriga, e o pai teve que cortar pequenos pedaços de sabão e introduziu no ânus da criança, uns minutos depois ela começou a retirar dentro dela barro.
Sou estudante do último ano de sociologia e me interesso por fenómenos sociais. Vim da província de Tete para fazer meus estudos. É constante em Tete essa prática, ou seja, eu deparo todos os dias com mulheres, jovens, crianças, e sobretudo mulheres grávidas a tirarem areia para comer. Nunca vi a areia que se vende aqui no Maputo, mas a de Tete ja vi e provei, por curiosidade, e posso dizer que a de Tete é barro (argila), o lugar onde a maior parte das pessoas tiram é mesmo defronte a minha casa, e muitas pessoas conversam ou já conversaram em várias ocasiões, porque é um lugar onde sempre tirei o barro para fazer meus carros para brincar, e dos meus irmãos mais novos.
Durante muito tempo, o número de pessoas foi crescendo, e cada vez mais mulheres grávidas. A procura do barro fazia com que as pessoas tivessem uma forma de pensar, ou seja, mulher que estivesse a comer barro, se por acaso fosse jovem, nós chegávamos à conclusão de que está grávida, e isso foi durante muito tempo. Se uma jovem estivesse parada a retirar o barro, as pessoas perguntavam: "estás grávida"?
Outro aspecto é que muitos jovens não viam com bons olhos essa prática, e nas noites muitos iam a esse lugar (que se tornou num buraco imenso, porque as pessoas dizem que o barro que está no fundo é o melhor), e urinavam dentro do buraco para desmoralizar essa prática, e o mais engraçado disso tudo é que elas continuavam, e quando lhes alertavam que nesse lugar as pessoas urinavam, elas respondiam ironicamente: " por isso o barro esta cada vez mais nice, é mais salgado e gostoso".
Presenciei um caso de uma criança, cujo pai é técnico do Hospital Central de Tete, que ingeria o barro, com sua tia, irmã da mãe, e durante um tempo a criança não conseguia fazer as suas necessidades maiores, começou tendo dores na barriga, e o pai teve que cortar pequenos pedaços de sabão e introduziu no ânus da criança, uns minutos depois ela começou a retirar dentro dela barro.
O que causou tudo isso, segundo o pai, é que o barro, consumido aos bocados, foi-se concentrando no interior, e formou uma camada que impediu a saída das fezes.
Nunca ouvi falar da prática de venda de areia ou barro para consumo em Tete, mas que a prática de consumo é enorme é verdade, muitas mulheres dizem que corta o enjoo, assim muitas mulheres que começam seu período de gestação, por recomendação de amigas e pessoas conhecidas aderem à prática e depois do parto não conseguem largar, outras mulheres consomem apenas nos princípios da gravidez.
Eu penso que em Maputo, além do consumo motivado por recomendações de amigas, conhecidos e curiosidade, a venda vem já a ser um negócio como qualquer um.
Se pessoas consomem areia, porque não incrementar mais um pouco de sal, tempero e mais alguma coisa para fazer com que as pessoas consumam mais? Quanto mais oportunidades de ter sustento for, maior e melhor forma de agradar a clientela.
O modo de vida e a carência, faz com que pessoas que tenham se apercebido desse negócio, pratiquem de forma a ter sustento, sem se importar pelas consequências, ou sabendo mas, como ninguém ouve falar de morte por consumo de areia, fica tudo na mesma.
O que leva as pessoas a consumirem isso, precisa de um estudo, ou perguntarmos às pessoas que não consomem, porque nao consomem areia? Assim como terá sugerido Howard Becker, no seu trabalho "marginais e desviantes".
Professor com toda consideraçao e respeito, ai vai a minha contribuição, espero ter contribuído. Se permitir, gostaria de poder contribuir com um estudo em relaçao a esse estudo, queria fazer em relação à Cidade de Tete, mas por motivos económicos e de tempo não poderei, assim como para meu trabalho de fim de curso, que ainda estou a pensar, a pensar num tema assim, como esse que é interessante.
Bom dia e bom trabalho."
Nunca ouvi falar da prática de venda de areia ou barro para consumo em Tete, mas que a prática de consumo é enorme é verdade, muitas mulheres dizem que corta o enjoo, assim muitas mulheres que começam seu período de gestação, por recomendação de amigas e pessoas conhecidas aderem à prática e depois do parto não conseguem largar, outras mulheres consomem apenas nos princípios da gravidez.
Eu penso que em Maputo, além do consumo motivado por recomendações de amigas, conhecidos e curiosidade, a venda vem já a ser um negócio como qualquer um.
Se pessoas consomem areia, porque não incrementar mais um pouco de sal, tempero e mais alguma coisa para fazer com que as pessoas consumam mais? Quanto mais oportunidades de ter sustento for, maior e melhor forma de agradar a clientela.
O modo de vida e a carência, faz com que pessoas que tenham se apercebido desse negócio, pratiquem de forma a ter sustento, sem se importar pelas consequências, ou sabendo mas, como ninguém ouve falar de morte por consumo de areia, fica tudo na mesma.
O que leva as pessoas a consumirem isso, precisa de um estudo, ou perguntarmos às pessoas que não consomem, porque nao consomem areia? Assim como terá sugerido Howard Becker, no seu trabalho "marginais e desviantes".
Professor com toda consideraçao e respeito, ai vai a minha contribuição, espero ter contribuído. Se permitir, gostaria de poder contribuir com um estudo em relaçao a esse estudo, queria fazer em relação à Cidade de Tete, mas por motivos económicos e de tempo não poderei, assim como para meu trabalho de fim de curso, que ainda estou a pensar, a pensar num tema assim, como esse que é interessante.
Bom dia e bom trabalho."
Nota 1: Nicolau, se puder, procure-me no Centro de Estudos Africanos a partir do dia 20, terei imenso gosto em conversar consigo sobre o tema.
Nota 2 (12:25) : o Cremildo Bahule acabou de me entregar duas amostras de areia para análise laboratorial.
9 comentários:
Obrigada Nicolau.
Estudo deveras interessante.Fiquei com curiosidade de saber qual o composto da areia ou do barro que alivia os enjoos, entretanto ficamos todos à espera dos resultados dos testes que o Professor vai pediu.
Penso que a partir destes resultados muito poderiam as autoridades médico/sanitárias fazer pelas futuras mães e pelas crianças.
Até à conclusão deste estudo fica-me no entanto a bailar a questão: não será só este costume uma questão cultural?
Não nego aqui que a fome tenha um papel também determinante na questão da geofagia, mas como todos sabemos existem zonas onde este fenómeno é praticado e em que o problema não é necessariamente esse.
Aproveito esta oportunidade para lançar o desafio a outros técnicos que comentem este assunto.
Obrigada Nicolau, obrigada Professor
Não estou ainda em condições de responder à sua questão cultural. Todavia, tanto quanto julgo saber, a chamada "pica" (veja na net em "wikipedia")aparece am várias regiões do globo e está muitas vezes associada à gravidez. Deixe avançar um pouco o trabalho e depois poderemos tentar ver o fenómeno um pouco mais profundamente. O estudo feito na cidade de Maputo é pouco ambicioso e meramente exploratório. Tento, entretanto, criar condições para pedir uma análise laboratorial da duas amostras de areia que tenho e que são vendidas em mercados locais.
Do Der Spiegel, de 02/01/2008
Fome terrena: Por que as pessoas comem terra?
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2008/01/02/ult2682u641.jhtm> Jörg Blech
> Pessoas em muitas partes do mundo se permitem a curiosa prática de comer terra, também conhecida com geofagia. Mas por que o fazem permanecia um certo mistério. Agora, um novo estudo visa mostrar que a argila pode ser vital na proteção de mulheres grávidas.
> Os habitantes da ilha de Pemba, no leste da África, exultam quando uma de suas jovens mulheres começam a comer terra - este suplemento alimentar incomum só pode significar uma coisa: que ela está esperando um bebê.
> "Uma porção diária é de cerca de 25 gramas de terra", disse Sera Young, que trabalha em tempo integral na pesquisa da geofagia. A antropóloga de 30 anos logo se transferirá da Universidade de Cornell para a Universidade da Califórnia, em Berkeley.
> Em todo continente há pessoas que comem greda, argila ou marga. Mas apenas agora Young e seus colegas estão começando a entender que forças as levam a fazer isso. Independente das pessoas estarem comendo argila de fontes naturais ou comprando "argila medicinal" na farmácia para comer, elas estão claramente seguindo algum anseio ancestral que se desenvolveu ao longo da evolução.
> Não são apenas seres humanos que comem um pouco de terra de vez em quando -papagaios, gado, ratos, elefantes e chimpanzés também o fazem. Até mesmo homens pré-históricos compartilhavam esta paixão por comer terra - uma escavação arqueológica na África encontrou marga em pó que claramente era usada como ração de marcha há dois milhões de anos. Mas a pergunta permanece: por quê?
> Em seus estudos de campo na ilha de Pemba, que pertence à Tanzânia, Young observou que principalmente as mulheres grávidas sentiam desejo por terra. "É como um vício. Há até mesmo uma palavra para isso: 'vileo'", ela disse.
> Mas as mulheres grávidas não simplesmente recolhem sua refeição terrena na rua. Na verdade, elas não medem esforços para assegurar que seja o tipo certo de terra. Elas raspam marga de fontes específicas ou a coletam em certos locais fora de suas aldeias. "A terra não pode ser suja", explicou Young.
> A seletividade dos comedores de terra chamou a atenção do naturalista alemão Alexander von Humboldt há 200 anos, quando ele passou algum tempo onde atualmente é a Venezuela. O povo indígena otomaque, ele notou, preferia as camadas aluviais onde era encontrada "mais espessa, com melhor sensação".
> O fato de os indígenas devorarem terra em "quantidades tremendas" e a guardarem para tempos de dificuldade, na forma de bolas de argila secas, levou Humboldt a supor que a geofagia era usada como solução improvisada para momentos de escassez de alimentos. De fato, as pessoas comiam terra particularmente em momentos difíceis, como no Haiti em 2004, quando os moradores das favelas recebiam bolos de manteiga, sal, água e terra.
> Mas esta hipótese da fome não explica o fenômeno plenamente - a terra também está no cardápio de pessoas que se alimentam bem. Logo, muitos pesquisadores acham que a terra funciona como um medicamento natural. A marga, afinal, contém magnésio, sódio, cálcio, potássio, ferro e uma grande quantidade de minerais. Em casos de diarréia severa, segundo alguns cientistas, uma colher da chá de terra poderia fornecer ao corpo os minerais perdidos.
> No entanto, Peter Hooda, um pesquisador de solo britânico, descobriu indícios de que, pelo contrário, a marga tira mais do corpo do que fornece. O cientista e sua equipe chegaram a esta conclusão surpreendente depois de realizar uma simulação em laboratório da interação entre a terra e o trato digestivo. Eles misturaram marga, ácido gástrico e nutrientes, deixaram a mistura barrenta à temperatura do corpo por tempo suficiente para reagir plenamente e então analisaram o composto resultante.
Um desentoxicante natural
para o estômago
> Os resultados mostraram que muitos nutrientes se ligaram firmemente à estruturas microscopicamente pequenas na marga. Isto levou a uma redução significativa no ferro, zinco e cobre disponíveis no banho de lama, o que estava de acordo com uma das observações de Young em Pemba: muitos dos apreciadores de marga eram anêmicos e apresentavam níveis baixos de ferro no sangue.
> Mas em algumas circunstâncias, supõe a antropóloga, o efeito lixiviante da terra poderia ser uma vantagem. "A terra pode ajudar a remover toxinas do corpo." Esta teoria é apoiada por algo que Young notou após estudar mais de 2.700 casos relevantes na literatura sobre o assunto: crianças pequenas e mulheres grávidas - pessoas para as quais uma intoxicação pode ser particularmente séria - fazem uso particularmente freqüente deste recurso natural.
> Até agora, o enjôo matinal era visto como um mecanismo evolutivo desenvolvido para proteger a criança ainda não nascida das substâncias prejudiciais nos alimentos. Seria a geofagia uma estratégia adicional?
> Em uma tentativa de dar mais substância à sua teoria, Young está atualmente acompanhando a análise de mais de 30 amostras de terra de Pemba, Quirguistão, Indonésia e outras áreas pelo Instituto Macaulay, em Aberdeen, Escócia, para entender até que ponto elas possuem potencial químico de remover as toxinas dos alimentos.
> As análises poderão fornecer prova científica do que muitos comedores de terra sempre disseram: a terra limpa o estômago.
___
FM
Um belo, excelente texto. Muito obrigado, estou certo de que será útil para todos nós.
> Ano Internacional da Terra
2007 / 2009.
> Vale a pena visitar os sites a seguir indicados e entrar em “Terra e Saúde” … … "Se é cientista e deseja desenvolver uma proposta de investigação sobre este tema, por favor visite www.progeo.pt/aip ou www.yearofplanetearth.org , descarregue o formulário “Expression of Interest” (Science) e siga as instruções… “
> Algumas transcrições:
“A dose certa diferencia um veneno de um remédio” - Paracelsus
> A Geologia Médica é uma disciplina que mais do que emergir, está a “re-emergir”. A relação entre rochas, minerais e saúde humana é conhecida há séculos. Antigos textos chineses, egípcios, islâmicos e gregos descrevem os múltiplos benefícios terapêuticos de várias rochas e minerais, assim como os diversos problemas de saúde que podem causar. Há mais de 2000 anos, textos chineses descreveram o uso de 46 minerais diferentes com aplicações medicinais.
> A lei básica da toxicologia foi enunciada por Paracelsus (1493-1541) pela primeira vez: “Todas as substâncias são venenos; não há uma única que não o seja. A dose certa diferencia um veneno de um remédio”. Assim, efeitos biológicos negativos podem advir tanto de um aumento como de uma diminuição da concentração de vários elementos.
“ Geofagia – mordendo a poeira”
> A ingestão deliberada de solo é uma prática comum em membros do reino animal, incluindo humanos, sendo conhecido em muitas sociedades antigas e rurais.
> A geofagia é considerada por muitos nutricionistas como uma resposta aprendida (comer argila e minerais do solo para reduzir a toxicidade de vários componentes dietéticos) ou inata relativamente a deficiências nutricionais resultantes de uma dieta pobre.
> A geofagia está a atrair um interesse renovado e sério por parte dos investigadores.
> A futura pesquisa multidisciplinar irá provavelmente abranger vários destes problemas, incluindo a ingestão de solo como fornecedor de nutrientes minerais, tais como o ferro, ou de elementos potencialmente prejudiciais, tais como o chumbo ou radionuclídeos. Tal, envolverá trabalho quantitativo, levando a uma melhor compreensão das implicações da ingestão de solo em estudos epidemiológicos e de avaliação de riscos.
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Um Abraço,
FM
Florêncio, mais uma vez muito obrigado pela pesquisa bibliográfica. Se reparar responde a algumas das perguntas que formulei algures.
Uma leitora de nome Sara comentava nesta blog "que tristeza", às informações que circulam por aí, algumas sem qualquer tipo de enquadramento, por mais mínimo que seja.
O desabafo da Sara surgia do facto de se estar a criar a percepção de que as pessoas estavam a comer terra devido à penúria alimentar extrema.
Mais uma vez, well done, Florêncio
Obed L. Khan
Cá está o Obedezinho nos seus assaltos aos moinhos de vento: por ele a pobreza apaga-se com uma varinha mágica, a dele. Ninguém tem fome para este polichinelo.
Bom...vou apresentar-lhes o aspecto mais real e científico da coisa! isento de qualquer crença espiritual, folclórica ou com um pé nos antepassados.
► A geofagia é uma necessidade orgânica de quem tem carência de ferro no organismo.
A natureza é sábia! Há o mineral no solo...e inconscientemente "o corpo pede"...sem saber, o geofágico sente essa compulsão de levar o barro (terra, argila, cal, etc..) à boca. às vezes a necessidade é tão grande que o geofágioc chega a salivar!
E por que mulheres grávidas são as maiores geogáficas?
Simples. Como sabemos, uma gestação absorve muito ferro (assim como cálcio e outros) do organismo materno. Ela divide minerais, proteínas, etc. com o bebê...e isso gera um quadro de ANEMIA - coisa comum nas gestações, o que faz com que a mulher (não só a fêmea humana, como outras, tenham necessidade de ingerir barro).
Mas nem só as mulheres grávidas são vítimas desse hábito. Nesse quadro, encontramos crianças também. Assim como a gravidez leva as grávidas a essa necessidade; uma parasitose (comum na infância) gera uma anemia, que por sua vez tb leva a criança a comer barro!
Seria interessante que ao invés de "estudiosos" comportamentais fazerem suas deduções, eles pesquisassem mais nos hemogramas dessas pessoas: a taxa de hematócritos.
Acredito que todas tenham alguma coisa em comum - a deficiência de ferro no organismo (anemia).
Esse comportamento é instintivo.
Elas têm noção de que barro não é comestível, mas ainda assim não conseguem controlar essa vontade de ingerí-lo.
Acredito que muitos aqui lembrem de terem visto algum cão ou gato comendo grama quando acabou de ter uma baita diarréia!
Então...a natureza é sábia!
O cão é irracional, ele não sabe sobre seu estado, mas quando passa por uma diarréia, ele vai lá e começa a comer grama...e os antigos, a galera da roça e quem convive com eles costumam dizer: "Se o cão tiver piriri, deixe ele solto para que coma a grama e vai passar!" Claro que a grama deve conter alguns elementos que o corpo necessita.
Na terra há ferro, mesmo que em poucas quantidades e isso, de repente, pode não suprir uma anemia num grau mais elevado...mas vai fazer o organismo pedir instintivamente!
É isso!
Tenho um projecto sobre areias consumidas pela mulher na provincia de Maputo.
Gostaria de trabalhar com o professor
Serra.
As analises mineralogicas ja efectuei
Felizberto
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