09 janeiro 2008

A fertilização da escravatura na Mozambique Fertilizer Company

É um tema que tem sido divulgado em vários jornais nos últimos dias. Mas o semanário "Magazine Independente" de hoje dedicou-lhe toda a página 3, mostrando em que condições de autêntica escravatura trabalhavam 150 operários na Mozambique Fertilizer Company, operando em Gondola, província de Manica, agora encerrada por violação da Lei do Trabalho pela Inspecção do Trabalho. Dois trabalhadores já morreram e outros dão dirariamente entrada no Hospital de Gondola devido a problemas respiratórios. Trabalhavam sem botas, luvas e máscaras e "sempre expostos a vários produtos químicos que se usam no processamento de adubos". O semanário afirma que a empresa tem "como sócia maioritária uma alta figura do Estado Moçambicano", mas não revela qual. Recorde-se, aqui, o caso recente da Golden Roses.
Já aqui me interroguei sobre as condições de trabalho dos nossos operários agrícolas e industriais. Seria vital que uma inspecção generalizada fosse feita a todas as empresas industriais no país.
Mas, mais vital ainda, é saber por que estão calados os sindicatos, por que razão não intervêem activa e publicamente na denúncia deste tipo de situações, por que razão apenas aguardam as famosas reuniões anuais com os "parceiros sociais" para discutirem mais um aumento salarial.

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