No livro com a capa em epígrafe, publicado este ano, os jornalistas Serge Bilé (na foto) e o seu colega Audifac Ignace desnudam o racismo que reina no Vaticano. Ontem como hoje, no Vaticano discrimina-se, lá há racismo. Prelados africanos são humilhados e testemunham. O texto está em francês. Se quer traduzir, use o programa situado no lado direito deste diário. Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
Um testemunho muito triste do mundo em que vivemos ... probres mocas, triste realidade ... Uma pena que um local de santidade ainda seja ninho de uma segregacao, ou seleccao baseada na raca ... eu sonho com um mundo onde a descriminacao de negro para branco, de branco para negro nao exista ... um mundo sem preferencias ... um mundo de iguais
Caro Prof.
E lamentavel, mas e verdade.
Porque os jornalistas africanos (nao de Mocambique) escreveram prestamos atencao ao fenomeno. Foi bom que comeca-se a falar do assunto a partir de fora.
Quantos jovens Mocambicanos disistiram de ser padres ou freiras por causa de racismo!? Muitas pessoas pensam que os tais jovens so queriam estudar, ou porque nao aguentam viver a castidade. Essa e meia verdade. Ha racismo (branco e negros); ha tribalismo, e mais: creio que ainda se recorda muito bem do Deus que nao ouve a lingua Sena, decisao tomada em 1991 pelo arcebispo da Beira Jaime Pedro Goncalves. Em 1993 tivemos aquela confusao.
Sr. Kanyoza
Mas como é isso?!
Fiquei a saber essa do Sr. Bispo, hoje. Mas como?
Se eu falei tantas vezes em Sena lá no Luabo, Marromeu,...e
DEUS
me entendeu perfeitamente, e
em
SENA.
Afinal!
E...ehhhh...umBhalane,
Tudo emerge religiosamente camuflada no quadro da inculturacao religiosa. Mas o arcebispo da Beira, apos as negociacoes de Roma, se achava que tinha legitimidade e autoridade religiosa para impor o Ndau para os Sena. Nessa altura (1990-1992) eu fazia parte de grupo de catequistas e tambem sacristao na Paroquia do Alto da Manga (Beira). Engolimos os sapos do arcebispo. Mas em 1993, ja la eu nao estva, crentes Sena de Alto da Manga, Inhamizua, Sao Benedito mobilizaram-se e fizeram refens todos os padres e algumas freiras que estavam na cidade da Beira, no arcebispado para forcar o arcebispo a mudar da decisao. Foi feio aquilo e bocas nao faltaram a dizer que era a Frelimo a manipular. Nao era nada a Frelimo. As feridas Ndau-Sena vem de longe. So que quando emergem sao muito bem capitalizadas politicamente.
O arcebispo Jaime pagou caro, que o diga Francisco Maquil. Quem tambem paga um preco muito alto sao os recem ordenados Padres Diocesanos Sena na Arquidiocese. Investiguem e verificarao que nao tem as mesmas condicoes que seus colegas Ndau.
Igualmente, Raul Domingos tem historia bonita para nos contar tambem. Nao sei se Simango nao podera ajustar as contas. O mano Zaca, o famoso "fungulamaso" saiu-se politicamente muito bem na Beira.
Mais nao disse
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