De um trabalho do jornalista Filipe Ribas publicado no @Verdade, versando sobre sanidade na cidade de Maputo: "É esta mosca que durante todo o santo dia paira por cima do peixe e do camarão que se vende na Tendinha, bem na berma da estrada. Esta mosca consegue cobrir quase por completo as carnes que se vendem nos mercados do Xipamanine, Chiquelene, Benfica, T3, Patrice Lumumba, mercado da Matola, perante a total indiferenças das vendedeiras, que só as sacodem para o cliente atestar a boa qualidade do produto. Que garantia de qualidade pode oferecer uma carne quando temos de pedir licença às moscas para apreciá-la? Estamos a falar de alimentos laváveis. Mas nesses mesmos sítios, vendem-se pão, bolos, chamussas, badjias, para não falar das refeições que são aí servidas. As moscas partilham directamente esta comida. Quanto ao pão, basta olhar para as mãos de quem o vende e para o chão em que se encontra sentado para perceber quanta porcaria vai à boca do cidadão. A faculdade de escolher dada ao cliente permite perceber que muitas mãos passam por cada pão, deixando os seus lixos pessoais, uns de coceira e outros de urinóis públicos. Nessas zonas periféricas, que é onde está a maioria da população de Maputo, a latrina acaba por ser apenas um símbolo ou mera possibilidade de se defecar sem se ser visto por outros. De resto e no mais, a distância entre a latrina de um e a cozinha de outro morador é a espessura de um caniço, com as óbvias folgas para as moscas passarem sem custos de portagem."
1 comentário:
Realidade nua e crua.Mas chocante!
Quando é que as autoridades sanitárias (e não só)pensam por cobro a estas situações?
Quando a cólera estiver disseminada por todo o país?
Vamos lá meus senhores.Todos podem colaborar.A começar pelas autoridades dos bairros, as escolas, as igrejas. Todos somos estado. Vamos a fazer uma grande campanha de sensibilização. Cabe-nos a todos esta tarefa.
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