De acordo com o "Savana" desta semana, pela pena de André Catueia, 20 pessoas, entre as quais nove com idades entre os 13 e 16 anos, estão retidas no Infantário Provincial de Manica, cidade de Chimoio, desde domingo, aguardando pela evacuação, após terem escapado a um "suposto rapto". Essas pessoas foram recrutadas no distrito de Machaze, sul da província de Manica, com promessas de emprego e estavam a ser canalizadas para a África do Sul num camião contentor, tendo sido interceptadas pela polícia em Inhambane. A administradora de Machaze, Alice Tamele, afirmou ao jornal que se trata de um "problema cultural enraizado e que necessita de um estudo aprofundado para o seu combate", mas não indicou que problema é esse (p. 4).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Desconfio mesmo que não é rapto. É pobreza, emigração ilegal, fenómeno igual em todo o mundo. Gente que se faz ao mar em pequenas barcaças, gente que chega a portos dentro de contentores, gente que atravessa a Europa dentro de camiões.
E o homem que conduzia o carro é aquilo que se costumava chamar de "passador", aquele que passa os outros daqui para ali. Décadas de emigração na Europa ainda não comunitária se fizeram assim. Na travessia de África para a Europa também os há, os donos dos pequenos barcos que vendem caros os bilhetes para a "terra prometida".
Paula Araújo
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