Segundo o "Notícias" de hoje, "A ministra da Justiça, Benvinda Levy, considera que a desestruturação das famílias, aliada à situação de pobreza em que vive maior parte da população moçambicana, é parte das causas que contribuem para o incremento dos índices de criminalidade praticada por menores. Com famílias desmembradas, muitas crianças acabam sendo vítimas de maus-tratos e do abuso infantil, situações que contribuem em certa medida para o aumento de crianças em conflito com a lei."
Comentário: nem sempre é fácil dizer as coisas - mesmo as mais evidentes - com frontalidade e evitar o seguidismo oratório ou o mote arrivista, farisaico e hipócrita. A ministra Benvinda disse-o.
3 comentários:
Se ela só disse isso, acho que faltou dizer que a FALTA de EMPREGO e de PERSPECTIVAS por parte dos jovens, é um fenomeno que ajuda a desmembrar as familias e incrementa o abuso às crianças.
(Hoje pela manhã, mais precisamente às 7 horas, no meu bairro vi um jovem de uns 20 e poucos anos a tomar uma boa e gelada 2M).
A nossa juventude está em maus lençois...
Pois é.
Foi directa à base, aos alicerces, às fundações, aos fundamentos de algo que é essencial, mesmo.
Há muita coisa boa a complementar o dito, mas o mais importante é isso mesmo - a família, o seio familiar, o cadinho da sociedade.
Diagnóstico efectuado, resta a conquista dos seus pares, o consenso social e
MÃOS À OBRA.
Citações:
” Família = célula base da sociedade”
“ Empresa = célula base da economia”
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1. Quando a célula base da sociedade se desmembra ou enfrenta dificuldades /fragilidades como na grande maioria dos nossos casos acontece, não podemos esperar ter um país “saudável”: ficamos vulneráveis á adulteração de valores. É dramático!
2. Perguntava á tempos a alguém desviado dos comportamentos /valores que nos habituámos a chamar de “normais”. Gostas mesmo do que fazes, não tens momentos de arrependimento?
Resposta, TREMENDAMENTE realista: “JÁ HABITUEI!”
3. De então para cá tenho reflectido MUITO sobre este CRUEL: “já habituei”. Não se trata de mero conformismo, trata-se, em muitos casos, de um assumir de novos valores, impostos pela degradação da situação económica do nosso país e das agressivas políticas de incentivo ao consumismo (olhemos para as nossas TV´s. Claro que o consumo é essencial para o desenvolvimento; mas não o veemente apelo ao “consumismo” do supérfluo).
4. No meu entender, a grande quota-parte deste estado de coisas resulta, COMO BEM REALÇA A MINISTRA, da debilitada situação económica do nosso país – no meu entender, CONSEQUÊNCIA de políticas económicas e sociais IRREALISTAS.
A pequena empresa “célula base da economia”, em termos práticos, tem sido completamente “desqualificada”… relegada para plano secundário.
Como entender que quase 34 anos após a independência nacional produzamos menos batata, milho, arroz, copra, açúcar, algodão, chá, carne de bovino, suíno, de aves; os Portos e caminhos de ferro manuseiem menos carga do que em 1974, com o dobro da população activa? Politicas económicas falhadas = degradação do bem estar = degradação de valores = miséria física e moral.
5. Por tudo isto, entendo que a Ministra Benvida Levy tendo diagnosticado correctamente o problema … se deve esforçar, como bem diz acima umBhalane, em convencer seus pares do Governo para a tomada de medidas estruturais.
De contrário, continuaremos a assistir, como se refere no 1º comentário acima, a jovens desempregados de cerveja na mão ás 7H00 da manhã… e, não admiraria, de chave de fendas na mão a uma qualquer outra hora do dia, para um qualquer assalto que lhe renda “sustento” para esquecer as amarguras da vida.
AM
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