O economista João Mosca escreveu um texto sobre o ensino superior em Moçambique, divulgado neste diário. Agora, Manuel Francisco Lobo, com muitos anos de trabalho na nossa Educação, enviou-me, com pedido de publicação, o texto que se segue: "Concordo com o Professor Mosca em grande parte do que diz no texto. Contudo, creio que as Universidades não só fornecem quadros para a academia, mas também alimentam os sectores da indústria, serviços e mesmo para os sectores primários. Exatamente por este último aspecto aqui tocado, não creio necessário que nos precipitemos em desenvolver muitos números de graduados no ensino superior. Isto porque os sectores que crescem a ritmos elevados em Mocambique o fazem a custa de tecnologia de ponta e de pouca mão de obra. Vejamos a Mozal, Cabora Bassa, Sasol, etc, que são grandes projectos que não necessitam de muita mão de obra, mesmo da mais qualificada. (acho que Cabora Bassa, agora que é nossa... quem sabe não se enche de gente para não fazer nada, não me admiraria...)."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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3 comentários:
SIM A QUALIDADE E NÃO A QUANTIDADE NO ENSINO SUPERIOR. O GOVERNO ESTÁ COLOCANDO O FUTURO DO PAIS EM RISCO COM A DUMBANEGUIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR. AO INVÉS DE PRODUZIRMOS ADVOGADOS E ECONOMISTAS AOS MAGOTES E MAL PREPARADOS, CENTRE-SE O GOVERNO NA CRIAÇÃO A APETRECHAMENTO DE ESCOLAS TÉCNICAS PARA PRODUZIR OPERÁRIOS QUALIFICADOS, TÉCNICOS QUALIFICADOS NO SABER PENSAR E FAZER. AÍ SIM DAQUI A UNS ANOS VEREMOS A DIFERENÇA.
Quando os governantes se deliciam com bajulacoes, o resultado so pode ser esse. Os bajuladores nao dao tempo a lideranca politica reflectir com clarividencia os problemas do pais.
Uma coisa tem de ser dita. A maioria dos nossos governantes nao conseguiu educar seus filhos como deve ser. Por isso, nao estao interessados com a qualidade de educacao no pais. Enviam seus filhos a estudar fora do pais. Quando regressam nem sabem onde fica Nanchingweia e nem onde se encontra o rio Save. Filhos/as dos/as nossos/as governantes, em grande parte sao drogados/as e isso traz inveja quando os nossos governantes vem filhos/as de pobrezinhos que estudam bem e intervem na sociedade como professores, analistas e interagem em questoes da nacao com competencia, ou pelos menos se esforcam faze-lo.
Qual e filho/a do ministro/a sabe falar em publico sobre problemas do pais, ou da aulas? Sabemos sim que sao empresarios/as de sucesso.
A revolucao no Irao comecou na universidade de Teerao. Sera que a UEM iniciara essa saga? Chega de politiquices e engraxadores.
Só tenho a dizer sinceramente que o Manuel Francisco Lobo fez os comentários mais correctos que já li sobre a educação verso emprego.
É correcto, os grandes projectos, estes quando instalados em um pais como Mocambqiue para o seu funcionamento já não precisam de tantos empregados principalmente os qualificados. Estes grandes projectos já empregaram nas suas origens quadros qualificados durante as suas fases de estudos e elaboração. Quando chegam aqui só são montados, e permanecem enquanto viáveis, no dia em que deixam de ser viáveis pura e simplesmente serão desmontados, ex Chibuto, pura e simplesmente for descartado depois de tanto se falar do seu valor.
O emprego só é garantido se os projectos são elaborados e implementados pelos Mocambicanos, mas isto precisa de um grande apoio e incentivo do Governo. O Governo deve saber explorar o talento dos Mocambicanos. Tantos talentos são pura e simplesmente desprezados/ignorados neste pais. O Sector de turismo, mineral e da agricultura é sector que os mocambicanos podiam andar sozinhos sem investimentos externos, mas nada, a classe governante prefere entrar em esquemas sujos com estrangeiros e dificultar os Mocambicanos. Daqui a nada toda costa será vendida aos estrangeiros, esquecendo que os seus filhos não terão acesso a essas instâncias turísticas exploradas por estrangeiros e que o dinheiro cobrado por estes nem sequer fica em Mocambque. Grandes extensões de terra para projectos com financiamento externo tais com de etanol em Massingir em nada vai beneficiar os Mocambicanos, vai tornando os mais pobres e dependentes. Mas como um punhado de elite vai se beneficiar, estes são aceites.
Não entendo, que com tantos talento na serralheria, tem que ser um estrangeiro a vir vender pequenos atrelados a custos proibitivos em Mocambique. As oficinas do Instituto Industrial de Maputo podia fazer a preços bem baixos e serem vendidos ao nossos camponeses para serem usados na tração animal e motorizada.
Porque tantas universidadinhas? Só para distribuir os Mercedes Bens aos Reitores e aos vice reitores? Veja o exemplo do Instituto de Relações Internacionais, o nr de estudantes desta instituição é próxima ou não chega ao número de estudantes só da Faculdade de Engenharia (UEM), mas o Reitor desta tem mais regalias (iguais ao Reitor da UEM) que o de Director da Faculdade de Engenharia, isto não é desperdício? Alguém pode me fornecer os dados de Despesa de cada Reitor das Universidades Públicas por estudante? Verão a Surpresa.
As universidades devem estar de braços dados com os centros de investigação e de grandes empreendimentos de origem Mocambicana, empreendimentos controlados por Mocambicanos, estes levam tempo mais são mais sustentaveis para dar empregos em cadeia. Tendo como exemplo a CahoraBassa que é Nossa. Não é necessariamente que todos sejam empregados pela Cahora Bassa como tal, mas pode se abrir centro de pesquisa de energias (onde podem saírem projectos a ser instalados noutros lugares), oficinas de reparacão e montagem de pecas da hidrolectrica, turismo, pesca etc
O Turismo não é necessariamente a vinda de estrangeiro de fora mas é necessario promover o turismo nacional. O Zimbabwe e Tanzania eles promovem muito o turismo nacional, e os nacionais desses países pagam valores baixos em relação aos estrangeiros nas instâncias turísticas (nos parques e reservas naturais). O turismo nacional permite que os pais levem os filhos para ter contacto directo com a natureza. Nesses países as políticas são claras sobre isso, nos Hotéis o preço de hospedagem para estrangeiro é mais alto que o do nacional, porque não acontece o mesmo em Mocambique? O Turismo é também educação. Se recordam de passeios escolares?
Certas cidades surgem a partir da instalação de universidades, que a partir desta saiem centros de pequisas, fabricas (ex: fabrica de medicamentos). Não é necessariamente que a universidade esteja perto da casa dos estudantes, não. Quando longe melhor. Outros países o orçamento para a universidade é feita por cada cabeça do estudante, mais estudantes mais dinheiro, por isso, estas, a pesar de serem do Estado, cada Inicio do Ano fazem propaganda das suas universidades. Isto para pôr os dirigentes e professores universitários a trabalharem
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