O semanário "Savana" de hoje tem como manchete a escravatura laboral na Mozambique Fertilizer Company, já referida nesta diário, cujas actividades foram suspensas pela Inspecção do Trabalho É um relato terrível feito por André Catueira em Chimoio - com o título "Adubos de sangue" -, sobre as condições de trabalho dos operários (p. 3). Claramente, o semanário associa a empresa a figuras da nomenklatura do partido no poder e afirma que a fábrica de adubos é administrada numa estação dos Caminhos de Ferro de Gondola por um ex-funcionário dos ex-serviços de segurança, SNASP.
É necessário salientar o esforço do Ministério do Trabalho e, designadamente, da sua Inspecção, na luta contra o deixa-andarismo laboral. E, naturalmente, o papel jogado pela ministra, Sra Helena Taibo. Parabéns para si e seu elenco, Helena.
É necessário salientar o esforço do Ministério do Trabalho e, designadamente, da sua Inspecção, na luta contra o deixa-andarismo laboral. E, naturalmente, o papel jogado pela ministra, Sra Helena Taibo. Parabéns para si e seu elenco, Helena.
Mas, ministra, é preciso prosseguir, é vital fazer a arqueologia de todo o país em termos de condições de trabalho, tal como aqui tenho vários vezes pedido.
Este caso e o da Golden Roses são exemplos paradigmáticos do capitalismo selvagem em curso no país.
3 comentários:
It is good to learn that you have one Inspeccao do Trabalho that inspects. Congratulations Mozambique.
Apesar de ser facto não gosto no entanto a forma como esses casos se ligam à "nomenklatura" do partido no poder. Nos debates acaba se olhando mais nas pessoas envolvidas em detrimento da gravidade do acto embora que, como é óbvio, a "natureza dos autores" agrava ou atenua.
Por um lado pensa-se que há abusos nessas empresas pelo facto de estarem associados aos tais e isso pode ser um facto mas assim deixamos de pôr os olhos nos lugares que não estejam ligado à gente "pequena" se é que existem. Por outro lado os feitos heróicos do ministério do trabalho(quanto a mim sua obrigação natural) são "agigantados" exactamente porque os casos envolvem gente grande.
O Nelson coloca 2 problemas importantes: a personalização da acção dos responsáveis e a visibilidade da acção punitiva face ao que chama "gente grande". Isso remete para a necessidade de analisar os sistemas sociais que produzem ambas as situações. Todavia, as evidências que a imprensa tem apresentado sobre a associação referida(o próprio "Notícias" no caso da Golden Roses) não podem pôr na penumbra o que existe e está a olho nu. Por outro lado, se existe maior visibilidade na tomada de decisões, não é menos verdade que se trata de um acto de coragem que deve ser realçada. Estou, finalmente, consciente de que muitas outros fenómenos devem ser tomados em conta.
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