O sr. Gabriel Simbine (irmão de Graça Simbine Machel, esposa de Nelson Mandela) escreveu uma carta irada ao "Notícias" com o título "Os mortos nunca podem ter salário" e cuja última frase é esta: "A corrupção tomou conta da sociedade moçambicana. Ela rendeu-se."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Senhor Professor,
permita-me parabenizar este cidadão, pois a expressão que ele desencantou [Ela (a sociedade) rendeu-se.], está mais do que excelente.
A verdade é que a melhor definição/descrição que podemos fazer do fenómeno da corrupção em Moçambique é essa mesmo: a sociedade moçambicana rendeu-se à corrupção.
Aliás, temo inclusive que a palavra corrupção já esteja a ser mal empregue, dado que as pessoas já não agem com a consciência de estar a corromper/ser corrompidas, mas sim com a naturalidade de quem faz parte de um sistema que só funciona desse modo.
A corrupção tornou-se num acto tão banal, que o dar "boas festas" a um polícia é algo que só choca quem não vive em Moçambique.
Mas não: não é corrupção, é combate contra a pobreza absoluta.
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