A semana passada duas pessoas dizendo-se jovens escreveram no "Magazine Independente" uma carta sugerindo o nome do general Hama Thai para a liderança da Frelimo, partido no poder desde 1975, dadas as suas qualidades. Agora, na edição de hoje, uma terceira pessoa dizendo-se estudante universitário, propõe que a sucessão à liderança da Frelimo seja ampliada para outros nomes, que faz estender de Mulembwe (presidente da Assembleia da República) a Luisa Diogo (primeira-ministra) (p. 7). E isto - esta aparente corrida precoce -, acontece quando Guebuza, presidente do partido, tem ainda muitos anos à sua frente para liderar os camaradas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
11 comentários:
Isso não lhe sugere que a FRELIMO seja um partido de gente madura que sabe que os líderes não nascem de um dia para o outro?
Isso não lhe sugere que apesar de Guebuza ter "ainda muitos anos à sua frente para liderar os camaradas" que o Partido tenha que se preparar para qualquer EVENTUALIDADE?
Não lhe parece um sinal de democracia e de afirmação de alternativas?
Será normal o que está a contecer no partido da D. Ivone onde acreditam que o líder é ETERNO e em que não se vislumbra NENHUMA alternativa à liderança DLHAKAMINA?
Levante mais hipóteses.
Martin
Esta foi apenas sua opiniao. Para ja' o artigo e' muito madrugador na especulacao de uma eventual guerra de sucessao no sei da Frelimo.
No que se refere 'a Renamo, reprovo a maneira como coloca a pergunta e dizer que na Renamo nunca se viu o Presidente Dlhakama como sendo enterno. Ha' procedimentos internos para tal sucessao. Em devido tempo ela vai acontecer.
Com isso o sr Martin nao me vai acusar de estar a defender o lider na nossa oposicao, mas sim a explicar que para uma transicao que se quer ordeira, ha' instrumentos proprios. E' assim na Frelimo e como o e' na Renamo ou ainda em qualquer grupo politico democratico em solo mocambicano.
Por isso, acho que o artigo do dr Serra e' madrugador, a menos que se esteja a aventar um dispositivo inconstitucional.
Masu
Martin..porque nao pergunta sobre os porkes desta guerra de lideranca tao cedo?? Ou melhor, enkunato o Lider ainda tem muitos anos pela frente?
Que treinador maluco seria esse que iria substituir um atacante goleador?
Num sei nao Martin, mas a tua intervencao eh tipica do partido. Desviar a atencao do essencial, enganando as massa e p[ondo areia na cara das pessoas.
Que o Guebas foi a pior aposta de todos os tempos na FRELIMO e neste Pais, todos nos ja sabemos. Dai que nao espanta esse falatorio de lideranca.
Desai
Camarada Martin, só se nos disser que os camaradas estão arrependidos e que queiram realizar um congresso extraordinário. Toda a gente sabe que este é ainda o primeiro ano de guebuza como presidente da Frelimo. Também sabe que a escolha de Guebuza para substituir Chissano não foi democrática. E, nem precisaria de buscar Dhlakama para explicar do que os subscritores das cartas quiseram dizer. Se a Frelimo é madura ainda o povo não sentiu.
MSR
Só agora aqui pude entrar...Perdoai o atraso. Bem, vamos a ver se o próximo número do "Magazine Independente" trás mais uma carta.
Falou muito bem MSR: "Se a Frelimo é madura ainda o povo não sentiu".
Meus caros: o povo está cansado de militares a governarem este país. E depois é aquela ideia de sempre, ou seja, a ideia que estamos habituados a ver, cada ex-combatente que sobe ao poder tem a tendência a não esquecer os outros ex-combatentes e chama-los a ministros e governadores. Mas como pode? Que habilitações ou que visão têm estes ex-combatentes das necessidades do povo senão que o povo está habituado a sofrer e nunca olharão, de facto, para as suas necessidades e aflições?
Quando acabarão estas nomeações de militares para o poder e quando Moçambique deixará de ser um pais gerido por militares que não percebem de Direitos Humanos e têm uma politica ditatorial das veias aos cabelos?
O chato é que estes militares no poder não percebem e não querem saber de, antes do povo, eles mesmos, devem ler e saber a constituição da republica e depois passarem ao povo, porque agindo como estão a agir percebo que não sabem, de facto, o que vem na constituição da republica.
Para terminar sou de opinião que, se com os ex-combatentes da frelimo o pais não anda, quanto mais com o General Dhlakama... Que sempre esteve do outro lado, é um militar revoltoso e nem de longe consegue ser um intelectual quanto mais um líder duma nação, hem?
Queremos intelectuais a governarem este pais e a gerirem as riquezas do pais que pertencem ao povo; e não militares que sobem pobres, ao poder e enriquecem quando lá estão com o suor do povo.
Agora lembrei-me duma teoria (lei da vida), que os nossos dirigentes devem seguir a risca, do género:
Já algum de nós parou uma vez sequer no cimo de umas escadas, olhou para baixo e disse: -"F**dass... custaram a subir, hem???!!"
Não... então porque raio eles vão lembrar de onde vieram quando estam lá em cima?
Quando estão lá em cima a vida, para eles, já nem é composta por degraus; não se esqueçam que hoje já nem se sobe de escadas: vai-se de elevador, e não só, claro! vai-se apertadinho com mais 5 que querem chegar lá a cima depressa, hem???
Portando se pudesse dizer, diria: "Nunca se esqueçam de onde vieram!! Somos todos alfaces, já tivemos merda em cima da cabeça, já tivemos de afastar a terra da cara e se não nos tivessem cortado, tínhamos morrido ao sol...."
Nao sei se de ironias vamos fechar este debate. Por mim este assunto podia se resumir por tres pontos:
1. Expeculacao
2. Nao ha aqui gente de dentro [frel] para aclarar isto.
3. Vejo que e' ainda cedo, a menos que haja um movimento sublevatorio se'rio dentre da Frelimo, falar de que lhe vai substituir o PR.
Correm tb 'fofocas' de Vice-Presidencias entre membros da familia Guebuza, mas qual e' a realidade? O que e' dado assente que e':
1.Estamos sob uma ditadura militar camuflada de civil [Quem e' civil de depois de ser veementemente deplorado ainda gozou de reconducao para governador de provincia? Muito poucos. Mas militares; quase todos];
2. "Mocambique para Todos" (blogue do nosso amigo FL) passou uma historia da escolaridade/formacao/educacao dos nossos dirigentes, particularmente do actual chefe de estado. O silencio dos tocados significou aceitar que essa e' uma realidade. Os doutores que estao na Frel nao tem pulso nem calibre para mostrar o que valem ou porque tem medo de perder o pao ou porque sabe que lhe podem limpar da face da terra num segundo. Hum, na Frel e' assim!;
3. Os pontos 1 e 2 desenbocam no tipo de [estar e fazer] governacao de que somos deixados assistir. Uma vergonha sem igual. Nem copiar sabem!
Masu
Masu [anonimo] agora so' para concordar plenamente com o que disses.
Dede
Bem dizia o meu bro Martin. Este é o Blog da maldicência. Concordo com que diz que esta notícia é mera fofoquice e especulação.
Não será um exercício democrático quando os camaradas se apercebem do erro cometido e tentam corrigi-lo organizando-se para a sucessão (mesmo que consideremos isso fofoca)?
Come on. Há instrumentos próprios para exercitar o direito de SUCEDER ao actual líder. Acham V.Excias que as pessoas não se devem PREPARAR previamente para a sucessão a acontecer em MOLDES próprios?
Bem disse o padre COUTO (hoje reitor da UEM) numa entrevista ap SAVANA no início do ano ou nos finais do ano passado. A OPOSIÇÃO VAI SURGIR DE DENTRO DA FRELIMO quando o poder aglutinador da geração de 1962 se desvanecer e isso só vai acontecer daqui há muitos e BONS anos. Eu acrescentaria que há até condições para a emergência de uma oposição. Basta para tal que a RENAMO capitalize os apoios que (ainda) tem.
Acordem DLHAKAMINOS.
Aparício
abençoada "bemdicencia" que dá dialogo aparicio.Lol.
Smahala
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