07 julho 2007

Faltam dólares à democracia eleitoral

As eleições para as assembleias provinciais estão marcadas para 20 de Dezembro, custarão algo como 44 milhões de dólares e até agora nenhum doador deu sequer um dólar. O nosso Estado dispõe apenas de 12 milhões. Há dias, um porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, Juvenal Bucuane, afirmou à Rádio Moçambique, cheio de um tocante optimismo, que os doadores dariam o dinheiro.
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Uma pergunta suavemente perversa: não seria altura de negociar com os Chineses, eles que aparentemente não fazem as exigências que fazem os Europeus em termos de direitos humanos, boa governação e temas chatos desse género? A parceria seria fácil: uma quota generosa da nossa madeira (não está a cota de corte abaixo do oficialmente estabelecido como defendem regularmente os porta-vozes do tudo está bem? Pois então!) em troca do dinheiro para a democracia eleitoral funcionar. E, já agora, proponho um toque bem maquiavélico: anunciava-se isso publicamente, o que levaria os Europeus imediatamente a dolarizar a nossa eleitoral necessidade. Em última instância, temos a alternativa do presidente Moammar Kadafi da Líbia, que acabou de prometer ao Zimbábuè dois biliões de dólares para manter o país de pé. Que tal?

6 comentários:

Fernando Bizzarro Neto disse...

Olá Carlos Serra

Como vai? Me chamo Fernando Bizzarro, "tenho dezoito anos, sou brasileiro e curso sociologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), não sei se o senhor já ouviu falar dela. Estou lhe enviando esse comentario apenas para começarmos um contato entre um sociólogo já experiente e um que pretende o ser no futuro. Li alguns de seus textos e me pareceram muito interessantes pois trazem ao meu circulo de informações novidades e analises sobre uma região do mundo pouquissímo estudada no Brasil apesar de todos os laços que nos unem.
Espero poder estar sempre em contato com o senhor para q conversemos sobre nossas realidades e para que eu possa aprender um pouco com o senhor nessa minha caminhada que começa.
Quanto a esse texto, não sei se o contato já foi feito, mas não duvido que o governo brasileiro estivesse disposto a ajudar seu país no exercicío da democracia, a qual, nós dois sabemos (o senhor melhor que eu) é tão difícil de ser conquistada e ainda mais difícil de ser mantida.

Um abraço de um futuro companheiro de profissão e de um já companheiro de "blogosfera

Carlos Serra disse...

Estamos juntos, como aqui se diz, Fernando.

Anónimo disse...

Boa proposta, Prof. Mas isso depende se eles eles pensam que o dinheiro seja usado dessa forma.

Carlos Serra disse...

Mas, sabe, a minha proposta está baseada na ironia...Abraço.

Reflectindo disse...

Sei, perfeitamente, mas tenha tb certeza que o nosso governo, aliás o nosso partido no poder pode ir buscar dinheiro na China como José Eduardo dos Santos fez para mandar passear o ocidente como o mais dono do partido costuma dizer. Kadafi gostaria de fazer o mesmo e não para simplesmente ajudar. Conhecêmo-lo. Tb a recordar que num dos simpósios, reportado pelo Vertical, ele, o mais dono, disse que as eleicões provinciais é o momento próprio para reduzir a zero o inimigo (a oposicão). E, ele usou o termo inimigo.

Carlos Serra disse...

Vamos aguardar...