-Porque os computadores chegaram tarde aos centros de recenseamento e depois estão sempre avariados. E depois sabe como é o nosso povo, sempre guarda para a última hora recensear-se.
Julgo ter resumido bem o quadro de respostas e de recurso a causas samaritanas que, dia após dia, ouvimos através da Rádio Moçambique (RM) (mas também na imprensa escrita) a propósito deste recenseamento avariado - gravemente avariado - após 13 anos de prática eleitoral. Ainda esta manhã o tipo de causas samaritanas acima exposto passou pelo "café da manhã" das 7.30 e pelo noticiário das 12.30 da RM.
Ora, aguardamos ainda hoje que quer o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, quer a Comissão Nacional de Eleições, nos expliquem por que decidiram embarcar num recenseamento nacional de raiz usando pela primeira vez em Moçambique meios informáticos generalizados sem pelo menos seis meses de ensaio e consolidação. Acresce que nem Frelimo nem Renamo, os únicos partidos de massas no país, se pronunciaram sobre isso atempadamente. E certamente nunca se pronunciarão (imagem reproduzida daqui).
11 comentários:
Eu so gostaria de saber, o que estes snhores do STAE ficam a fazer quando nao ha eleicoes ou recenseamento?
Ta tudo lixado!Mas ainda nao veio ninguem assumir as responsabilidades. Isto eh como se as coisas fossem tao naturais, que ate sao neste pais, que ninguem se preocupa com os responsaveis.
Ate ki minto, no post do Prof. ha dois CULPADOS. O POVO QUE NAO SE RECENSEIA A TEMPO E AS MAQUINAS QUE AVARIAM. BOm, se sao esses...sao esses!! Punam-os entao!
PP
Coloca um problema crucial: o da naturalização das coisas. Avancemos um pouco: adoramos atribuir a causas técnicas a raiz dos nossos problemas. Ou estou enganado?
Creio que sim, mas as pessoas se esquecem que maquinas sao maquinas. O seu bom ou mau funcionamento depende em grande medida da accao humana. Nao vamos andar com justificacoes como se as maquinas fossem objectos independentes.
Como bem disse no sue post, existem eventos que deveriam ocorrer antes de se introduzirem as maquinas no recenseamento. Sera que esses eventos ocorreram? Ou se confiou demais nas maquinas, computadores para ser mais elegante, que sairam direitinhos da fabrica para o campo? O Machado da Graca coloca a questao de cidadaos Mocambicanos nascidos fora, cujo sistema nao preve a existencia desses cidadaos..como se admite isso?
PP
Efectivamente, avançou-se para uma saga sem preparo atempado e agora procura-se o...Santo Graal!
E, depois, como tantas vezes aqui critiquei (mas tb em livro), há uma mania incurável nos causadores de causas, a de descerebralizar o povo, atribuindo-lhe uma preguiça e um desleixo primordiais.
As vezes penso que há mais cúmplices em coisas destas. Ainda não entendi, com que ousadia o Dr. Jorge Gouveia gasta tempo para falar de voto electrónico em Mocambique. Parece-se falar dum país que não o estudou antes de partir para lá. Será que este é um problema para discutir hoje em Mocambique? Ele não foi informado ao mínimo deste problema do recenseamento eleitoral? Não sabe que material electrónico ainda é luxo em Mocambique?
Estranho ainda, é que nenhum da Frelimo deu seu ponto de vista ou pelo menos no Notícias não se escreveu. Boa recomendacão essa à Frelimo que pode introduzir esse tipo de voto ainda nas próximas eleicões em honra do Prof. Dr. Jorge Gouveia.
Reflectindo.
Li isso hoje, tb. E ainda reflicto...Há bocado ouvi o director Carrasco do STAE dizer na RM que as dificuldades informáticas estão a ser sanadas e que devíamos todos fazer um esforço para as compreender. Mas, infelizmente, não o ouvi pronunciar-se sobre as razões porque os testes informáticos não se fizeram atempadamente.
Eu penso que uma experiência atempada só feita por gente que quer obter um resultado excelente. A CNE e o STAE devem ter sabido o que queriam, neste negócio. Leopoldo e Carrasco não são pessoas para proceder um erro deste tipo sem intencões. Se bem que sabia como o maior partido da oposicão resiste a isto, então era altura de eles mostrarem o contrário. Agora, é curioso para todos nós em saber quem é positivo por digitacão eleitoral em Mocambique e nas condicões do país.
Leopoldo como representante da Sociedade Civil deve saber do seu desafio, mas até hoje ele nem luta para recuperar os erros graves. Eu não compreendo como é que eles, não decidiram cancelar o recenseamento digitado pelo menos depois de uma ou duas semanas com problemas insanáveis.
Eu não consigo com isto que considero mais uma vergonha nacional.
A Frelimo não diz nada porque a única culpada. Nisto Machado da Graca tem muita razão. Agora não temos eleitores se esses não se produzirem algures, como sempre é possível.
A Renamo comete um erro, ao pensar que toda a gente vem o que acontece e conhece quem é culpado. Ter razão não basta. Ela deve fazer mais do que está fazendo. Ela até devia saber que um encontro Guebuza - Dhlakama só servirá para transferir a culpabilidade da Frelimo para a Renamo. A Renamo é que está lá dentro, pelo que deve ir ao seu eleitorado e à Sociedade Civil e dizer do que se passa. A Renamo devia, por exemplo, desmentir com dados isto de que os mocambicanos esperam tudo para a última hora.
Infelizmente não temos outros partidos.
Este recenseamento está a dar-me muita dor de cabeca, porque pressinto que seja a via mais curta tracada para se adiar a democracia em Mocambique.
Quando ha politizacao de aspectos e actos que sao reconhecidamente tecnicos da nisso...eu ja nem escuto mais as baboseiras (naio encontro outro nome as respostas vazias dadas pela gente da CNE e STAE) veiculadas nos meios de comunicacao social por estes senhores que deveriam e ficar calados. E so me pergunto se passados estes anos todos nao temos gente com preparacao e capacidade para planificar, organizar e realizar um processo desses como devia ser feito e como se faz por este mundo fora. E a resposta que me vem e: temos de certeza. E entao? So pode ser por razoes e interferencia politica que temos gente incapaz afrente de processos de interesse nacional. So pode....
"Leopoldo e Carrasco não são pessoas para proceder um erro deste tipo sem intencões." diz o reflectindo. Pena é não desenvolver qual é a intenção, acabando por lançar uma acusação se calhar mais VAZIA do que as respostas do pessoal do STAE.
Martin
Caro Martin
Se não eleitores, o que acontece?, e sobretudo, o que tem acontecido?
Enviar um comentário