16 setembro 2007

A sub-república de Moçambique

"É que quem vive na Sub República já está proibido de sonhar."
Chama-se Custódio Duma, tem Marcus Garvey como patrono do seu blog e escreveu um trabalho com o título "A Sub República de Moçambique - Sobre aquilo que todos sabem e ninguém quer falar".
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Agradeço ao Florêncio e ao autor de Reflectindo sobre Moçambique a chamada de atenção para esse trabalho feita aqui.

10 comentários:

Salvador Langa disse...

Xi mano Duma tem boa máquina fotográfica sim senhor.

JCTivane disse...

Isso é história para se ganhar dinheiro com ONGS. A pobreza reduziu no país e vocês devem saber reconhecer isso. Tenho dito.

Anónimo disse...

é como Duma diz, população para estatísticas.

Anónimo disse...

De forma simplista: ASSIMETRIAS!
 Já na era do socialismo se referia Maputo como sendo a “NAÇÂO” e o resto províncias (A República e as sub-repúblicas de Custódio Duma). As ineficiências eram sistematicamente justificadas com o aguardar de orientações da “Nação”. Qualquer “dirigenteco” da “Nação” exigia tratamento VIP nas províncias.
 Ao longo dos anos, as receitas de exportação do país: castanha, algodão, camarão, madeiras, mão de obra para as minas, serviços dos portos e caminhos de ferro, etc., foram sendo maioritariamente absorvidas para o desenvolvimento da “Nação” – hoje uma cosmopolita cidade – pólo de atracção de investimentos, como bem mostra o seu peso no PIB nacional, da ordem dos 80%: Moçambique é Maputo (A Nação); o resto é paisagem!
 Do alto de seu palanque, os donos da “Nação”, em vez de contabilizarem esta cedência de recursos como um empréstimo, entenderam considerá-la um presente dos súbditos, sub-repúblicanos: 90% da população a ceder parte da sua riqueza aos 10% que globalmente constituem a “Nação”.
 Os donos da “Nação” esqueceram o mais elementar princípio contabilístico: “quem recebe, deve!” Hoje, quando as sub-repúblicas reclamam por escassez de infra-estruturas, por terem factores de produção mais caros, combustíveis por exemplo – essenciais para o desenvolvimento económico – ouvem a “Nação” argumentar: que culpa temos nós que vocês fiquem mais distantes dos Portos através dos quais recebemos os combustíveis importados, que tenham más vias de comunicação? Têm de ser competitivos; ou pagam os custos reais ou não vale a pena produzir.
 Os donos da “Nação” ignoram que as sub-repúblicas não estão a mendigar nada! Estão apenas a alertar que é tempo da “Nação” honrar seus compromissos: pagar o que deve, porque já recebeu.
 Vá lá, donos da “Nação”, registem o que devem num “Fundo para a Equidade Nacional” e, através duma rigorosa gestão, mantenham o preço do combustível igual a nível nacional: em vez de, por hipótese, a “Nação” pagar 30MT, a sub-república “A” 32MT, a “B” 34, a “C” 40MT, como hoje acontece, paguemos todos 35MT. É uma questão de justiça social, com fortíssimas implicações no desenvolvimento do país global.
 A correcção das assimetrias regionais – que faz de uns filhos, doutros enteados - exige políticas públicas realistas, ajustadas a nossa especificidade.
Florêncio
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PS  É deprimente vermos o Ministro da Saúde - como vimos em Pebane (TVM) e noutros distritos e localidades das sub-repúblicas deste país - a ouvir a população dizer que não tem as mais elementares condições nos hospitais regionais e postos de saúde, que não têm ambulância, ou quando existe é frequente não haver combustível para o seu funcionamento.
 É desolador ouvir o Ministro prometer que vão fazer esforços para melhorar, como se só naquele momento se tivesse apercebido de tão desconfortante realidade. É como se toda aquela população pertencesse a outra galáxia.
 Obviamente que não é possível a curto prazo dar condições de unidades de saúde de 3 estrelas em todo o país, mas -1 é confrangedor, um atentado à dignidade humana! Os donos da “Nação” precisam de ampliar o ângulo de visão; estão demasiado concentrados no próprio “umbigo”.

Eugénio Chimbutane disse...

Custódio Duma, o seu blog tem algum espaço para cometários? Se não, seria melhor colocar um espaço. Também devias melhorar a coloração das letras...

Grande figura, Marcus Garvey, está associado ao movimento Ras Tafari (Bob Marley e Haile Selassie- mentor da OUA actual União Africana), que também lutou pela afirmação do negro. Estas figuras são daquelas que por tanto pregarem a verdade, igualdade e justiça, acabam sendo marginalizados e suas obras enterradas no buraco mais profundo possível.... We Don´t Care about Peace, but Equal Rights and Justice.

Reflectindo disse...

Oi Eugénio Chimbutane

O blogue do Custódio Duma tem sim um espaço para comentários. O que não sei é se ele conhece e visita o Diário de um sociólogo para cá acompanhar o debate que tanto ele deseja.
Vou fazer o caso de lhe avisar.

Eugénio Chimbutane disse...

Refletindo, peço seu e-mail. Se tiver do Duma pode me mandar, ou pedir a ele. O meu é: esalvchimbu@hotmail.com

Reflectindo disse...

Oi Eugénio,

Estive no blog do Custódio Duma e notei que para este tema e os antigos, há comments, embora quase invisível. Para os novos artigos não há nada. Por isso a sua observacão é importante.

Já escrevi para ele e ainda tanto por e-mail como no blog.

Envio-lhe já o endereco dele por meu e-mail.

Reflectindo disse...

Oí Eugénio

Já recebeu o e-mail do Custódio?

Eugénio Chimbutane disse...

Recebi, muito obrigado.