22 setembro 2007

Combatentes abandonados

Há 32 anos (a nossa independência data de 1975) que não se sabe quantos antigos combatentes da libertação nacional existem. Há 32 anos que os seus chefes, antigos e novos - que nunca tiveram nem terão problemas de pensões -, passam a vida a "auscultar os principais problemas que afectam aquela camada social da nossa população, como sejam a crónica falta ou atraso no pagamento das suas pensões de reforma e financiamento de microprojectos de geração de rendimentos para a sua auto-suficiência alimentar e financeira."

5 comentários:

AGRY disse...

A propósito, recordo Amilcar Cabral: “A via única e eficaz para a realização definitiva das aspirações dos povos, isto é, para obtenção da liberdade nacional, é a luta armada"
No quadro desta luta, os heróis, os verdadeiros heróis, são os combatentes da liberdade:
com armas ou sem elas, permito-me acrescentar.
Fazer dos combatentes exemplos vivos da mentalidade nova, transformadores activos da sociedade foi uma palavra de ordem que traduzia o reconhecimento e a importância do contributo dos libertadores para o alicerçar de uma nova mentalidade.
Condenar os combatentes ao ostracismo social é uma atitude monstruosa.
Sem passado não há presente, não há história

Carlos Serra disse...

Fez bem em recordar Amílcar Cabral, um dos mais possantes pensadores africanos de sempre, infelizmente pouco falado entre nós.

Anónimo disse...

 O comportamento dos quadros e dirigentes da FRELIMO, os tais que “nunca tiveram nem terão problemas de pensões” mostra que:
(i) os antigos combatentes, carne para canhão, pé descalço, foram contratados meramente para uma operação de “GANHO GANHO” com direito a arma, munições e ração;
(ii) concluída a tarefa, ou seja,criadas condições para os quadros e dirigentes da FRELIMO prosperarem, acabou o vínculo contratual, o “ganho ganho" deixaram de ser imprescindíveis.
Lamentável, vergonhoso o que se passa.
Florêncio
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PS  Peçam uma mãozinha à nossa Vitória para a inventariação dos antigos combatentes.

Carlos Serra disse...

Tenho para mim que a auscultação prosseguirá. E nas alturas das eleições (e de outros nacionais períodos), em banjas auscultatórias e patrióticas, os que não têm problemas com pensões, os que recebem múltiplos prémios, salários e pensões, os que vivem principescamente, os que são accionistas de múltiplas empresas de todos os tipos possíveis e imaginários, invocarão, com voz áulica, a servidão colonial, a luta armada, a necessidade da unidade nacional, a auto-estima, o cerrar fileiras contra o inimigo HIV/Sida, etc.

Reflectindo disse...

Eu disse num dos meus comentários que a situacão dos verdadeiros antigos combatentes é deplorável. Mas o mais triste é como ele se usam para protegerem os novos exploradores-