Após o festival de encómios à jatropha (cujos deméritos parecem ser grandes) e, bem à medida política da terra, ao seu milenarista papel na luta contra a pobreza absoluta, embarcámos alegre e decididamente na moda dos biocombustíveis, moda consolidada desde a visita do presidente Guebuza ao Brasil. Ninguém internamente discutiu a sua oportunidade. Como sempre, o Estado não abriu nenhum debate público. Tal como o não abriu para a Mozal.
Enquanto isso, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico tomou posição crítica em relação aos biocombustíveis. Confira também aqui e aqui.
Internamente, o jornalista Jeremias Langa do "O País" é o primeiro a colocar de frente o problema e a mostrar reservas.
Agora é a minha vez de aqui lançar o repto: a necessidade de discutirmos seriamente as implicações de biocombustilizarmos o país.
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Foto da RFI.
13 comentários:
Eu agora gostaria de ver a cara dos nossos Governantes e a escumalha de deputados da FRELIMO. Lembro-me que a RENAMO se bateu tanto da assembleia da Republica sobre esta questao.
Mas como sempre, prevaleceu a arrogancia, a ignorancia..e a estupidancia (!!!).
O tempo se encarrega de tudo, mas por vezes depois dos males terem sido consumados.
Sabe mano mozinoivador nesta terra quem pensa diferente pensa mal vc sabia? Pensar diferente sempre igual a pensar de desestabilização dizem muzungos e muzungas lá em cima na casa do milho.
Bem, por aqui o acesso não tem tido problemas...Deve ser temporário no que concerne ao seu provedor.
Caro amigo,
Belo blog você tem por aqui!
De fato, a questão dos biocombustíveis não estão ainda bem esclarecidas. Nem no Brasil. Podem ser tanto porta para uma nova relação com os combustíveis, como a repetição de velhas dominações...
um abraço,
De novos estragos tb...No Brasil não são já poucas as vozes que questionam a prática. Obrigado pelo comentário e pela visita.
Infelizmente mais uma vez o governo do batuque e macaroca avanca para um projecto sem ter de alguma forma discutido o assunto internamente. Nao sei se a decisao de avancar para a producao em escala de biocombustiveis esta' suportarda por algum estudo cientifico. No meu entender, trata-se de mais uma aventura dos nossos governantes. Se nem para o milho de Morrumbala, feijao de Lioma ou Batata reno de Tsangano conseguimos tirarar algum proveito, sera que o faremos com os tais biocombustiveis? quem estara por detras deste grande movimento? tenho alguns receios nomeadamente: 1. que mocambique nao seja apenas pais produtor de biocombustiveis e o tacho das exportacoes fiquem no bolso dos tais parceiros estrategicos; 2. que a fraca producao de cereias e outros produtos fique fortemente afectada pela producao de materia prima para os biocombustiveis; 3. a super utilizcao de fertilizantes inorganicos, pesticidas afecte drasticamente os diferentes ecossistemas, qualidade dos solos e agua. E' pena que nao temos o estudo em mao para melhor percebermos o que pensam os governantes do improviso
Há vários alertas nesse sentido.
Apoiado !
Há que discutir com a sociedade moçambicana !
Se traz alguns benefícios sua utilização, também existem muitas críticas e apontam-se inúmeras desvantagens.
Questões sociais não se resolvem com soluções imediatistas, de procedêcia populista e que poderão trazer danos irreparáveis ao meio ambiente.
Justamente!
Postei no meu Blogue uma resposta ao Langa e as questao que ele coloca.
Excelente!
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