23 setembro 2007

Mathendja prossegue

O Sr. Mini Macatai Mathendja prossegue a caminhada pelo mundo dos curandeiros e dos feitiços "tradicionais" e a cruzada contra o desgastante poder da ciência. Depois de no último domingo ter escrito que os cientistas tentam impingir supostas verdades (que, por exemplo, crocodilos e leões podem comer seres humanos devido à alteração do seu habitat) "para nos calar para sempre" ("domingo" de 16/09/07, p. 8), volta hoje à carga no mesmo semanário para mostrar que antes da independência nacional régulos e colaboradores procuravam garantir a colecta de impostos e "assegurar uma total submissão do seu povo" recorrendo aos serviços dos curandeiros (aqui, Mathendja sabia de Marx tal como o Sr. Jourdain sabia de prosa: sem o saber). O sistema era tão perfeito, tão perfeito que - assegura Mathendja - "naquelas alturas, as fomes, secas, pragas, doenças, etc., tinham solução local, sendo a fonte o curandeiro ou o feiticeiro". Mas depois a Frelimo estragou tudo com o seu ataque às "estruturas tradicionais". Mas mesmo tudo? Não: se os régulos foram atacados, os "feiticeiros" (sic), esses emanciparam-se e afluíram às cidades ("domingo", 23/09/07, p. 9; infelizmente o semanário esqueceu-se de colocar o nome do autor). Um mundo delicioso o do pré-Frelimo, a real Utopia africana de Morus, um paraíso verdadeiramente acústico. Aguardo a continuidade do texto de Mathendja no próximo domingo.

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