Ouvia um belo programa da Rádio Moçambique (RM) desde as 20 horas de hoje, a propósito da construção da ponte sobre o Rio Rovuma, província de Cabo Delgado. Um dos entrevistados pela RM manifestou a sua preocupação pelo facto de os Tanzanianos estarem literalmente a pilhar a nossa madeira, transportando-a ilegalmente para a Tanzania ou deixando-a, cortada, no mato. A RM rastreou um camião carregado de madeira a caminho desse país. Contactado o administrador de Mueda, este disse que, de facto, isso era verdade, mas que a fronteira era imensa, os recursos escassos, os fiscais poucos, que era preciso contar com o apoio da população, que se trabalhava no sentido de inverter a situação, etc.
Adenda: o discurso do administrador é comum e sistemático, como comum e sistemático é o discurso de certos directores sobre o corte abaixo da média oficialmente estabelecida. Um dia, como já tantas vezes aqui disse por outras palavras, teremos apenas a memória das nossas florestas e um fio de saudade safardana a escorrer pelo que quisemos ser. Entretanto, recorde aqui.
1 comentário:
Não nos livramos dos bandidos tanzanianos e chineses...
É a madeira, é o peixe...
Várias espécies marinhas como tubarão, algas marinhas, atum e peixe de gamba estão a reduzir consideravelmente na costa moçambicana, devido à pesca ilegal por embarcações estrangeiras, predominantemente, da China, segundo Augusto Nhampule, director nacional adjunto da Administração Pesqueira, instituição dependente do Ministério das Pescas.
Nhampule estimou em cerca de cinco biliões/ano de dólares americanos os prejuízos causados aos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pela pesca ilegal, “praticada por asiáticos, em destaque chineses”, realçou, falando ontem, terça-feira, ao Correio da manhã á margem do Segundo Fórum da África Austral e Oriental de Luta Contra a Pesca Ilegal, a terminar hoje, quarta-feira, em Maputo.
A maior parte dos casos regista-se a partir do Norte da província de Inhambane até Cabo Delgado “e as espécies mais procuradas estão a reduzir consideravelmente, mas não podemos falar já na sua extinção”, referiu Nhampule, respondendo a uma pergunta do jornal sobre se a pesca ilegal estava a criar condições para o desaparecimento do pescado mais procurado.
Quanto aos prejuízos financeiros causados pela prática, tanto Nhampule quanto o vice-ministro das Pescas, Victor Borges, disseram que Moçambique ainda não está em condições de determinar, “porque não temos meios suficientes para contabilizar as quantidades do pescado transaccionado ilegalmente, contrariamente ao que se passa noutros países da região e no mundo”, realçou Borges.
Um representante do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), presente no encontro de Maputo, estimou em cerca de 12 biliões de dólares americanos os prejuízos causados pela pesca ilegal no mundo.
(F. Saveca) CORREIO DA MANHÃ – 21.01.2009
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