Reportou a Rádio Moçambique que "a população da aldeia de Mavanga, distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, revoltou-se contra as autoridades locais, devido à cólera que já matou pelo menos 11 pessoas naquele região do norte do pais. Os populares realizaram manifestações de repúdio pela alegada incapacidade das autoridades locais no combate à doença, uma situação que foi posteriormente controlada pela polícia. Segundo os residentes da aldeia de Mavanga, duas pessoas terão perdido a vida no Centro de Saúde local e as restantes morreram fora das unidades sanitárias. Entretanto, o administrador de Montepuez, Fernando Natal, deslocou-se de emergência para a aldeia de Mavanga, onde sensibilizou a população sobre as medidas de prevenção de cólera."
Observação: aqui está um problema (que não surge pela primeira vez) que alguns poderão atribuir ao irracionalismo e ao analfabetismo dos habitantes de Mavanga, outros a uma perversa confusão linguística entre cloro e cólera, outros ainda a uma desinformação comandada por uma obscura mão política, enquanto, finalmente, outros ficarão a fazer-se intermináveis perguntas digestivas que tomam por respostas. O problema central é este: por que razão uma crença objectivamente falsa (a de que o governo não se preocupa com a prevenção da doença) pode ser sentida como subjectivamente verdadeira? Uma outra formulação: que problema real se esconde atrás de uma crença errada? Recorde postagens minhas aqui, aqui e aqui. E já que estamos em Cabo Delgado, recorde aqui a história dos leões de Muidumbe. Finalmente: tente ler este meu livro:
2 comentários:
E que fez o Estado contra os criminosos envolvidos e seus apoiantes? Fez alguma coisa?
E o que tem o anónimo a dizer em termos de interpretação do fenómeno, tal como proponho nesta frase: "Por favor, sugira outras maneiras de analisar o fenómeno, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, etc. Muito obrigado."?
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