16 janeiro 2009

O rochedo de Dhlakama (2)

Prossigo a série.
O primeiro grande problema para Afonso Dhlakama começou quando anunciou publicamente que Deviz Simango seria substituído por Manuel Pereira como candidato da Renamo à presidência do município da Beira nas eleições autárquicas realizadas a 19 de Novembro passado. Isso, quando, publicamente também, tinha anunciado que Deviz seria o candidato.
O segundo grande problema para Afonso Dhlakama começou quando surgiram críticas duras de alguns dos jovens deputados do seu partido na Assembleia da República, exigindo a realização de um congresso extraordinário para discussão dos maus resultados obtidos pela Renamo nas citadas eleições. Os jovens opositores foram desqualificadas quer por Dhlakama quer pelo intelectual orgânico do partido, Fernando Mazanga. Nem pensar em congresso! Quem manda na Renamo são outros, não esses - vituperou Mazanga.
O terceiro grande problema irrompeu quando Dhlakama afirmou que não reconhecia os resultados da autárquicas e que poderia desencadear manifestações de desobediência civil em todo o país. O caldo entornou aqui. O tsunami estava instalado.
Cristalizou-se, então, a imagem de um Dhlakama autista, de um ditador envelhecido, de um grita-fraudes definitivo, de um mentor da violência.
Generalizadamente, Dhlakama perdeu a simpatia mesmo daqueles jornais que lhe davam algum crédito. Na blogosfera e aqui neste diário, desapareceram as vozes que o haviam por condutor da oposição. De forma creio que absoluta, os líderes dos pequenos partidos ditos da oposição não ficaram atrás e não têm poupado o seu antigo aliado.
Enquanto isso, a Frelimo esfrega as mãos de contente perante tal trabalho de sapa, na proximidade das eleições legislativas e presidenciais.
Qual é a mensagem que se tem passado? A de que a Renamo precisa de um novo líder, há mesmo quem proponha que Deviz Simango seja esse novo líder. O actual enferrujou e apenas conhece a linguagem da violência - brada-se. Essa a imagem abundantemente exposta no "Notícias" e na blogosfera.
(continua)

4 comentários:

Anónimo disse...

Tendo como base a analise acima referenciada podemos chegar rapidamente a seguinte conclusao;

A RENAMO conduzida pelo auto intitulado General de quatro estrelas e Pai da democracia afonso Dlankama nao é ALTERNATIVA a Frelimo e nao tem futuro politico em mocambique, o comportamento do seu lider nao se defere do sr Mugabe.

Carlos Serra disse...

Espero tornar o quadro apresentado um pouco mais complexo.

Anónimo disse...

Nao é genenral de 4 estrelas, é de 5 estrelas.
Nao concordo com tudo que aqui descreve!
especialmente no 3

Carlos Serra disse...

Ainda bem que não concorda. Sugiro-lhe que escreva um texto e o insira aqui.