Em que país fica a Ponta do Ouro ? - pergunta-se o Leonardo Vieira. Ele foi lá, escreveu e enviou-me o que escreveu: "Ao entrar na cidade, somos recebidos por um painel publicitário da Mcel, a dar-nos as boas vindas, com um “Welcome”. E mais à frente, outro cartaz ainda maior, da nossa fabricante de cerveja, cujo conteúdo não fixei na totalidade, mas dizia algo do género “Welcome to ponta, Just go to a bar and ask for a dosheme”. Pela segunda vez, desde que entrara na ponta, tinha contacto com a língua inglesa, e em jeito de brincadeira perguntei aos meus acompanhantes: Em que país fica a ponta d’ouro? E rimos da situação. Situação essa que iria se tornar preocupante, na medida em que íamos conhecendo as pontas da ponta. Na rua, existem placas oficiais (acredito eu) da policia a proibir a circulação de menores de 16 anos em motos de quatro rodas, em Inglês, no mercado, ao perguntar o preço de cenoura que precisava, a vendedeira respondeu: What? No supermercado, para comprar um refresco, o precário vinha em ZAR e MZN, para comprar um cachorro quente, o preço era de 22 ZAR (o dono nem se deu ao trabalho de colocar dupla indicação), na discoteca, ao pagar uma bebida em meticais, os trocos são entregues em Randes, e assim era ao longo do tempo que la estive."
Adenda: há uns anos atrás, eu e dois assistentes meus quisemos alojar-nos num lodge de Inhambane. Soube que eu poderia facilmente alojar-me porque branco, mas os meus colegas não, porque pretos. Doeu e dói. Racismo puro.
9 comentários:
Mas....estamos em 2009 ou estou enganada?
Pois estamos..."of course", diriam lá na Ponta do Ouro...
Aqui se colocam as questões que sempre me perturbam. Por exemplo, será que a situacão da Ponta do Ouro é do desconhecimento das autoridades do país?
E no caso de lodge de Inhambane a pergunta é de quem são os proprietários ou de que cor da pele são eles. De que nacionalidade? E os funcionários? E será que as autoridades de Inhambane não sabem do que se passa?
é banal isso na rambla antes do euro pagava-se em deutchemarks
A propósito de racismo:
Vejam o anúncio da Maluane Mozambique Biodiversity and Tourism, Lda - Pemba - publicado no jornal Notícias de 31 de Dezembro, e espantem-se com o recrutamento de "moçambicanos nacionais"...
Curioso anúncio, vou postar algo.
Onde anda a fiscalizacao do MITUR ?
Em inhambane este problema ja é antigo e mesmo com o novo director pronvicial do turismo nada mudou quanto aos precos parece me k a lei é clara eles devem aparecer nas duas linguas m pelos vistos niguem liga a nada o turismo em mocambique ainda tem muito que percorrer pra que o mocambicano se possa orgulhar
...o nosso governo não percebeu ou não quer perceber que o turismo é uma fonte de receita bilionária,e nada faz para que as receitas provenientes do mesmo revertam em parte para o benefício dos municipios respectivos.
Doi ver a costa de Ibane a ser explorada até ao osso por maburroos,e as receitas em certos lugares a nem sequer entrar no país...é tudo pago lá fora e nós a assistirmos satisfeitos...que RAIVA.!!
O aeroporto de Vilanculos é o segundo aeroporto nacional em termos de voos internacionais e os passageiros apenas pisam o aeroporto para efeitos de migração e depois voam para as ilhas onde largam fortunas nos resortes...todos estrangeiros.
Vilanculos não recebem um centavo para o municipio que é escandalosamente sujo,sem ruas decentes,uma marginal indescritivel de tão má,sem iluminação e os milhões a passarem a frente dos nossos narizes...
Somos burros,maus e qualquer dia entregamos de mão beijada toda a costa a estranhos.
O empowerment moçambicano não é para os operadores turisticos nacionais é sim para os governantes corruptos que comem com os grandes operadores estrangeiros do grande bolo...
e nós nas calmas a ver!!!!
numa cidade dedicada essencialmente ao turismo, é normal que os estabelecimentos e serviços tentem acolher os turistas e fazer-se por eles entender, pelo que menus em inglês, outdoors com publicidade em inglês ou a indicação dos câmbios nos preços não me choca, desde que se esteja a cumprir a lei da publicidade e a lei cambial - afinal, tb nós gostamos de ir a um país estrangeiro e encontrar indicações numa língua que conhecemos e perceber o valor da moeda local. O que me choca é a falta de fiscalização das autoridades (BM, MITUR, Finanças) que permite que aconteçam estes exageros, em que cada um pratica o câmbio que melhor lhe convém (o câmbio ZAR/MT variava de local para local entre 2,4 e 3 MT por cada ZAR), o português aparece como língua secundária, e as autoridades locais nada fazem, um verdadeiro país do deixa andar, pois pelo menos o MITUR e as Finanças fazem inspecções ocasionais na Ponta e sabem muito bem o que por lá se passa, e quanto ao BM, nem aqui no Maputo se preocupa com a prática corrente de fixação de câmbios por entidades não licenciadas para tal (basta ir ao Game ou ao Shoprite, onde está claramente indicado o câmbio utilizado, em contravenção da lei)
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