16 janeiro 2009

Acabar com a pobreza acabando com a riqueza?

Último parágrafo de um texto do economista António Mosca, inserto no "Savana" desta semana: "Porque não se faz um estudo sobre a percepção dos moçambicanos em relação a um conjunto de aspectos relacionados com a pobreza (fazem-se alguns) e a riqueza, com a política e os políticos, com a vida dos cidadãos comuns, etc.? Não é difícil nem muito caro e há pessoas capazes de o fazer com rigor técnico, de forma transparente e independente. Seria bom para os cidadãos, para a política, o país e mesmo para o poder."

5 comentários:

Miguel disse...

Seria muito interessante, mas quem iria fazer isso?!

Unknown disse...

Soube eu através do Dr Castel-Branco que o IESE, por ele dirigido, tem algum estudo em curso sobre "Padroes de Acumulacao da Riquez" (cito de memória). Talvez nao seja nos termos em que o Dr Joao Mosca coloca na sua crónica do SAVANA. Mas parece-me ser algo com os mesmos objectivos gerais.
Abracos

Anónimo disse...

Por perguiça,por acomodação à mediocridade e à superficialidade,por puro parasitismo "institucional".Mais de 50% da investigação que se faz pelo mundo em ciências sociais não tem financiamento nenhum,muita dela é feita fora de quadros institucionais por conta e esforço de intelectuais.O "retorno" está nos dividendos da publicação,nas conferências (se tem qualidade)ou em contrados para outros estudos afins.O que preciso sim,é assegurar um Editor e,naturalmente,um público alvo.

Anónimo disse...

Pobreza...essa pobreza.
Os que nos ensinaram a usar o termo pobreza absoluta ou combate a ela nao a usavam nos de 1950-1970. Pelo menos as agencias de desenvolvimento nao a usavam nos seus emprestimos (loans). Para ja nao existem doacoes como muitos entendem. Foi Robert McNamara, presidente do Banco Mundial, que usa o termo absolute poverty com seriedade, em 1973 no encontro com governantes do kenia.

Precisamos de recuperar o pensamento de Karl Marx, o meu filosofo muito amado e mal compreendido, talvez odiado em Mocambique. Aprendemo-lo mal e poucos quiseram-no estudar a serio para entender o que ele quis dizer com controlo de poder e riqueza, estruturas sociais injustas e a necessidade de mudancas sociais radicais. Havemos de lamentar por mais estudos, consultorias. Nosso problema em Mocambique e que todos falamos uns para com os outros mas ninguem estuta a ninguem. O que o legado institucional e a estrutura social em Mocambique nos ensina? Como e que tem sido o nosso comportamento economico, pelo menos em termos de poupanca? Pobres ou ricos me parecem que exibem comportamento similar. Podera ocorrer novo fenomeno, talvez nao: preferir nao ter bens para evitar atrair ladroes nas nossas casas.

Anónimo disse...

O Povo já fez o estudo e a síntese foi: CABRITO COME ONDE ESTÁ AMARRADO!

Quer queiramos, quer não, o problema é cultural.EM REGRA, temos uma tremenda falta de cultura de exigência, somos demasiado conformistas, fatalistas, temos uma enorme capacidade de prescindir do essencial para consumirmos o superfluo (ou menos prioritário).

Temos um enorme défice de preparação para resistir á sociedade de hiperconsumo em que vivemos. Olhemos para o que nos entra pela casa dentro através das nossas televisões.

Os estudos como os sugeridos por JM são úteis, MAS há casos em que o resultado será "mais do mesmo".

AM