Padre Fabiano Dalcim, brasileiro, missionando em Moma, província de Nampula, postando em Dezembro de 2007 no seu blogue: "As estatísticas dizem que em Moçambique apenas pouco mais de 40 % da população tem acesso a água potável e que conta com menos de três médicos para cada 100 mil habitantes, mas em Moma, onde eu estava, tínhamos apenas dois médicos para mais de 300 mil, sem falar das grandes distancias que tornavam mais difícil ainda o acesso do povo aos médicos. Alguns doentes precisavam ser carregados em bicicletas por familiares e amigos, por mais de 40, 50 até 60 Km. Sem falar na malária, a doença que mais mata na áfrica, e na Aids que já contaminou mais de 30% da população. A adaptação num lugar como esse, para quem parte de uma realidade como a nossa é muito complicada. Exige muita força de vontade e convicção. No inicio os dias foram mais difíceis e longos. Adaptar-se a esta nova realidade onde tínhamos que nos privar dos benefícios que a energia elétrica nos proporciona e viver sem televisão nem jornais, sem chuveiro nem água encanada, sem internet nem telefone, isolado do resto do mundo, longe dos amigos e familiares, é sem dúvida um parto, onde temos que morrer para nós mesmos e nascer de novo para o novo velho mundo em que estamos inseridos. Nem precisa falar nas dificuldades com as diferenças culturais, a língua, o clima, etc..."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Pois é Sr. Padre Fabiano Dalcim, está vendo, né?
Agora imagine o Sô, em 1938, na floresta de Sombreiro em Caia, por exemplo.
É duro paca, né?
Na Graça de Deus, o que o Sô encontrou, já está muito melhorado, viu.
Realmente, Santos da casa não fazem milagres…
Escreva um livro, publique, conte aos seus conterrâneos, que eles também já esqueceram, muitos deles, a dureza de se fazerem coisas.
E medite naquilo que lhe estou transmitindo, de leve, levezinho.
Fique na Paz do Senhor.
E bom trabalho.
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