Dhlakama: houve factos estranhos nas eleições

Em conferência de imprensa hoje e segundo a Rádio Moçambique, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou que houve factos estranhos nas eleições autárquicas. O principal facto, sustentou, foi a tolerância de ponto de decretada pelo governo, quando as eleições só tinham lugar em 43 autarquias de um país com 128 distritos. Então, afirmou, houve uma afluência às urnas jamais vista em eleições municipais anteriores. Ora, prosseguiu, militantes da Renamo foram informando que camiões tinham transportado pessoas para as autarquias em disputa por forma a votarem. Perante uma pergunta sobre se iria pôr o seu cargo à disposição face aos resultados verificados, Dhlakama declinou responder, afirmando que a Renamo precisava conhecer os resultados definitivos por forma a saber que decisões tomar. Pelo relato da Rádio Moambique, não surgiu nenhuma referência à Beira (noticiário das 12:30).

Observação: aqui está uma posição a merecer debate, dado que, em intervenção anterior, o presidente da Renamo felicitara os órgãos eleitorais pelo seu trabalho.

Adenda 1 às 17:03: a abstenção está calculada em 49% na cidade de Tete, havendo ainda cerca de 4% de votos em branco (Rádio Moçambique, noticiário das 17 horas). Voltarei para reconfirmar estes dados.

Adenda 2 às 19:40: ouvi melhor a intervenção de Dhlakama. A tese foi a seguinte: os resultados eleitorais não traduziram a real vontade do povo, porque foram antes o produto de uma sofisticação dos métodos anteriores de fraude (Rádio Moçambique, noticiário das 19:30). Por outras palavras: a real vontade do povo só seria correcta caso os votos tivessem ido para a Renamo.