19 novembro 2008

Que lógicas funcionam nas "cabeças" dos eleitores? (8)


Vamos lá prosseguir um pouco mais esta série.
Considerei os seguintes seis factores que estão em jogo quando votamos em Moçambique:
1. Avaliação do governo
2. Perfil do candidato
3. Exequibilidade do programa proposto
4. Potencial persuatório da engenharia política
5. Extras identitários
6. Forças de persuasão e/ou de compulsão
Vamos, agora, passar ao ponto 4 dos factores.
Parece ser sensato aceitar que cada um de nós sabe avaliar o governo, o perfil do candidato e a exequibilidade do programa proposto. Tenho para mim que não há aqueles que avaliam melhor do que outros, mas sim que avaliamos de forma diferente, ainda que em meio urbano seja mais fácil ter uma visão mais global e interligada.
Todavia, a nossa avaliação e, por consequência, o nosso voto, dependem muitas vezes do potencial persuasório de engenharia política posta em campo pelos políticos. Esse potencial é tão mais eficiente quanto menor for, por exemplo (1) o conjunto de recursos de sobrevivência diária, (2) a escolaridade e a (3) a rede de contactos dos eleitores. E quanto maior for, por exemplo, a distância desse eleitores em relação aos meios de comunicação.
O que é engenharia política? É o conjunto de meios (do aparato circulante ao showmício, passando pelas prendas especiais) destinados a criar nos eleitores a convição e a ilusão de que o político e/e o partido proponentes podem resolver problemas sociais. O poder de é a coluna vertebral dessa engenharia.
(continua)

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