27 janeiro 2008

Carolina do Sul: segunda vitória de Obama


O pré-candidato democrata norte-americano Barack Obama ganhou ontem as primárias do Estado de Carolina do Sul - sua segunda vitória na corrida para a Casa Branca - com larga vantagem sobre Hilary Clinton. E tinha dito o seguinte: "Nestas eleições não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro", disse publicamente. "Estive vários dias viajando pelo Estado, e eu não vi uma Carolina do Sul branca e outra negra. Vi uma só Carolina do Sul", afirmou.
E na minha caixa de correio electrónica havia hoje o seguinte email:
De: Barack Obama
Data: 01/27/08 05:38:57
Para:
Carlos Serra
Assunto: A big win
Carlos --
We've just won a big victory in South Carolina.
After four great contests in every corner of this country, and another record turnout today, we have the most votes, the most delegates, and the most diverse coalition of Americans we've seen in a long, long time.
You'll have a chance to make your voice heard next Tuesday, February 5th -- and I am counting on you.
I'll be heading down shortly to thank our supporters in South Carolina.
If you're reading this tonight, I hope you'll tune in at home so I can thank you, too.
Barack
Minha resposta:
Date: Sun, 27 Jan 2008 13:55:31 +0200
Subject: Congratulations, Senator!
Dear Obama
Congratulations, as African and living in Mozambique I´m very proud of you. We need a new and different White House.
Warm regards.
Carlos Serra
Nota: se quer ler em português, use este tradutor aqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

> Vale a pena ler esta transcição de:
http://casabranca-2008.blogspot.com
Domingo, 26 de janeiro de 2008

> Obama celebra vitória na Carolina do Sul com discurso arrebatador


> O POVO não parava de dizer: "Yes, we can" (Sim, nós podemos). O mais interessante foi observar a diversidade do público que estava ali para celebrar o grande vencedor da noite. Havia brancos, negros, latinos, jovens, idosos, enfim, um verdadeiro mosaico do que é a América. Essa platéia parecia desafiar a presunção de que a base de apoio de Obama na Carolina do Sul estaria ligada exclusivamente ao eleitorado negro.

 Obama soube tirar proveito dessa variedade. No seu discurso, foi bastante inteligente ao salientar a coalizão étnica que se formou em torno dele: "Depois de quatro grandes disputas em todos os cantos desse país, nós temos mais votos, mais delegados, e a mais diversa coalizão de americanos como há muito não se via. Eles são jovens e velhos, ricos e pobres, brancos e negros, latinos e asiáticos. Eles são democratas de Des Moines, independentes de Concord, republicanos da Nevada rural e jovens por todo esse país que nunca tiveram uma razão para participar até agora."

 Obama foi ainda mais directo para mostrar que a sua vitória transcende a questão racial:

"Viajando por esse estado, eu não vi a Carolina do Sul branca ou a Carolina do Sul negra. Eu vi a Carolina do Sul . Eu vi escolas aos pedaços que estão roubando o futuro de crianças brancas e negras. Eu vi tecelagens fechadas e residências à venda que um dia pertenceram a americanos de todos os estilos, e homens e mulheres de todas cores e credos que serviam juntos, lutavam juntos, e sangravam juntos sob a mesma orgulhosa bandeira. Eu vi aquilo que a América é, e acredito no que esse país pode ser".

 Obama deu uma cutucada indireta em Hillary ao criticar a forma como a campanha vem sendo conduzida até aqui. Disse que quem fomenta esse tipo de divisão não quer a mudança, não quer mudar o status quo. "Não nos digam que a mudança é impossível". A massa delirava: "Yes, we can". E Obama emendava: "Yes, we can change" (Sim, nós podemos mudar).

Em seguida, ele fez um apelo ao coração das pessoas. Acho até que imprimiu um colorido psicanalítico nesse apelo, pois Obama conclamou as pessoas a lutarem contra o anjo exterminador que muitas vezes toma conta de cada um de nós:

"Não estamos lutando só contra os enraizados e destrutivos hábitos de Washington. Estamos lutando também contra nossas dúvidas, nossos próprios medos e nosso próprio cinismo. A mudança que procuramos requer grande empenho e sacrifício. E esta é uma batalha em nossos corações e nossas mentes sobre o tipo de país que nós queremos e sobre o quanto nós estamos dispostos a lutar por ele."

No final, os alto-falantes tocaram a contagiante música de Stevie Wonder "Signed, Signed, Sealed, Delivered, I'm Yours" (assinado, lacrado, entregue, sou seu). Daqui pra frente, Obama fará de tudo para cantar essa música para o país inteiro. Ele tem chances. “

>>  Lá, como cá... o essencial é a mudança de mentalidades. Força Obama!

FM

Carlos Serra disse...

Os Clinton têm estado a atacar Obama de uma forma quase desalmada e creio que Obama estará agora bem mais atento. Ainda hoje escreverei de novo a propósito. Obrigado pelo que enviou e que os leitores vão ler!

Ana Fernandes disse...

Ola!

Postei ontem acerca da victoria do Senador Obama na Carolina do Sul e fiquei arrepiada com as semelhancas daquilo que o FM transcreveu para aqui e aquilo que mais me cativou naquele discurso de 16 minutos.
Foi sem duvida, exelente!

Ana Catarina.